Discurso durante a 70ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre o pronunciamento do Senador Delcídio Amaral.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Considerações sobre o pronunciamento do Senador Delcídio Amaral.
Publicação
Publicação no DSF de 31/05/2005 - Página 16564
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • ESCLARECIMENTOS, DECISÃO, ORADOR, APOIO, CRIAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), ATENDIMENTO, EXPECTATIVA, POPULAÇÃO, ASSOCIADO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • COMENTARIO, HISTORIA, INGRESSO, ORADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), REGISTRO, RESPEITO, IDEOLOGIA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.

O SR EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr Presidente, quero dizer aqui, com o maior carinho e amizade ao Senador Delcídio Amaral, que a decepção seria do povo brasileiro se eu não tivesse tido a oportunidade de refletir durante todo aquele dia. E não foi por estar fazendo marketing naquela hora. Foi uma das decisões mais sérias que tomei ao longo da minha vida política, ao longo da minha vida. Fiz isso com base na própria história do Partido dos Trabalhadores; por todos aqueles motivos que me levaram a ser membro do Partido.

A Senadora Ideli Salvatti, o Senador Delcídio Amaral, a quem eu acabo de entregar o meu pronunciamento, vão observar que, em 1979, fui instado a dizer que estava considerando ingressar no PT, cuja direção havia me convidado a fazê-lo por ocasião da sua fundação. Tendo sido eleito Deputado Estadual com 78 mil votos, solicitei a todas as pessoas que haviam votado em mim que, na medida do possível, se comunicassem comigo por telefone ou carta. Mais de 85% das respostas que recebi foram para que eu ingressasse no PT. Então o fiz conscientemente. Muitos foram os motivos que me levaram a ser do Partido dos Trabalhadores e a defender o PT e o Presidente Lula na campanha, inclusive depois de ter disputado com ele, em 17 de março de 2002, de forma democrática, de uma maneira que levou alguns companheiros a dizerem: “Mas como poderá você ser candidato diante do companheiro Lula?” Mas eles respeitaram.

O Partido dos Trabalhadores foi o primeiro na história a convidar todos os seus filiados a, diretamente, votarem no seu candidato à Presidência. E, no dia 17 de março, quando Lula teve 84,4% dos votos e eu tive 15,6%, eu disse: a partir de hoje até o fechamento das urnas, eu estarei em campanha pelo companheiro Lula para que ele se eleja Presidente. Tenho certeza de ter contribuído, e muito, para que ele chegasse aonde chegou. E contribuí, durante aquela prévia, para que ele se tornasse muito mais legítimo como candidato à Presidência.

Sr. Presidente, tenho procurado defender que o Partido dos Trabalhadores e o Governo do Presidente Lula sejam sempre o mais transparentes possível. Eu não tenho preocupação alguma de que haja qualquer pessoa, seja no Ministério, seja em empresa estatal, seja na direção do Partido, que não tenha procedido senão com correção. E foi o Presidente Lula que transmitiu à nossa Bancada, no telefonema ao Senador Aloizio Mercadante, que quer a apuração completa dos fatos, mesmo que haja alguém que tenha errado. Então, ele quer que seja definida a responsabilidade e, obviamente, que seja feita a correção, com a responsabilização de quem porventura errou.

Assim, eu acreditei que com a CPI é que nós poderíamos chegar a isso, dada a complexidade dos fatos relatados naquela reportagem da revista Veja e também porque são citados membros do Congresso Nacional. Assim, justifica-se inteiramente a CPI. O bom senso levou à população a dizer ao PT: “Está na hora de aceitarmos realizar a CPI”. Então, o fiz não de maneira a decepcionar, mas de maneira a confirmar aquilo que é a expectativa do povo e dos filiados e membros do Partido dos Trabalhadores. Eu tenho a convicção de que essa é a vontade da própria Base do nosso Partido e de que, nesta ocasião, os dirigentes e a maior parte dos Parlamentares não foram sensíveis à vontade do próprio PT.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/05/2005 - Página 16564