Discurso durante a 54ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de televisão.

Autor
Demóstenes Torres (PFL - Partido da Frente Liberal/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 40 anos de atividade da Rede Globo de televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 04/05/2005 - Página 13052
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, FORMAÇÃO, CULTURA, BRASILEIROS.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Sr. João Roberto Marinho, Sr. Ministro Ciro Gomes, Sr. Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Srªs e Srs, a Rede Globo de Televisão, para quem, como menino, aprendeu a conhecê-la é algo de extraordinário.

Primeiro houve uma briga muito grande entre os intelectuais brasileiros e a Rede Globo, que, na realidade, acabou fomentando a cultura nacional.

Lembro-me, quando menino, dos festivais, como o Festival Internacional da Canção; do Sítio do Pica-Pau Amarelo, a primeira versão naturalmente; de programas que prendiam a população, como a Grande Família, que hoje tem uma reedição; das peças de teatro que eram apresentadas, algumas de Tchekov; de casos especiais fabulosos, que faziam com que nós, do interior brasileiro - sou de Goiás -, pudéssemos admirar sinceramente toda aquela programação. Nós ficávamos presos ao vídeo.

A Rede Globo tem um papel em nossa formação cultural. A Fundação Roberto Marinho conseguiu colocar vários serviços à disposição do jovem, principalmente, para auxiliar a formação dele, de modo que ele pudesse colher na TV a informação que não recebia na escola,

Logo depois, veio um ciclo extraordinário de novelas, que fez com que grande parte da população brasileira se ligasse à Rede Globo. Criou também um sucedâneo da Voz do Brasil, o Jornal Nacional. A era do rádio foi brilhantemente sucedida por um programa que integrava realmente o Brasil e ao qual o povo de todo o País assiste até hoje.

Eu mencionei os intelectuais e as brigas deles com a Rede Globo. Eles pensavam que, em vez de educar os jovens, ela facilitaria o contato deles com o regime vigente. Mas mesmo os intelectuais logo se renderam à Rede Globo. Lembro-me de que Chico Buarque e Caetano Veloso fizeram programas musicais para a Globo. Grandes artistas nacionais que antes se recusavam a trabalhar para a Rede Globo também foram lá mostrar todo o talento que tinham.

Muito bem, a Rede Globo, para quem está na mesma faixa etária que eu - estou com 44 anos - é referência, é diversão, é um veículo de instrução. Lembro-me com carinho de tantas pessoas que já se foram e que passaram pelas telas da Globo. Eu me lembro da morte do ator Sérgio Cardoso, ocorrida, se não me engano, em 1972 ou 1973. Nós todos chorávamos. Ele foi sucedido na novela por outro grande ator. A Globo faz com que as emoções efetivamente sejam absolutamente sinceras, porque é cativante.

Hoje, a Rede Globo continua prestando esse serviço inestimável. O Dr. Roberto Marinho se foi, mas, na pessoa de V. Sª, quero saudá-lo por essa contribuição fantástica que a Rede Globo, sem nenhum trocadilho, dá ao Brasil.

Estendo essa saudação a um homem que aqui se encontra, Dr. Jaime Câmara Filho, representante da filiada da Globo no Estado de Goiás, que conseguiu fazer com que a programação estadual se coadunasse com a programação nacional, tivesse o mesmo nível de qualidade e o mesmo apreço da população.

Ao saudarmos V. Sª e a Rede Globo, estamos saudando todos os brasileiros, porque, sem sombra de dúvida, cada um de nós, sem qualquer demagogia, guarda no coração e na lembrança, no mínimo, dez grandes passagens de tudo o que viu nessa história monumental que a Rede Globo ajudou a construir.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Muito obrigado, Srªs e Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/05/2005 - Página 13052