Discurso durante a 66ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a instalação da CPI dos Correios.

Autor
Efraim Morais (PFL - Partido da Frente Liberal/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Considerações sobre a instalação da CPI dos Correios.
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2005 - Página 16071
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • CRITICA, TENTATIVA, GOVERNO FEDERAL, IMPEDIMENTO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), ALEGAÇÕES, LOBBY, OPOSIÇÃO, OBJETIVO, PERDA, ESTABILIDADE, GOVERNO.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, DECLARAÇÃO, ALOIZIO MERCADANTE, SENADOR, ALEGAÇÕES, CONLUIO, PREJUIZO, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, OBSTACULO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO.
  • IMPORTANCIA, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), ANUNCIO, SESSÃO CONJUNTA, LEITURA, REQUERIMENTO, INDICAÇÃO, MEMBROS.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, concordo com o Senador Antonio Carlos Magalhães: temos de acabar com essa história de que cabelo branco é sinal de velhice. Acredito que o Senador Mão Santa realmente seja um pouco mais idoso do que V. Exª.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, creio que nunca foi tão fácil fazer parte da Oposição neste País. A Oposição está muito bem servida de matéria-prima, que, desde o primeiro dia do Governo petista, jorra aos borbotões do Palácio do Planalto e das demais instâncias do Executivo.

Sr. Presidente, não é mais com espanto que a sociedade brasileira assiste aos achaques do PT quando o assunto em pauta é a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito. De fato, a mascaragem moral do Governo Lula parece ter seus dias contados. A CPI dos Correios veio, de uma vez por todas, descortinar a frágil fachada impoluta do PT, cuja Bancada não cessa de, a todo custo, barrar sua realização sob alegações as mais reacionárias. E isso acontece no exato momento em que acusações de corrupção da máquina administrativa batem insistentemente à sua porta.

As declarações do eminente Líder do Governo, Senador Aloizio Mercadante, e, hoje, do Ministro José Dirceu, segundo as quais as elites brasileiras haveriam de estar tramando a desestabilização do País, são de um descabimento atroz, somente justificável na mente de quem procura chifres expiatórios em cabeça de cavalo. Eu diria que, lamentavelmente, essas declarações foram um verdadeiro tiro no pé do Senador e do Ministro. Não significa isso outra coisa senão o reconhecimento do descontrole, do descaminho e das graves inconsistências do Governo Lula.

Não por acaso, Sr Presidente, solicito sejam registradas na íntegra e transcritas nos Anais desta Casa as palavras do articulista político da Folha de S.Paulo, Clóvis Rossi.

Em uma das partes, Clovis Rossi definiu a reação virulenta do Senador Aloizio Mercadante como simplesmente ridícula! E mais, cito Rossi na coluna da última sexta-feira, dia 20:

Para ganhar o panteão mundial de tolices, o Mercadante poderia ter acrescentado que a conspiração que só ele vê está sendo financiada pelos grandes banqueiros, insatisfeitos com o maná do céu que é para eles o Governo do PT”.

Numa ironia que lhe é bem particular, Rossi, para arrematar, ainda alfineta: “segundo a visão do agudo analista Mercadante, grandes banqueiros são do andar de baixo, jamais da elite”. Na verdade, ao vender a pose de campeão mundial da ética na política, o PT se vale das mesmas e velhas práticas das operações-abafa da política brasileira. Ora, a exposição das vísceras da corruptível burocracia estatal não deveria, em hipótese alguma, ser considerada uma ameaça às instituições de um País, mas sim um imprescindível serviço ao seu melhor funcionamento.

Por detrás de tudo, o Brasil assiste a uma invasão inédita de nomeações políticas em áreas estatais, mormente estratégicas, com enorme perda de eficiência administrativa. No rastro, a partidarização do Estado adquiriu dimensões jamais registradas. O resvalo para o desvio de conduta e para a corrupção é, indefectivelmente, o passo seguinte.

Sr. Presidente, longe de ser uma mera denuncia inspirada em disputas políticas, o imbróglio dos Correios tem sido objeto de investigação não somente do Ministério Público como também da Polícia Federal e da Abin.

Sr. Presidente, pergunto a V. Exª se está encerrada a sessão, já que passamos das 19 horas.

 

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiro. PFL - MT) - Sr. Senador, a determinação anterior foi no sentido de que a sessão seria prorrogada por trinta minutos.

Como já são 19 horas e passados os trinta minutos da prorrogação, vamos prorrogar ainda agora a sessão por mais quinze minutos a fim de que V. Exª conclua o seu pronunciamento.

Temos ainda inscritos os nobres Senadores Ramez Tebet, César Borges, Eduardo Suplicy e, já agora, inscrito como Líder, o Senador Aloizio Mercadante.

Portanto, não havendo objeção do Plenário, prorrogaremos a sessão até que o último orador inscrito faça uso da palavra.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiro. PFL - MT) - Pela ordem, concedo a palavra a V. Exª.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, proponho que V. Exª prorrogue a sessão para que todos aqueles que estavam inscritos e que efetivamente não tiveram direito ao uso da palavra possam fazê-lo. Não entendo bem essa seqüência, de vez que a lista não é obedecida. Então, que todos tenham o direito a falar: os Senadores Ramez Tebet, Eduardo Suplicy, agora, o Líder Aloizio Mercadante e eu.

Estamos inscritos e aguardando pacientemente a tarde inteira. Chegam os Srs. Líderes, e a lista não é seguida, não é obedecida. Então, advogo que todos os que estão aqui para falar - e queremos falar - falem; que seja prorrogada a sessão; que o Senador Efraim Morais tenha tempo para concluir normalmente o seu pronunciamento; e que, depois, seja dado seguimento à lista de oradores, fazendo uso da palavra aqueles eventualmente inscritos.

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiro. PFL - MT) - Vamos continuar ouvindo todos os inscritos até as 20 horas. Possivelmente não precisaremos prorrogar por mais uma hora - espero que não, desde que todos respeitem o tempo.

            De qualquer sorte, fica prorrogada a sessão até as 20 horas para que todos tenham oportunidade de falar.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL - BA) - Sr. Presidente, parabenizo-o pela decisão.

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiro. PFL - MT) - Com as escusas da Mesa, devolvemos a palavra ao Senador Efraim Morais.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL - PB) - Sr. Presidente, para cooperar com a Mesa, peço que o meu discurso seja dado como lido. A idéia do nosso discurso já foi traduzida, concluindo pela necessidade de instalação de uma CPI, que será, efetivamente, realizada. Inclusive, a Mesa já convocou reunião conjunta, a realizar-se no plenário da Câmara dos Deputados, na próxima quarta-feira, às 10 horas, para a leitura do requerimento de instalação e a indicação dos membros.

V. Exª mesmo presenciou quando o próprio Líder do PT, o nosso querido companheiro Delcídio Amaral, disse da necessidade de mostrar a posição do seu partido. Desejamos que esse seja realmente o entendimento de todos os que fazem esta Casa, não só as Oposições, mas a própria Base do Governo queiram passar a limpo as questões dos Correios, do Waldomiro e tantas outras.

Se não há envolvimento dos Partidos “a”, “b” ou “c”, nós, que formamos o Congresso Nacional e somos homens e mulheres públicos, precisamos saber quem são os responsáveis pelos escândalos e pelos desvios que vêm acontecendo na atual administração.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2005 - Página 16071