O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não poderia hoje deixar de fazer um pronunciamento a respeito da gravidade do momento nacional que estamos vivendo. Afinal de contas, desde o início desta sessão - sei disso apesar de não estar presente desde o início -, vem sendo feitos os mais diversos pronunciamentos, todos eles procurando situar a responsabilidade ora do Poder Executivo ora do Poder Legislativo porque os dois poderes estão envolvidos nessa grave situação. Infelizmente, nem o Poder Executivo nem o Poder Legislativo podem se eximir dessa responsabilidade. Cada um terá de fazer a sua parte sob pena de se impor um abalo muito grande, Sr. Presidente, às nossas instituições democráticas.

Todos estamos preocupados com o destino das nossas instituições. Todos comemoramos, há pouco, a retomada do processo democrático. Neste plenário, houve a homenagem a Tancredo Neves e o ecoar da voz de Fafá de Belém, que foi uma convocação a todos nós para que continuemos a zelar por essa planta tenra, como se diz, que é a nossa democracia.

Em nome dessa democracia e do que fizemos, estou aqui para dizer, sem ser líder e sem ocupar uma posição de liderança - até mesmo da vice-liderança do Governo já me desobriguei -, que cada componente do Poder Executivo e deste Poder Legislativo terão de fazer sua parte, a começar pelo Presidente Senador Renan Calheiros. Confio plenamente que o Presidente Renan Calheiros haverá de cumprir sua missão. A próxima quarta-feira não será uma quarta-feira de cinzas para a democracia, mas uma quarta-feira em que o Presidente Renan Calheiros, se não houver a indicação por parte de algumas lideranças com relação à CPI, há de fazê-lo. Não há mais como recuar. A essa altura, é irreversível. Sei - tenho plena confiança - que o Senador Renan Calheiros, Presidente deste Congresso Nacional, vai conduzir-se dessa maneira.

Sr. Presidente, apesar de tudo, creio que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai deixar de cumprir o seu dever de apurar, no âmbito do Executivo...

O SR. PRESIDENTE (Tião Viana. Bloco/ PT - AC. Fazendo soar a campainha.) - Interrompo V. Exª para prorrogar a sessão por mais 30 minutos.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN) - Agradeço, Sr. Presidente.

Creio que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai deixar de cumprir o seu dever de apurar, no âmbito do Executivo, e não tolherá a vontade do Poder Legislativo, até porque os Poderes são harmônicos e independentes.

Falo diante de uma grande Liderança, como a do Senador Marco Maciel. S. Exª é um homem público, experimentado, que já passou por momentos difíceis nesta Nação. S. Exª deve estar preocupado. A essa altura, não há quem não esteja preocupado! Não há quem não pergunte o que irá fazer o Governo e o Congresso! Essa é a pergunta mais crucial nessa hora. Não saber, a essa altura, o Governo o que vai fazer depois de tudo o que foi relatado? Ora, Sr. Presidente, não há por que não sabê-lo! A corrupção, com seus tentáculos, instalou-se nos Poderes da República. Temos que afastá-la, que varrê-la, de uma forma cabal que não restem dúvidas sobre o zelo que temos pelas nossas instituições.

Razão tem a Ministra Marina Silva - e o Presidente Lula poderia se inspirar na palavra dessa mulher valorosa que convocou para o seu Ministério -, quando disse que iria apurar o escândalo da Amazônia, Senador Tião Viana, que é dessa região e que é também um homem público de muito valor. A Ministra Marina Silva afirmou que, se o PT estiver envolvido, irá pagar.

Então, não é momento para omissão. Não cabe a omissão, que poderá ser fatal, levando-nos a uma situação insanável, Sr. Presidente. Todos nós aqui, no Senado Federal, temos um cabedal de experiências suficientes e sabemos que a hora é de apurar e, dessa forma, vigiar e zelar pelas nossas instituições democráticas.

Muito obrigado.