O SR. DELCÍDIO AMARAL (Bloco/PT - MS. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiramente gostaria de cumprimentar o Senador Fernando Bezerra. S. Exª fez aqui um depoimento muito claro, de bom senso e equilibrado, como é efetivamente o estilo dele.

Não é a primeira vez que eu vejo o Senador Fernando Bezerra vir à tribuna e se mostrar de maneira absolutamente transparente, como homem de bem que é. Por tudo aquilo que ele disse e também pelo que me foi informado, especialmente com relação ao discurso do Deputado Roberto Jéfferson, numa avaliação muito tranqüila e serena, está absolutamente caracterizado que é um fato isolado, associado a um chefe de departamento.

O Governo Federal foi muito ágil ao demitir, ao afastar o diretor da área, ao instaurar um inquérito nos Correios. O Ministro das Comunicações e o Ministro da Justiça providenciaram a atuação da Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União.

Sr. Presidente, é importante também destacar que o Dr. Cláudio Fontelles ontem indicou um representante do Ministério Público para acompanhar as investigações da Polícia Federal. Com isso, efetivamente, teremos todas as condições de constatar que um fato absolutamente isolado, partindo de alguém que queria mostrar grandes relações com a República e com os altos escalões do Governo, na verdade, assumiu uma posição que não correspondia, de maneira nenhuma, à realidade que vivenciava e aos limites que teria como chefe de Departamento.

A mim me preocupa que, em virtude desse fato absolutamente repugnante, esse processo tome dimensões políticas inimagináveis. Daqui a pouco, Srªs e Srs. Senadores, por causa de uma gravação de um chefe de divisão ou de um chefe de setor, vamos falar em derrubada de Ministros. Devagar com o andor, meu caro Presidente, que o santo é de barro!

E pasmem, além da distribuição desse CD, relatado há pouco pelo Senador Fernando Bezerra, que conta a conversa, as histórias todas, inclusive falando de muitas pessoas de bem que foram vítimas de um grande boquirroto. Eu gostaria também de destacar que hoje está sendo distribuída uma carta deste próprio Chefe de Departamento, na qual se alega que ele efetivamente queria demonstrar conhecimento e que tinha respaldo.

Portanto, Sr. Presidente, eu lamento que um fato específico tomasse essa dimensão. Mas o tempo trará a realidade das coisas. Eu não tenho dúvida nenhuma que, depois de ouvidos ou de investigados os atores ou o ator principal desse fato lamentável, fique comprovado que as pessoas de bem envolvidas nessa verdadeira parafernália que representou esse diálogo gravado, efetivamente venham a ser acima de tudo, não só respeitadas, como já são, mas que também não passem por esse constrangimento infelizmente proporcionado por um “moleque” que estava à frente de um dos departamentos da diretoria da contratação dos Correios.

Os Correios não merecem esse tipo de atitude, até porque essa mesma figura pediu desculpas a toda a família dos Correios porque ela não merece isso e descarta absolutamente esse tipo de comportamento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.