Fala da Presidência durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de Televisão.

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2005 - Página 13022
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, LEGISLATIVO, ELOGIO, HISTORIA, CONGRESSO NACIONAL, REFORÇO, DEMOCRACIA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, ATUAÇÃO, AREA, CULTURA, JORNALISMO, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, DIVULGAÇÃO, BRASIL, EXTERIOR, PADRÃO DE QUALIDADE, TECNOLOGIA.

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - A lista de presença acusa o comparecimento de... Srs. Senadores. Havendo número regimental, declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

Convido o Ministro Edson Vidigal, Presidente do Superior Tribunal de Justiça, para compor a Mesa. (Pausa.)

Convido também o Ministro das Comunicações, Eunício Lopes de Oliveira, para compor a Mesa. (Pausa.)

Encontra-se à minha direita o Dr. João Roberto Marinho, Presidente das Organizações Globo.

Convido o Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, para compor a Mesa. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Renan Calheiros. PMDB - AL) - A Hora do Expediente da presente sessão destina-se a comemorar os 40 anos de atividade da Rede Globo de Televisão, de acordo com o Requerimento nº 86, de 2005, de autoria do Senador Romeu Tuma e outros Senadores.

Sras e Srs. Senadores, Srªs e Srs. Convidados, por uma feliz coincidência, realizamos esta sessão solene no dia 03 de maio, o Dia do Parlamento. O nosso Congresso Nacional remonta à ocasião da Independência, ou seja, nasceu junto com a Nação. Desde então, atravessou todos os fatos históricos cumprindo à risca seu papel precípuo de guardião da liberdade e da vontade do nosso povo. Parabéns ao Parlamento brasileiro pelo seu dia!

Senhoras e senhores, a TV Globo completa 40 anos, exibindo em suas produções jornalísticas e artísticas a face mais moderna do Brasil. Na era da informação e da tecnologia, destaca-se como modelo de Brasil de primeiro mundo, de empresa saudável - uma emissora reconhecida no mundo inteiro pela qualidade técnica e pela competência.

Recentemente, em visita ao Brasil, o escritor moçambicano José Eduardo Agualusa disse que o português falado em Portugal tem sofrido grandes mudanças por influência da TV Globo.

Houve períodos em que 12 novelas brasileiras, produzidas pela Rede Globo, eram exibidas simultaneamente em Portugal. Até mesmo na Rússia e na China, países sem nenhum traço cultural comum com o Brasil, as produções da Rede Globo são consumidas com o maior interesse.

A Globo conseguiu criar uma linguagem própria, um estilo inconfundível, um estilo brasileiro! Em sua robusta produção, destacam-se as minisséries, que, em alguns momentos, transcendem a condição de cultura popular e atingem o patamar de obra de arte. Foi assim que desde a primeira delas -“Lampião e Maria Bonita” -, exibida em 1982, premiada com a medalha de ouro do Festival de Cinema e TV de Nova York. Posso citar também as fantásticas: “O Tempo e o Vento”, “Agosto”, “Memorial de Maria Moura”, “O Pagador de Promessas”, “Grande Sertão: Veredas”, “Os Maias”, “O Auto da Compadecida”, entre tantas outras, até a recente e belíssima “Hoje é Dia de Maria”.

Até hoje foram 58 dessas produções, verdadeiras jóias da teledramaturgia.

Tivemos também os festivais de música, os “Casos Especiais”, os “Casos Verdade”, “Malu Mulher”, de 1979, que, sem dúvida, trouxe avanços no papel da mulher na sociedade brasileira.

Nós, telespectadores, fomos brindados ainda com a poesia na TV, com obras de gênios como João Cabral de Mello Neto e Vinícius de Morais.

Foi o caso da primorosa adaptação de “Morte e Vida Severina”, em 1982, agraciada com o premio Emmy, o mais importante dedicado à televisão nos Estados Unidos. Ou mesmo com o musical infantil “A Arca de Noé”, de 1981, também vencedor do Emmy.

A adaptação dos textos dos grandes escritores foi realizada de forma magnífica; uma contribuição notável à cultura e um grande estímulo à leitura para todos os brasileiros.

A prova disso é que a maioria dessas obras literárias foi relançada com sucesso depois das minisséries.

A obra de Jorge Amado certamente foi revisitada por milhares de brasileiros depois das adaptações de seus romances para a televisão, como aconteceu com “Gabriela”, “Tenda dos Milagres”, “Terras do Sem Fim” e “Tieta do Agreste”. Quem já tinha lido, foi reler; quem não havia lido, comprou o livro.

Quando mencionamos a “TV Globo”, lembramo-nos da excelência de seu jornalismo, à altura das grandes redes do mundo.

Desta verdade, nós parlamentares e membros do Executivo somos testemunhas aqui em Brasília, graças ao contato diário que mantemos com jornalistas.

Para milhões de brasileiros, nas cidades e vilas mais remotas do Brasil, a TV Globo é, em muitos casos, a única fonte de informação sobre o que acontece no resto do País, juntamente com a “Voz do Brasil”.

Posso dizer que a rede é um dos principais fatores da integração nacional.

As Organizações Globo e Roberto Marinho sempre representaram, na verdade, a inovação, a busca da excelência técnica e empresarial, a qualidade.

Tudo isso graças à visão do saudoso jornalista ao longo da história, desde que herdou o jornal do pai, o jornalista Irineu Marinho.

Apesar do poder de sua Rede e de suas excelentes relações com todas as áreas, Roberto Marinho nunca se interessou por cargos públicos. Sua obstinação era o ofício de jornalista, que exerceu com enorme paixão e talento.

O compromisso de Roberto Marinho com a notícia foi de tal modo bem-sucedido que nenhum jornal do País fecha sua edição antes que os seus editores acompanhem o “Jornal Nacional”.

É por isso que a Rede Globo chega aos quarenta anos em pleno vigor, sempre inovando, mais sólida do que nunca.

Parabéns a todos que fizeram e fazem da TV Globo um padrão brasileiro de excelência mundial.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2005 - Página 13022