Discurso durante a 66ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Importância da reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores, convocada para amanhã, a fim de tratar da questão da instalação da CPI dos Correios. Proposta da realização de dois jogos de futebol da Seleção Brasileira com a seleção mista da Coréia do Sul e outro com a seleção da Coréia do Norte, visando à reunificação e pacificação entre a relação entre ambas as Coréias.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). POLITICA EXTERNA.:
  • Importância da reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores, convocada para amanhã, a fim de tratar da questão da instalação da CPI dos Correios. Proposta da realização de dois jogos de futebol da Seleção Brasileira com a seleção mista da Coréia do Sul e outro com a seleção da Coréia do Norte, visando à reunificação e pacificação entre a relação entre ambas as Coréias.
Aparteantes
Almeida Lima.
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2005 - Página 16084
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • ANUNCIO, REUNIÃO, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DECISÃO, POSIÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, REGISTRO, OPINIÃO, ORADOR, APOIO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), ELOGIO, ATUAÇÃO, DELCIDIO DO AMARAL, SENADOR, LIDER.
  • COMENTARIO, OPINIÃO PUBLICA, DEFESA, ASSINATURA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), REGISTRO, DADOS, PESQUISA, REALIZAÇÃO, ORADOR, NECESSIDADE, FIDELIDADE, REPRESENTAÇÃO, POVO.
  • REGISTRO, OFICIO, DESTINATARIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ENCAMINHAMENTO, GESTÃO, EMBAIXADOR, GOVERNO ESTRANGEIRO, COREIA, PROPOSTA, REALIZAÇÃO, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, FUTEBOL, BRASIL, BENEFICIO, UNIFICAÇÃO, PACIFICAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jonas Pinheiro, agradeço a atenção de V. Exª para comigo e por ter prolongado a sessão até este horário, excepcionalmente, numa segunda-feira, em decorrência de fatos da maior relevância.

Senador Delcídio Amaral, considero extremamente importante a nossa reunião, marcada para amanhã às 20h30min. Quero transmitir a V. Exª, abertamente que, após dialogar com os Senadores Paulo Paim, Cristovam Buarque, Ana Júlia Carepa e outros, na semana passada expressei que avaliamos como mais adequado para o Presidente Lula e para a história do PT que assinássemos a CPI, mas que qualquer decisão que venhamos a tomar será após ouvirmos V. Exª e o Senador Aloizio Mercadante.

A orientação do Diretório Nacional não foi uma questão fechada e, caso o Presidente José Genoino possa vir à nossa reunião, considerarei muito positiva a sua presença.

Quero expressar, também, o sentimento que tenho ouvido da população, em todos os lugares por onde tenho andado. Estive em São Paulo, percorrendo diversos lugares, e conversei com os meus alunos, na Fundação Getúlio Vargas. Mais de 40 presentes recomendaram-me que eu assinasse a CPI. Hoje, estive em Maceió, fazendo uma palestra no Congresso de Direito Público. Ali, fiz uma consulta e quatro pessoas levantaram a mão para que não a assinássemos e mais de 400 para que nós, Senadores do PT, o fizéssemos.

Recebi 33 e-mails hoje: um contrário à assinatura e 32 favoráveis. Abri, em minha homepage no portal do Senado Federal na Internet, uma enquete e coloquei a opinião do Diretório Nacional abertamente. Até há cinco minutos, o resultado estava em 91,5% para que assinemos, 5,5% para que não assinemos e 3,75% sem opinião.

Esse estado de espírito coloca-me, e aos Senadores do PT, numa situação como nunca ocorreu desde que sou Parlamentar. Sempre procurei seguir a orientação do Partido e quero transmitir o enorme dilema que estou vivendo.

Entretanto, quero cumprimentá-lo, Senador Delcídio Amaral, pela maneira como vem procurando conduzir as nossas reuniões e os nossos trabalhos, para que a decisão que venhamos a tomar seja, de fato, ouvindo o Partido e procurando respeitar os colegas da Câmara dos Deputados e o Diretório Nacional, mas também o sentimento do povo e da própria base do Partido dos Trabalhadores.

O Sr. Almeida Lima (PSDB - SE) - Senador Eduardo Suplicy, V. Exª me concede um aparte?

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Eu quero apenas registrar isso, antes que V. Exª, Senador Delcídio Amaral, deixe o plenário, ressaltando a importância da decisão que amanhã iremos tomar.

Concedo o aparte ao Senador Almeida Lima.

O Sr. Almeida Lima (PSDB - SE) - Senador Eduardo Suplicy, agradeço a sua concessão de aparte. Receba V. Exª a minha homenagem, sobretudo pelo fato de que a história de V. Exª não justificaria decisão diferente dessa, nem desejo diferente desse. Espero que V. Exª, na reunião da Bancada do Partido dos Trabalhadores, aqui no Senado Federal, tenha condições - e sei que V. Exª as tem - de argumentação, para fazer com os seus Pares tomem a decisão que representa o seu desejo, já algumas vezes esboçado neste plenário. Parabéns, portanto. Que essa seja a decisão adotada. Precisamos continuar passando a limpo, para que, como disse há poucos instantes o Senador Arthur Virgílio, toda a classe política não seja envolvida nesse imbróglio, nessa sujeira que aí está. É preciso haver separação, haja vista que, se existem os maus, existem também os bons. A classe política, como um todo, não pode passar por má diante da sociedade brasileira, pois isso é muito ruim. É o que sinto hoje, por onde ando. Mas, com certeza, a classe política, com participação do nível de V. Exª, deve dar a reposta para que essa separação se faça presente. Muito obrigado, Senador. Parabéns.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Obrigado, Senador Almeida Lima.

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiros. PFL - MT) - V. Exª dispõe de dois minutos para a conclusão de seu pronunciamento.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Obrigado, Sr. Presidente.

Ressalto que considero importantes as declarações feitas, hoje, pelos Líderes José Agripino Maia e Arthur Virgílio de que, no que diz respeito à atitude do PFL e do PSDB diante dos argumentos que ouvimos na reunião do Diretório Nacional de que essa CPI seria apenas para desestabilizar as instituições e levar o Governo do Presidente Lula e o próprio Congresso Nacional à paralisação, a atitude dos que serão designados para membros da CPI será a de isenção e imparcialidade. Espero que isso, de fato, ocorra.

Sr. Presidente, permita-me apenas registrar expediente que encaminhei ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anexando ofício do Presidente da Comissão de Reunificação, Relações e Comércio Exteriores, da Assembléia Nacional da República da Coréia e do Embaixador da Coréia no Brasil, Deputado Lim Chae Jung e Embaixador Kwang-dong Kim, respectivamente, em que é feita proposição nascida a partir do diálogo, na semana passada, entre o Embaixador e aquele Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Jonas Pinheiros. PFL - MT) - V. Exª dispõe de um minuto para a conclusão de seu pronunciamento.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Que possa o Presidente Lula, na Coréia, propor que se realize, a exemplo do que ocorreu no Haiti, um jogo de futebol entre a Seleção Brasileira e a Seleção mista de ambas as Coréias, a fim de que se realize um jogo na Coréia do Sul e outro na Coréia do Norte. Isso significaria, dada a admiração e o carinho dos coreanos para com a Seleção Brasileira, demonstrados na última Copa do Mundo, um acontecimento de confraternização que, certamente, colaborará para a reunificação e pacificação da relação entre ambas as Coréias.

Requeiro, Sr. Presidente, que sejam registrados na íntegra esses três ofícios.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2005 - Página 16084