O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Cara Presidente, Senadora Serys Slhessarenko, Srs. Senadores, ocupo a tribuna para manifestar minha imensa alegria diante do encontro entre os países sul-americanos e os países árabes, encontro que confirma a sólida liderança internacional do Presidente Lula e faz com que o mundo inteiro desvie seu olhar para a América do Sul e para a América Latina e reconheça o Brasil como um país de grande significado político efetivo no cenário internacional.

No mundo das relações multilaterais, num mundo em que, mais do que nunca, se impõe que os países do planeta se afirmem no plano político-econômico e de suas convicções culturais, o Brasil tem desempenhado um papel histórico ao romper com o conceito de país periférico, ao se afirmar no cenário internacional e obter o reconhecimento dos dirigentes internacionais. Aliás, recentemente a Secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, reconheceu o Brasil como grande líder e país com futuro sólido nas relações multilaterais.

Só temos a comemorar diante da chegada inédita de 33 representantes para o encontro de países sul-americanos e países árabes. Esse encontro é reflexo do reconhecimento da grandeza do nosso País e, ao mesmo tempo, uma demonstração da maturidade que tem o Governo brasileiro hoje: ao mesmo tempo em que desvia o olhar para os países árabes, buscando o fortalecimento necessário das relações multilaterais, a consolidação do comércio, tem a preocupação em consolidar as relações fraternas com os irmãos sul-americanos, resolvendo desentendimentos, como o que está ocorrendo com os nossos irmãos argentinos, e, ao mesmo tempo, procurando dar contornos mais firmes ao horizonte de expansão da América do Sul, no conceito que o Presidente Lula, juntamente com o Ministro Celso Amorim, têm tentado enfatizar de uma comunidade sul-americana de nações.

Causa-me grande alegria este encontro histórico em que o Governo brasileiro se afirma no cenário das relações multilaterais. Temos indicadores favoráveis relativamente às exportações, relativos à balança comercial brasileira. Para melhor entender o que está acontecendo em relação ao Brasil e os países árabes, cito as seguintes informações de jornais: “Exportações brasileiras paras os países árabes cresceram 16% nos dois primeiros meses do ano”. Esse é um dado significativo, é um dado que confirma uma decisão política que foi acompanhada de uma prática de relação comercial e relação diplomática que deram certo.

Todos são sabedores da visita do Presidente Lula, no ano passado, aos países árabes. Lá, ao falar para aqueles líderes, o Presidente Lula recebeu de 22 chefes de nações árabes manifestações de apreço e um elogio entusiasmado ao ser aplaudido de pé. Isso demonstra um Ministério das Relações Exteriores preparado, com profundidade de entendimento quanto ao desafio que se impõe para o País no terceiro milênio. Esses dados práticos confirmam que o Brasil não perde de vista uma relação sólida do ponto de vista comercial, o que significa a entrada de investimentos no País, o que significa a consolidação da atividade empresarial e industrial brasileira e a abertura de horizontes para nos afirmarmos, cada vez mais, do ponto de vista político, para obtermos mais e mais respeitabilidade no cenário internacional.

Os números, que são considerados satisfatórios pelos dirigentes da Câmara de Comércio, são reconhecidos também pelo Governo brasileiro. A CCAB confirma essa crescente e extraordinária afirmação das relações comerciais com as comunidades árabes, e esse encontro que ocorrerá hoje, amanhã e depois vem, seguramente, expressar a satisfação do povo brasileiro.

Há uma grande movimentação diplomática, nove mil policiais fazem a segurança dos chefes de Estados, há movimentação cuidadosa da diplomacia do Itamaraty para dar uma boa acolhida aos visitantes e deixar uma boa lembrança associada a um país em emergente situação de liderança internacional, como é o Brasil, com sólidas possibilidades de expandir suas fronteiras comerciais com o mundo árabe. Não tenho dúvidas de que todo o povo brasileiro se orgulha deste momento e do nosso Chefe de Estado, que é o Presidente Lula.

Tenho convicção de que este momento representa um reconhecimento do avanço da balança comercial brasileira. Quando olhamos a relação da balança comercial do Brasil com os países sul-americanos, quando analisamos a série histórica da balança comercial brasileira com os irmãos africanos antes do Governo do Presidente Lula e a observamos agora, constatamos que o momento é de ânimo, de esperança sólida. Quando observamos a relação com os países da Ásia, observamos a estabilidade e a decisão política que tem o Presidente Lula de assegurar um novo horizonte comercial para o Brasil. O significado é benefício econômico direto, é alcance social direto para a sociedade brasileira.

Não tenho dúvidas de que, de acordo com este reconhecimento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira de que os números confirmam um crescimento de nossas exportações da ordem de 16%, é um momento de boa lembrança, de comemoração, e tenho certeza de que o Senado brasileiro saberá ocupar esses dois dias com um debate nacional necessário e atual para informar, da melhor maneira possível, cada cidadão brasileiro acerca dos horizontes de crescimento e das relações internacionais do nosso País, que nos causam orgulho e nos enchem de satisfação.

O Ministro Celso Amorim, cada vez mais, se afirma como um dos homens mais bem preparados do Estado brasileiro, conduzindo com enorme equilíbrio e lucidez o Itamaraty. Acompanharemos todos cada passo desse encontro de cúpula entre árabes e sul-americanos, encontro que trará muitos frutos. Estamos diante da consolidação de nossas relações com os irmãos africanos e asiáticos e, com isso, preparando o caminho para que a União Européia e os próprios americanos, sólidos hoje acima do México, olhem o nosso País de maneira mais positiva, entendendo que essa abertura das relações multilaterais, essa confirmação das ações de um país da altura do Brasil estarão marcando o Brasil do século XXI.

Então, a minha manifestação na tribuna é um reconhecimento, como falou o eminente Senador Pedro Simon, da importância desse encontro e sobretudo da valorização da liderança de estadista do Presidente Lula no cenário das relações multilaterais.