O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em boa hora, o arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares, trouxe ao debate na Igreja Católica do Amazonas o receio de que venha ocorrer na Capital de meu Estado processo de deterioração equivalente que se registrou em São Paulo a partir dos anos 60.

Naquela década, a Cidade de São Paulo passou a viver forte ritmo de industrialização, levando-a a uma situação de quase ingovernabilidade, com ocupação desordenada do espaço e falta de infra-estrutura.

No entender do ilustre Arcebispo, Manaus também está ameaçada de descontrole urbano. Explica ele que o crescimento da indústria na Zona Franca dissemina a idéia de que ali há empregos sobrando, o que não corresponde à realidade.

O resultado, ilustra o prelado, é a ocupação desordenada de Manaus, com muita gente sem teto vivendo ao relento ou debaixo de pontes. Não há escolas para todos, sendo mínimas as condições até mesmo de sobrevivência.

Dom Luiz Soares adverte, segundo matéria publicada na edição de 14 de maio do jornal Amazonas em Tempo, que também são graves os aspectos éticos e morais da sociedade. E diz: A busca do lucro a qualquer custo tornou-se a grande lei e a pessoa humana ficou em segundo plano.

O Arcebispo deu como exemplo a corrupção eleitoral, explicando que, nas campanhas, o que vale são os desvios, a começar pela compra de votos, apesar da legislação que inibe essa prática, sem, contudo, eliminar tais vícios.

Para o debate promovido pela Igreja Católica, Dom Luiz selecionou o que considera como principais desafios e que devem ser encarados pela sociedade com absoluta prioridade. Esses desafios são: família, iniciação cristã, juventude, pastorais sociais, formação de agentes comunitários e educação.

Parabéns ao Arcebispo.

Era o que eu tinha a dizer.