Discurso durante a 79ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre as dificuldades enfrentadas para instalação da CPI dos Correios. (como Líder)

Autor
Antonio Carlos Magalhães (PFL - Partido da Frente Liberal/BA)
Nome completo: Antonio Carlos Peixoto de Magalhães
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Reflexões sobre as dificuldades enfrentadas para instalação da CPI dos Correios. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 10/06/2005 - Página 19164
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • SAUDAÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), POSTERIORIDADE, OBSTACULO, GOVERNO FEDERAL, REPUDIO, TENTATIVA, ACORDO, MANIPULAÇÃO, PREJUIZO, INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO.
  • CRITICA, TENTATIVA, PUNIÇÃO, ROBERTO JEFFERSON, DEPUTADO FEDERAL, ANTERIORIDADE, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA.

            O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Pela Liderança do PFL. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, finalmente saiu a CPI. Saiu, com muita luta, a CPI que deveria ser algo normal. Entretanto, ouve-se por toda parte, inclusive na imprensa, a existência de um acordão, um acordinho ou qualquer acordo.

Quero dizer a V. Exª, Sr. Presidente, e que fique bem claro: quem tem medo de CPI, renuncie a seu mandato; quem tem medo de CPI, não venha dizer da tribuna uma coisa e realizar outra na Comissão de Inquérito. Não sou eu quem pode fazer julgamentos antecipados de membros da CPI, mas, em alguns casos, eu sei que tem muita gente decepcionada com alguns dos indicados. Que não se queira dominar a CPI pelo número de aliados presentes ou futuros, até porque o Governo já viu que esse sistema de aliados que ele montou desmontou o Brasil.

A situação é cada vez mais grave, a corrupção aparece em toda parte, e as CPIs - falo no plural, Sr. Presidente, para que o povo saiba que mais de uma CPI tem que ser instalada no Congresso, que não se pode culpar A ou B sem que lhe dê o direito de dizer o que ele pensa e confirmar o que ele disse na imprensa e em todo o País.

É muito fácil: afasta-se o denunciante para intimidar os demais. Não! Vamos primeiro apurar as denúncias para ver se estava certo ou não o denunciante. Fora daí, é uma farsa para que ninguém mais abra a boca para dizer as verdades que precisam ser ditas e ouvidas pelo povo brasileiro.

Portanto, eu estou contente porque a CPI saiu, mas estou muito abalado com o êxito da CPI. Se a CPI não tiver êxito é porque os Senadores e Deputados não quiseram. Fatos existem. Foi difícil fazer a CPI, mas nós vencemos e fizemos. Fizemos porque contamos com a opinião pública e vamos contar ainda mais com a opinião pública daqui por diante. Essa história boba de golpismo, isso está ultrapassado. Ninguém tem força para dar golpe nem ninguém quer dar golpe. Quem dá golpe hoje é o povo nas urnas. Às vezes, inclusive, errando, como errou agora, mas foi o povo que mudou toda a situação do País. É com o povo que vamos apontar os resultados através da Comissão Parlamentar de Inquérito. Mas que não se venha intimidar o denunciante, que corre até, quem sabe, risco de vida, e o Governo será o responsável por qualquer coisa que aconteça a quem denunciou, ou seja, ao Deputado Roberto Jefferson.

Não estou aqui defendendo nem atacando o Sr. Roberto Jefferson. A CPI é que tem que fazer o seu julgamento. Não se queira antecipar, com Comissões na Câmara, o julgamento que cabe à CPI. Isso também é uma manobra. É uma manobra que não podemos aceitar, Sr. Presidente, fazer um julgamento de uma “equipezinha” escolhida a dedo na Câmara, para que, quando a CPI for descobrindo os fatos, já não tenha mais autoridade para chegar ao seu final.

Nós cumprimos com o nosso dever. O nosso Partido quer que se escolha corretamente o Presidente e o Relator. Chega de manobras! Essas manobras depõem contra aqueles que a realizam, depõem contra os que querem encobrir as coisas graves de que a Nação já tomou conhecimento e quer que sejam apuradas.

Sr. Presidente, a responsabilidade do Dr. Renan Calheiros é muito grande. Ele chegou à Presidência desta Casa com a quase unanimidade dos seus membros e tem-se portado, diga-se a verdade, com muita correção, com absoluta serenidade e, sobretudo, com senso de imparcialidade.

Nós queremos um Presidente assim. E que a CPI siga o exemplo do Presidente do Senado, que age com imparcialidade, e não venha a atender àqueles que estão com medo da CPI.

Hoje, o slogan que lanço nesta Casa é: quem tem medo de CPI? Quem tem medo de CPI, que não se candidate, que não vá buscar o voto do povo, para não trair este mesmo povo nesta Casa que é do povo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/06/2005 - Página 19164