Discurso durante a 63ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Precariedade das rodovias do Estado de Minas Gerais. (como Líder)

Autor
Hélio Costa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MG)
Nome completo: Hélio Calixto da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Precariedade das rodovias do Estado de Minas Gerais. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/05/2005 - Página 15425
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, DISCURSO, IDELI SALVATTI, SENADOR, QUESTIONAMENTO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, OPOSIÇÃO, CRITICA, ORADOR, INFERIORIDADE, PREÇO, PRIVATIZAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), TELECOMUNICAÇÕES DE MINAS GERAIS S/A (TELEMIG), GOVERNO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • APOIO, DELEGAÇÃO, REGIÃO, MUNICIPIO, MONTES CLAROS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REIVINDICAÇÃO, VOTAÇÃO, SENADO, RECRIAÇÃO, SUPERINTENDENCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (SUDENE), COMBATE, SUBDESENVOLVIMENTO, SOLICITAÇÃO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), RECUPERAÇÃO, RODOVIA, LIGAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, MOTIVO, IMPOSSIBILIDADE, TRAFEGO.
  • APOIO, SOLICITAÇÃO, MUNICIPIO, TUPACIGUARA (MG), MELHORIA, RODOVIA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).
  • EXPECTATIVA, ACORDO, GOVERNO FEDERAL, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), RECURSOS, RECUPERAÇÃO, RODOVIA, REGISTRO, NEGOCIAÇÃO, ITAMAR FRANCO, EX GOVERNADOR.

O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Pela Liderança do PMDB. Sem revisão do orador) - Muito obrigado. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vejo que a Senadora Ideli Salvatti voltou do Japão com um sabre afiado japonês. Certamente muito corretas as suas observações, Senadora Ideli. Muito fácil chegar neste palanque, como se diz lá no interior de Minas, e “sentar no próprio rabo e falar do rabo dos outros”.

O que acontece neste palanque diariamente, Srªs e Srs. Senadores, é esquecer com uma facilidade enorme o passado muito recente.

Quem acompanhou, como eu acompanhei, sendo mineiro, a venda de uma empresa como a Vale do Rio Doce por R$3,5 bilhões, sabendo que se estava entregando um patrimônio público, criado com o dinheiro do povo, dinheiro suado do trabalhador, e que hoje vale R$40 bilhões. Nesses poucos anos, uma empresa vendida por R$3 bilhões, vale R$40 bilhões. Ela produz de US$3 a US$4 bilhões por ano de lucro líquido. E isto foi permitido. Da mesma forma, venderam as empresas de comunicação que eram empresas-modelo. Vejam o exemplo de Minas Gerais. A Telemig era absolutamente modelo de empresa. Vendida a empresa, foram sete mil empregados para a rua, imediatamente após a venda, e continuam demitindo, porque o ser humano empregado não vale nada. Vale é o poder do dinheiro que se pagou para se comprar uma empresa e vale o fato de que agora esse dinheiro tem que produzir.

Faço essas observações porque gostaria de ver uma agenda mais positiva neste Plenário, nesta tarde, principalmente quando temos uma platéia tão bonita de jovens que vêm ver o trabalho do Congresso Nacional e que, certamente, devem levar a melhor impressão do que se faz aqui: como se propõe, como se trabalha, como se produz, como se faz um projeto caminhar.

Hoje pela manhã, por exemplo, fui visitado por uma delegação do norte de Minas, uma da regiões mais sofridas do meu Estado, que se compara ao Nordeste e ao Norte do Brasil. Estive com o Deputado Estadual Gil Pereira e com o Presidente da Câmara de Vereadores de Montes Claros, Vereador Ildeu Maia. Eles vieram lá de Montes Claros para me fazer um apelo, para pedir. E fomos até o Presidente do Congresso Nacional, o Senador Renan Calheiros, para pedir que se apresse o processo de aprovação da nossa Sudene, tão importante no passado, importante no desenvolvimento do Nordeste, do Norte, do norte de Minas. A região de Montes Claros deve todo o seu progresso industrial à Sudene, que de repente foi fechada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso em 2001. Fechada por quê? Uma série de escândalos que ocorreram naquele órgão levaram o então Presidente Fernando Henrique a extingui-lo.

Precisamos refazer esse órgão tão importante para o desenvolvimento industrial do nosso País, do nosso Estado de Minas Gerais, do Nordeste e do Norte. Foi o que o Presidente propôs em 2003. Esse projeto passou pela Câmara, está no Senado, já tem a aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, e esperamos que nos próximos meses, no mais tardar daqui a dois ou três meses, possamos ter novamente a Sudene trabalhando pelo desenvolvimento do nosso País, prestigiando as idéias, os pequenos empresários, que geram empregos, que produzem, que dão ao Brasil a capacidade de fazê-lo um grande País, uma grande Nação, e de melhorar, evidentemente, a vida de cada um dos brasileiros, notadamente das regiões mais pobres e mais carentes.

Da mesma forma, pedem-me os companheiros do norte de Minas, de Montes Claros, que renovemos o apelo ao Ministro dos Transportes para que a Rodovia 135, que liga Belo Horizonte a Montes Claros, possa ser recuperada. A estrada acabou, já não existe mais condição para que uma carreta possa passar pela estrada. Hoje, até mesmo carros de passageiros têm de dar uma volta, Senadores e Senadoras, de 140km, passando por Pirapora para sair do norte de Minas. Seria uma linha reta para Belo Horizonte, mas têm de fazer uma curva para poder chegar à capital, porque a estrada é intransitável, incapaz de ser utilizada.

Recebo também no meu gabinete os companheiros de Tupaciguara, que vêm pedir rigorosamente a mesma coisa, a melhoria da BR-452. A região do Triângulo Mineiro está sendo prejudicada economicamente pela falta de estradas.

Por isso, Sr. Presidente, subo novamente a esta Tribuna, pela quarta vez nesses últimos dois meses, para fazer este apelo em função das estradas federais. Minas Gerais é o Estado que tem a maior malha de estradas federais.

No ano de 1998, o Governo Itamar Franco continuou um trabalho de aplicação. Lamentavelmente, depois do Governo Itamar Franco, não se aplica mais, porque há uma demanda entre o Governo Federal e o Governo do Estado. No fim do Governo Itamar Franco, o Governo repassou R$780 milhões para o Governo do Estado pagar o décimo terceiro, e agora o Tribunal de Contas e o Governo Federal se julgam no direito de dizer que esse dinheiro era para recuperar as estradas. Não era. Esse dinheiro foi fruto de um acordo. Dinheiro devido a Minas Gerais, da ordem de R$1,5 bilhão, dos Governos anteriores, de Newton Cardoso para frente. O Governo Federal devia R$1,8 bilhão a Minas, pagou R$780 milhões e agora se julga no direito de dizer que esse dinheiro é que deveria ter recuperado as estradas de Minas Gerais.

É importante que o Governador do Estado acerte esses detalhes com o Ministro Palocci. Espero que possa o acordo ser refeito para a recuperação das rodovias federais, e que, uma vez mais, as regiões economicamente importantes do nosso Estado - o Triângulo Mineiro, o norte de Minas, a região do centro - possam voltar a ter um fluxo normal por meio das estradas de rodagem, que são as artérias do nosso Estado de Minas Gerais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/05/2005 - Página 15425