O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, foi com muita alegria, nesse final de semana, que comemoramos duas atividades muito promissoras para minha região. Uma foi o apitaço que fizemos em todo o Estado ao meio-dia de sexta-feira - comandei o evento na capital -, comemorando o edital de transposição do São Francisco. Foi uma alegria muito grande para o meu Estado receber essa notícia. A outra foi o fato de ter tido a oportunidade de entregar dez toneladas de sementes de mamona, em Campina Grande, ao consórcio do Cariri, no Planalto da Borborema, para que pudéssemos dar partida ao plantio do produto, que tem que ocorrer até o final deste mês, tendo em vista a produção de biodiesel no meu Estado.

Sabemos que o Estado de V. Exª, Sr. Presidente, está muito adiantado no cultivo de mamoma para a produção de biodiesel, mas o meu ainda está engatinhando. Como havia dificuldade de conseguir as sementes, fiz essa doação de dez toneladas, o suficiente para plantar nos quatro municípios que têm plantio obrigatório neste mês.

Queria exatamente registrar esse fato e ressaltar que todo mundo está muito confiante nessa produção de biodiesel, que será uma riqueza para o nosso Estado e para a nossa região.

Se Deus quiser, com a água do São Francisco, poderemos resolver parte dos problemas da região. Ouvimos muitos falando sobre o assunto, mas convém observar que o São Francisco passa por Minas Gerais e pela Bahia; nós vamos tirar água lá em baixo, em Cabrobó, o que não vai atrapalhar nada lá em cima, nem ninguém. Logo em seguida, essa água será lançada ao mar.

Para nós, é muito importante que essa água chegue, principalmente para o meu Estado, que tem a pior situação hídrica de todos os quatro Estados fadados a essa transposição. Por isso, a comemoração.

Em meu Estado, até existem barragens grandes, mas, como a evaporação é intensa e o solo é muito salino, a água é tão salobra que chega ao ponto de, em Campina Grande, por exemplo, na época de seca, não produzir espuma. O excesso de sal na água corta a espuma do sabão. Quando tomamos banho, o sabão não faz espuma, pois a salinidade é grande demais. Com a água permanentemente caindo, passamos a utilizar aquela reserva hídrica sempre parada e que não utilizamos para outros fins. Com as terras baratas, poderemos concorrer em investimentos. E é exatamente isso o que temem pessoas de outros Estados. Eles não brigam por causa da água; brigam por causa de outros investimentos. E brigam por causa de investimentos porque as terras às margens do rio São Francisco são muito caras. Mas, no momento em que puxamos um filete e a água alcança terras baratas, a condição de produção é espetacular. E essa água será economizada, o processo será feito por gotejamento, não por imersão, como nas margens, nem por aspersão.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - V. Exª me permite um aparte, nobre Senador Ney Suassuna?

O SR. NEY SUASSUNA (PDMB - PB) - Pois não. Com muita satisfação.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Felizmente, não vou entrar no tema abordado no pronunciamento de V. Exª. Não farei água em seu discurso. O que pretendo, na realidade, é pedir a palavra pela ordem, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Heráclito Fortes, V. Exª tem a palavra pela ordem.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria apenas de registrar, com orgulho, a presença em plenário da delegação de parlamentares sul-coreanos que compõem a Comissão de Infra-Estrutura do Congresso daquele país. S. Exªs nos visitam nesta tarde, curiosos que estão para saber dos avanços que estamos obtendo no Brasil, principalmente no que diz respeito às PPPs. É com muita satisfação que recebo a todos, e faço votos de que essa viagem, a primeira que o Parlamento realiza com tal objetivo, seja o início de uma parceria altamente salutar entre o Brasil e o distante país amigo, a Coréia do Sul.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - E V. Exª o faz muito bem, nobre Senador, pois a Coréia do Sul é um exemplo para o mundo. Se não a maior, é uma das maiores produtoras de navio. Quando ocupávamos o segundo lugar, eles nem tinham posição. Atualmente, nós nem existimos, e eles são potentíssimos na indústria naval e automobilística, na tecnologia de ponta. É um povo exemplar do ponto de vista de força de vontade e de determinação.

Parabéns! Sejam muito bem-vindos.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL - PI) - Agradeço a V. Exª pela permissão de interrupção do pronunciamento. Mas quero crer que seja relevante para esta Casa e de justiça a intervenção que ora faço.

Muito obrigado.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Eu que agradeço, Senador Heráclito Fortes.

Voltando ao tema, Sr. Presidente - e agradecendo a gentileza de V. Exª -, registro esses dois eventos, que são marcantes para nós. Com toda certeza, também anuncio outra alegria nossa, a BR-101, que vem desde o sul, em dupla, até o norte, passa pelo meu Estado, vindo de Pernambuco e seguindo para o Rio Grande do Norte.

Mas houve um empecilho. O Tribunal de Contas da União, fazendo uma comparação entre a BR-101 sul com a BR-101 norte, estava prestes a impugnar a concorrência, o que atrapalharia a obra. Temos R$400 milhões no Orçamento deste ano. Imediatamente, o Ministério dos Transportes retirou, e pediu ajuda às Bancadas. Nós nos reunimos e fomos ao Tribunal de Contas da União, que foi extremamente ágil e, em um minuto, montou uma nova sistemática.

Quem vem de Pernambuco com destino à Paraíba passa por uma região muito fértil, cuja terra é de aluvião, na região de Goiana. Naquele trecho, a estrada tem que ser de concreto armado, com ferro, já que a terra é muito solta e cede com facilidade. Não pode ser asfalto. O Tribunal de Contas da União indagava por que ali é mais caro. A razão é essa. Empregaram a seguinte sistemática: as três frentes - que foram as do edital - serão acompanhadas concomitantemente pelo Tribunal de Contas da União, que adotará os parâmetros para outros trechos da estrada. Dessa forma, conseguiu-se aprovar a tempo. Esperamos que, nos próximos sessenta dias, seja dada a ordem de serviço para as frentes de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Sonho com a Paraíba sendo cortada pelas duas estradas, vindas de Salvador, trazendo os turistas que sobram naquela cidade, passando pela Paraíba para conhecer nossas belíssimas praias e nossos encantamentos, seguindo até os Lençóis Maranhenses, passando pelo Piauí, que é de uma beleza ímpar. Penso que o Nordeste tem muito a ganhar com isso. Com segurança, será possível, pois é importante para a economia e para o turismo, em todos os aspectos.

São essas as comemorações pelas quais nós da Bancada brigamos permanentemente.

E anuncio, Senador Efraim Morais, a criação de um fórum permanente dos três Estados (Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), a fim de que os nove Senadores acompanhem o andamento da obra e não permitam, em momento algum, sua paralisação. Devemos realizar uma reunião para a qual V. Exª já está convidado, em primeiríssima mão. V. Exª tem sido companheiro nessas causas. Criaremos um fórum permanente dos Senadores dos três Estados. Podemos até convidar os Deputados para acompanhar o andamento das obras da BR-101, que será uma rodovia de muita produção e de muito interesse para todo o Nordeste.

Eram as comunicações que gostaria de fazer, Sr. Presidente. Agradeço a gentileza de V. Exª, que tem sido um companheiro ímpar nesta Casa.

Muito obrigado.