Discurso durante a 67ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Críticas à tentativa do governo federal de impedir a instalação da CPI dos Correios. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Críticas à tentativa do governo federal de impedir a instalação da CPI dos Correios. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2005 - Página 16158
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, IMPEDIMENTO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
  • COMENTARIO, ENTREVISTA, JOSE GENOINO, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRITICA, ATUAÇÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • ACUSAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, FALTA, COMPETENCIA, NATUREZA POLITICA, ESPECIFICAÇÃO, JOSE GENOINO, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Como Líder. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, acabo de ler que o Presidente do PTB, Deputado Roberto Jefferson já admite que, se for isentado de acusações pelo Sr. Maurício Marinho, estaria pensando em retirar sua assinatura da Comissão Parlamentar de Inquérito. Da mesma maneira, o ex-Governador de São Paulo, Deputado Luiz Antonio Fleury Filho.

Ontem, em São Paulo, o Presidente José Genoíno trocou substantivos por adjetivos e adjetivos por substantivos, começando por dizer que Fernando Henrique Cardoso é fariseu. Não sei se S. Exª sabe o significado dessa palavra, afinal, na mesma entrevista de ontem o petista admitiu não saber o significado político da palavra vivandeiras.

Agora, já se sabe porque o Governo não usa para trabalhar o tempo que o povo lhe outorgou. Nada disso ocorre. O tempo é gasto na procura de adjetivos para jogar ao léu contra a Oposição. Os néscios se esquecem de que a Oposição está mais no alto, tem altivez. Sem eira nem beira desesperam-se e não conseguem compor frase alguma legível. O pouco que compõem o fazem com muita burrada.

Como o cesteiro que faz um cento, sopram palavras ao vento, asnices e tolices, bem ao estilo dos incompetentes e despreparados. Por isso, fracos de escola, saem com disparates que pensam ser frases. Só sai asneira, isso já está cansando o povo.

O febeapá, bem definido pelo genial Stanislaw Ponte Preta já agora não assola o País, ele é todo desse Governo que aí está, ou, corrigindo, esse Governo que aí não está.

Entre tantos adjetivos com os quais José Genoíno pensa atingir o ex-Presidente, nenhum com sentido, foram palavras apanhadas voando ou chavões próprios de um tempo que os petistas pensam ainda existir, um deles é bem próprio dessa época: elitista. Deus meu!

Não quero perder tempo, não sou do gênero petista - que é dado a esse esporte - procurando adjetivos para apontar as estultices dos mal preparados que hoje supõem nos governar. Não quero nem de longe pensar em dar o troco, porque se fosse o caso de adjetivar o governo petista do Presidente Lula, o Aurélio provavelmente seria insuficiente. Aliás, nem seria preciso ir ao dicionário para definir tanta pobreza de espírito, tanta asnada, tanta bestice. O esbravejar advém do chefe maior, é jericada para todos os lados, jericadas, jericadas e mais jericadas.

Os brasileiros já bem sabem que eles começam por não saber direito o que é democracia. Supõem possivelmente ser algo de Júpiter ou de Marte, longe daqui, longe do Palácio do Planalto.

Só as ditaduras não aceitam o debate e muito menos críticas ou análises como as que fez bem recentemente o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. O povo brasileiro a essas alturas já não se deixa iludir pelo atual governo.

Eu diria que o Presidente está tomando uma posição de covarde. Quem não deve não teme. Um Presidente da República não pode aparecer em público e impedir uma CPI como está fazendo o Presidente, até porque não é apenas uma denúncia, são muitas.

Pretendemos continuar as investigações e mostrar que a CPI tem que ser de verdade, e não uma encenação. Vamos tentar até a última hora. Este assunto tem que ser esclarecido, esta questão de abafar a CPI no Senado é um caminho perigoso, porque vai parecer cumplicidade do governo e do Senado diante de fatos graves.

O governo está agindo como réu confesso ao pressionar contra a CPI. Em vez de atacar a Oposição, deveriam ter a dignidade de assinar o pedido de CPI para investigar um governo que se recusa a apurar toda a suspeição de fraudes.

Somente uma CPI tem poderes para quebrar sigilos e aprofundar investigações. A Corregedoria só vai pegar os pequenos corruptos porque não disporá dos mecanismos para apanhar os grandes ladrões. Com ou sem assinaturas a CPI não morre. O Governo vai continuar sempre com uma espada na cabeça. Vamos explorar isso até o último dia do mandato. Ele, o Presidente, não vai se livrar da corrupção e insistiremos nas assinaturas. Os governistas vão conviver com a marca da corrupção até o último dia do mandato. Ou acabamos com eles, ou eles acabam com o Brasil. Xô, corrupção!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2005 - Página 16158