Discurso durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de Televisão.

Autor
José Agripino (PFL - Partido da Frente Liberal/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de Televisão.
Aparteantes
Edison Lobão, Eduardo Azeredo, Magno Malta, Marco Maciel, Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2005 - Página 13041
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, INSTALAÇÃO, EMPRESA, SEGURANÇA, TRANSMISSÃO, INFORMAÇÃO, PADRÃO DE QUALIDADE, COBERTURA, PROGRAMAÇÃO, ESPORTE.
  • ELOGIO, CRIAÇÃO, FUNDAÇÃO, NATUREZA SOCIAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), FUNDADOR, ROBERTO MARINHO, JORNALISTA, EMPRESARIO, OBJETIVO, PRESERVAÇÃO, PATRIMONIO HISTORICO, BRASIL.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Renan Calheiros, Sr. Ministro Ciro Gomes, Sr. Ministro do STJ Edson Vidigal, Dr. João Roberto Marinho, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, minhas senhoras e meus senhores, será realmente muito rápida a minha palavra, será pouco mais do que um aparte que farei da tribuna.

Dr. João Roberto Marinho, em 1982 eu acabara de ganhar a eleição para Governador. Eu tinha 35 anos. Fui quase colega de Ciro Gomes, fomos Governadores juntos. Eu tinha acabado de ser Prefeito de Natal e tinha sido eleito Governador na primeira eleição direta logo após a Revolução de 64. Havia ganhado a eleição saindo da Prefeitura para a capital. Eu era um jovem de província, eu conhecia pessoas da Globo, a quem tinha como ídolos: Cid Moreira, Sérgio Chapelin. E, curioso, eu ganhei a eleição bem; com um dia e meio de apuração, eu estava eleito Governador, porque foi grande a diferença. E curiosamente, porque foi grande a diferença, recebi um telefonema da TV Globo - lembro-me como se fosse hoje. Eu estava acompanhando as apurações, já com uma boa margem de vantagem e passaram-me o telefone dizendo que era da Globo.

Era Armando Nogueira, a quem eu nunca tinha visto - conhecia de nome - convidando-me para um programa chamado Show das Eleições. Não sei se os Senhores se lembram?

Honradíssimo, aceitei na hora. Peguei um avião e fui para São Paulo ou Rio - creio que Rio - aos estúdios. Lembro-me como se fosse hoje da qualidade dos estúdios da época - e estamos falando de vinte e tantos anos atrás, quando a Globo devia ter dezesseis ou dezessete anos.

O tempo passou e aqui acolá, viajando pelo Brasil, nós somos convidados para ir às afiliadas da Globo para participarmos de algum programa ao vivo ou sermos o entrevistado de algum programa. Quero fazer uma revelação. Eu guardo na minha retina a qualidade das instalações da Globo da época, como me lembro, claro, das instalações das afiliadas da Globo por onde eu ando. Todas as instalações de hoje são muito melhores do que eram as da Globo naquela época, por uma razão simples: é que a Globo cresceu. E cresceu por uma razão simplíssima: pelo talento do seu corpo técnico, porque a matéria prima da Globo é talento. O que a Globo vende é talento, é competência, é gente de boa qualidade que sabe produzir coisas. E aí talvez esteja o mérito que precisemos realçar, Senador Antonio Carlos Magalhães, de Roberto Marinho.

V. Exª se lembra que, convidado por V. Exª, eu fui à festa dos oitenta anos dele, no Cosme Velho? Tive a oportunidade de cumprimentar toda a família. O talento do Dr. Roberto Marinho e a coragem dele em chamar talentos de todas as matizes políticas, da direita à esquerda, sem censurar a opinião de nenhum deles, dando ampla liberdade para que o seu talento se cristalizasse na programação da Globo.

Ministro Vidigal, a Globo hoje é um hábito do brasileiro, seu e meu e daqueles que nos vêem e ouvem pela TV Senado neste momento.

A TV Globo tem credibilidade. E tem credibilidade por quê? Porque faz por onde. E faz por onde por quê? Porque tem os telecursos, que não rendem nenhum faturamento, creio eu, desde as 05h. É o curso profissionalizante, é o primeiro grau, é o segundo grau. O Globo Repórter, eu não sei se é rentável, mas do ponto de vista de transmissão de cultura e educação é da melhor qualidade para o povo do Brasil.

E o entretenimento, as novelas, muito já se falou sobre as novelas. E a informação no plano nacional e internacional; o custo do jornalismo, o Jornal da Globo, o Bom Dia Brasil, o Jornal Nacional - o poderoso Jornal Nacional.

A Globo é um patrimônio nacional. A Embraer consegue vender avião para os Estados Unidos e Inglaterra. E a Globo é um orgulho brasileiro.

O que vim aqui dizer - e acho que já me estendi por mais tempo do que devia - é que nós temos de ter a consciência de que a Globo é um hábito do Brasil e que um hábito, um patrimônio tem que ser, como vem sendo, bem usado porque ele faz opinião. Deu na Globo, tem força de verdade.

O Sr Marco Maciel (PFL - PE) - Senador José Agripino, V. Exª me concede um aparte?

O SR JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Com muito prazer, Senador Marco Maciel.

O Sr Marco Maciel (PFL -- PE) - Serei breve, nobre Senador, mas gostaria de, ao tempo em que felicito a manifestação de V. Exª, dizer que houve bem o Senado prestar esta homenagem pela passagem dos quarenta anos de existência da Rede Globo de Televisão. A meu ver, a Rede Globo de Televisão ajudou, como aqui foi lembrado, a integrar o País, mas também, e sobretudo, a promovê-lo no exterior. Eu diria, sem estar exagerando, que concorreu, e muito, para melhorar a imagem do Brasil no exterior. Isso se deve, basicamente à visão que tinha o Dr. Roberto Marinho, que foi capaz de ser coetâneo das grandes aspirações nacionais; isto é, ele compreendeu a importância do rádio quando o rádio era novidade; ele ousou quando estabeleceu uma rede de televisão, tendo mais de sessenta anos, por entender que a televisão seria talvez uma das mídias do futuro. Portanto, foi uma pessoa que viveu companheiro do seu tempo e, mais do que isso, pensando o País. Ele era, sobretudo, um jornalista, como gostaria de ser definido, mas o era também um empresário. No entanto, mais do que tudo, ele era um cidadão republicano, porque buscava, ao promover os seus empreendimentos, fazê-lo em compatibilidade com as exigências do Brasil. Por isso, mais do que um jornalista e mais do que um empresário, ele foi um homem público, porque o conceito de homem público não se circunscreve ao fato de disputar eleição ou exercer cargos no Poder Executivo ou no Judiciário. Homem público é todo aquele que certamente tem aquilo que Machado de Assis certa feita chamou de instinto de nacionalidade, ou seja, aquele que é capaz de amar o País e fazê-lo maior. E Roberto Marinho foi a síntese do empresário e jornalista que teve essa visão. Por isso, felicito V. Exª quando exalta o papel da criatura mas também chama atenção para a importância do criador.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Senador Marco Maciel, V. Exª, com seu aparte lúcido, atual e perspicaz, enseja-me dizer o que penso do Dr. Roberto Marinho. Era um cidadão de carne e osso, com virtudes e defeitos, e cujo limite da transigência, na minha opinião, era o interesse coletivo.

Ouço, com muito prazer, o aparte do Senador Eduardo Azeredo.

O Sr. Eduardo Azeredo (PSDB - MG) - Caro Líder, Senador José Agripino, associo-me às homenagens feitas à Rede Globo pelos 40 anos e ressalto alguns aspectos já mencionados neste plenário, especialmente a integração, que me parece ser uma das principais contribuições da emissora ao Brasil. Um País como este, um País que é um continente na verdade, tem, por intermédio da Globo, uma integração de cultura e de tudo o que acontece no Brasil. Há o caráter educativo de vários dos projetos da Rede Globo. A Fundação Roberto Marinho traz apoio fundamental à educação do País, ponto de relevante importância, senão a mais importante área que a iniciativa privada pode apoiar. O jornalismo da Globo é de alta qualidade e mostra que, nesse segmento, o Brasil não deve a nenhum outro; pelo contrário, até exporta tecnologia e qualidade. Quando temos a oportunidade de viajar, às vezes nós temos a surpresa de assistir à Globo. Estava na Rússia, há um tempo, e, quando liguei a televisão, estava passando uma novela brasileira, com artistas brasileiros, mas dublada em russo. E que saudade senti do Brasil! E era a Globo que estava ali, trazendo essa pontinha de bom momento. De maneira que quero trazer também o meu aplauso, os meus cumprimentos a todos esses funcionários pelos quarenta anos de sucessos, de vitórias. Que a Globo continue sendo uma empresa que consegue levantar bem os valores principais do Brasil e divulgá-los para toda a nossa população.

O SR. JOSÉ AGRIPINIO (PFL - RN) - Agradeço o aparte de V. Exª, Senador Eduardo Azeredo, porque me enseja a fazer um comentário a mais. Foca V. Exª a ação da Rede Globo, do Dr. Roberto Marinho, daqueles que fazem as Organizações Globo na questão da educação e da cultura, sem esquecer a Fundação Roberto Marinho, que, no meu entendimento, é uma instituição modelar e que tem ajudado na preservação do patrimônio histórico brasileiro, haja vista o Pelourinho, Ouro Preto, e na divulgação do que temos de melhor para mostrar aos brasileiros e aos homens do mundo.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Permite-me V. Exª um aparte, Senador José Agripino Maia?

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Com muito prazer, nobre Senador Edison Lobão.

O Sr. Edison Lobão (PFL - MA) - Senador José Agripino, ouço com muita atenção o discurso de V. Exª. Recordo-me de que, no começo dos anos setenta, Brasília erguia-se definitivamente como centro administrativo e político deste País. Foi nesse momento que a administração superior da Globo decidiu implantar aqui a sua própria emissora, a sua geradora. Então, eu fui convidado para ser o primeiro editor de jornalismo da Globo aqui em Brasília. Na inauguração da emissora, aqui vieram o Dr. Roberto Marinho, Armando Nogueira, que era o Diretor de Jornalismo; Alice Maria e o Boni. A instrução que recebi de todos eles era que aqui se produzisse um jornalismo altivo, sério; enfim, um trabalho à altura do merecimento de uma emissora como a Rede Globo. E assim procuramos fazer. Daí por diante, só houve crescimento e aperfeiçoamento em tudo quanto essa emissora extraordinária faz em benefício da nossa sociedade, sim, mas até levando o nosso nome ao exterior, como aqui tanto se disse. Cumprimentos a V. Exª pelo belo discurso que faz.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Senador Edison Lobão, V. Exª, que é testemunha ocular - foi ator presente de um momento - ratifica aquilo que eu já disse. O Dr. Roberto Marinho, homem de virtudes e defeitos, foi um homem de muita coragem cívica. Ele convidava as pessoas sem fazer nenhuma censura do seu matiz ideológico. Ele queria que eles se manifestassem e queria o talento deles. Com relação à questão ideológica, ele absorvia a responsabilidade de levar ou não, ou de como levar ao ar.

Agradeço a riqueza do aparte de V. Exª, que incorporo ao pensamento e à formulação do que estou acabando de dizer.

            Com muito prazer, ouço o Senador Pedro Simon.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Agradeço a concessão do aparte a V. Exª. Hoje, este Congresso faz uma homenagem mais do que justa àquela que é o orgulho brasileiro: a Rede Globo de Televisão. Somos obrigados a reconhecer que, quando analisarmos onde o Brasil conseguiu despontar, avançar, a Rede Globo é uma demonstração da capacidade de ser da nossa gente. Se conseguimos produzir o melhor que há de televisão no mundo e podemos ter um padrão que não deixa nada a desejar, significa que o Brasil tem realmente as condições e a capacidade de chegar lá quando quer. O Sr. Roberto Marinho é realmente um exemplo fantástico disso. Nunca vou me esquecer o dia em que o Dr. Ulysses, Presidente do PMDB, convidou-me para fazer uma visita ao Dr. Roberto Marinho a fim de tratar de um assunto do interesse do partido. O Dr. Roberto Marinho estava em véspera de mudança da programação anual e todas as paredes estavam tomadas pela programação semanal da Rede Globo. E ele falava do futuro, do que iria ser feito. Fiquei olhando e pensando que era algo que ele não chegaria lá. Ele dizia: “Sei o que vocês estão pensando, mas sempre falo assim. Eu falo e lanço como deve ser a programação e assim os meus filhos e colegas de trabalho ficarão sabendo, muito depois que eu morrer, aquilo que eu pensava e desejava que acontecesse”. Vejo, com muita alegria, que, realmente, seus filhos e sucessores continuam esse trabalho. Sou um homem que tem orgulho da Rede Globo, porque ela é, assim como algumas instituições do Brasil, a prova cabal de que o País pode dar certo, que tem condições de dar certo, basta que alguém queira e tenha a capacidade de fazer acontecer. Por isso, o meu abraço muito fraterno aos irmãos Marinho, por continuarem essa obra tão importante, que temos de ajudar, com a qual temos de trabalhar e para a qual temos de torcer e rezar, a fim de que continue dando cada vez mais certo. Obrigado, Senador José Agripino.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Obrigado, Senador Pedro Simon. Por exigüidade de tempo, deixo de fazer comentários sobre a sua palavra, que farei, ao final da minha fala, que está próximo.

Senador Magno Malta, ouço, com muito prazer, o seu aparte.

O Sr. Magno Malta (Bloco/PL - ES) - Senador José Agripino, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Ministro, Roberto, este é um dia feliz para mim. A minha volta a esta Casa é marcada por este dia em que se comemora, com esta sessão solene, os quarenta anos da Rede Globo. Não tenho profundo conhecimento da história e jamais falaria como os Senadores Antonio Carlos Magalhães, José Sarney e Tasso Jereissati. Também não tenho muita cultura nesse assunto, nem sou homem de negócio. Quando a Rede Globo começou, eu tinha seis anos de idade. Lembro-me da novela “Irmãos Coragem” a que, na casa de seu Almeidinha, ao lado da minha, eu assistia, todos os dias, pela janela, com meus irmãos. Significativamente, aquilo marcou minha vida. Sou filho de pobre e o que me chama atenção, na Rede Globo, são temas que marcaram a vida da sociedade de forma profunda. Por exemplo, com a Fundação Roberto Marinho, as pessoas sem acesso à escola, que precisavam ir trabalhar muito cedo e voltavam para casa muito tarde, por meio do Telecurso, tiveram condição de adquirir conhecimentos e, a partir daí, serem inclusos na vida da Nação. Considero isso extremamente importante. Estudei em escola pública, fiz três vestibulares e não passei em nenhum. Por isso, considero muito importante e de boa saúde para a vida da sociedade a Fundação Roberto Marinho, com seu Telecurso, que, ainda hoje, é significante para a vida de milhares de cidadãos brasileiros. Quando Deputado Federal, na CPI do Narcotráfico, algo marcou significativamente a minha vida: a cobertura que a Rede Globo fez. A Globo News mostrou ao vivo aquele momento em que se tirava o véu da impunidade diante dos olhos da Nação, revelando um Estado bandido dentro do Estado de direito. Lembro-me bem de uma investigação no Acre, quando para lá fomos, sobre um homem que serrava gente. De onde recebemos as informações? De Mônica Torres, uma jornalista de O Globo, que passou dois anos naquele Estado investigando a matéria. Marcou-me significativamente aquele momento e, a partir dele, um outro, com a novela “O Clone”, quando a Rede Globo mostrou, pela primeira vez, a necessidade da criação da Justiça Terapêutica para o Brasil. Ou seja, fazer-se a separação entre o dependente e o usuário; entre aquele que precisa ser acolhido nos braços e aquele que precisa receber um puxão de orelhas e também orientação, a chamada Justiça Terapêutica, que, certamente, esta Casa dará ao Brasil, ainda este ano, na nova Lei de Narcotráfico. Encerro o aparte, mencionando ainda uma outra coisa extremamente importante. A Globo trata de assuntos cruciais para a vida da sociedade, e um dos que chama mais a minha atenção - porque refere-se à minha classe, à minha raça - é o racismo no País. Foi a Globo que, de uma maneira muito ousada, entregou postos importantes do seu telejornalismo para negros no Brasil, a saber, Heraldo Pereira, Delis Ortiz, Glória Maria, Zileide Silva, e assim sucessivamente. São de dar inveja a qualquer branco os postos importantes que a Globo, de forma muito ousada, acolheu para si, num País onde ainda há tanto racismo, mostrando à Nação que podíamos abolir definitivamente tal preconceito com esse tipo de prática. Por isso, fico feliz e honrado de estar hoje aqui. Fui acordado muito cedo, no meu Estado, pelo jovem Caffé, Diretor da Gazeta há 38 anos - ele nasceu dois anos depois da inauguração da Rede Globo -, exigindo que eu estivesse nesta sessão. Eu disse: “Vou viajar às 8 horas, Caffé, no mesmo vôo em que você vai, e lá estarei”. A Rede Globo, sem dúvida alguma, faz parte da vida de todos, e nós, do Espírito Santo, recebemos os sinais pela TV Gazeta, uma empresa muito importante do Estado. Muito obrigado, Senador José Agripino.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL - RN) - Sr. Presidente, Dr. José Roberto Marinho e Dr. João Roberto Marinho, encerrarei o meu pronunciamento.

A Globo faz parte da vida do brasileiro - essa é uma verdade insofismável -, com méritos, pelas suas campanhas humanitárias, pelos seus programas educativos, pelas suas novelas que fazem parte dos hábitos do brasileiro. Na área de entretenimento, cito a Fórmula 1, que é transmitida pela Globo. A melhor programação do campeonato de futebol também está na Globo. Enfim, a emissora abre completamente o espectro, mas tem algo fundamental: a credibilidade na informação. E esse fato ocorre por uma razão muito simples. Nunca vi - posso ainda vir a ver - a Globo tergiversar ou negociar com a verdade dos fatos.

Concluo dizendo que é muito grande a responsabilidade de Roberto Irineu, de José Roberto e de João Roberto, sucessores do Dr. Roberto Marinho, porque V. Sªs conduzem um patrimônio nacional que faz opinião e deve ser posto a serviço do interesse coletivo. É preciso que seja assim, já que se trata de patrimônio brasileiro.

De coração aberto, exponho o meu pensamento. Creio que estamos, por meio desta sessão de homenagem, fazendo um pacto e uma profissão de fé para o futuro. O Congresso Nacional, pelos seus talentos, pelas suas lideranças e pelos seus membros, tem a obrigação de debater, de discutir e de votar o interesse coletivo. Vamos nos juntar e fazer com que o exemplo do Dr. Roberto Marinho se perpetue. Que, na presença dos seus filhos, que conduzem a Rede Globo de Televisão, faça-se o pacto e que o limite da transigência seja o interesse do povo do Brasil!

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2005 - Página 13041