Pronunciamento de Heloísa Helena em 01/06/2005
Discurso durante a 73ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Repúdio à tentativa do governo federal em impedir a instalação da CPMI dos Correios. (como Líder)
- Autor
- Heloísa Helena (PSOL - Partido Socialismo e Liberdade/AL)
- Nome completo: Heloísa Helena Lima de Moraes Carvalho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA PARTIDARIA.:
- Repúdio à tentativa do governo federal em impedir a instalação da CPMI dos Correios. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 02/06/2005 - Página 17110
- Assunto
- Outros > POLITICA PARTIDARIA.
- Indexação
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- ACUSAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), IGUALDADE, DISCURSO, LIDER, METODOLOGIA, EXERCICIO, OPOSIÇÃO, SEMELHANÇA, IDEOLOGIA, LIBERALISMO, REPETIÇÃO, OBSTACULO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, GOVERNO, FALTA, JUSTIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, OCUPAÇÃO, CARGO PUBLICO, NEGOCIAÇÃO, RECURSOS, SETOR PUBLICO.
A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é evidente que reconheço que já passamos da hora de início da Ordem do Dia há muito tempo. Considero essencial essa proposta que assume agora o Presidente da Casa no sentido de que isso não se repita.
Todavia, eu não poderia deixar de falar, mesmo me considerando repetitiva, diante dos debates que são feitos na Casa pelos dois lados da mesma moeda. Não vou aceitar isso. Todas as vezes, mesmo que eu me sinta cansada, exausta e repetitiva, em que estiverem nesse jogo, certamente, por algum problema psicológico referente ao objeto de desejo do PT, do PSDB, ou de quem quer que seja, vou pedir para falar pela Liderança do P-SOL, porque não me sinto diante do falso dilema entre os neoliberais do tucaninho e os neoliberais da estrelinha.
Portanto, todas as vezes em que alguém ocupar a tribuna, sejam os representantes do Governo passado, sejam os representantes do atual, volto a repetir, mais do que indignação de ver delinqüentes de luxo saqueando os cofres públicos, eu me sinto mais triste por ver os membros, lideranças importantes do atual Governo repetindo a mesma verborragia que condenávamos com fúria e violência quando apresentadas pelo Governo Fernando Henrique.
Infelizmente, o atual Governo repete a mesma metodologia corrupta e perversa do Governo anterior de uma forma cínica e dissimulada. Eu fico impressionada!
O que o atual Governo não diz é por que repete o velho balcão de negócios sujos do Governo Fernando Henrique para impedir instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito aqui. O que o atual Governo precisa responder é por que oferece o aparelho de Estado para ser ocupado por conhecidos e ilustres delinqüentes de luxo que parasitaram e privatizaram a estrutura pública. O que o atual Governo não explica é por que repete a mesma conduta do balcão de negócios, da distribuição de cargos, prestígio e poder. A mesma metodologia se deu na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. A mesma coisa que o Governo passado fazia o atual Governo faz e usa os mesmos argumentos. Não é possível!
O que precisa responder o atual Governo é o que o Governo passado não respondeu: por que não deixa instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito? Por que temos de ver todos os dias, no Governo passado e no atual, o aparelho de Estado submetido a uma situação tal que quando é tocado sai secreção purulenta? E o Congresso Nacional golpeado, impedido de cumprir a sua obrigação constitucional de abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito e os procedimentos de investigação.
Então, só para deixar claro, todas as vezes que os neoliberais do “tucaninho” e os neoliberais da “estrelinha” forem se transformar em objetos do desejo um do outro, nós do P-SOL vamos nos manifestar. Como se não bastasse a legitimidade da política econômica, da verborragia neoliberal do Governo passado, os mesmos danos, vícios e a mesma apropriação privada e parasitária que o Governo passado fazia o atual faz. Não tem quem agüente tanto cinismo e dissimulação.