Discurso durante a 74ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o encontro do Presidente do Senado com o Presidente da República para discutir uma agenda de interesse nacional.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).:
  • Comentários sobre o encontro do Presidente do Senado com o Presidente da República para discutir uma agenda de interesse nacional.
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2005 - Página 17700
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT).
Indexação
  • DECLARAÇÃO, MAIORIA, SENADOR, APOIO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), COMPARAÇÃO, SITUAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • APOIO, PRESIDENTE, SENADO, APRESENTAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PROGRAMA DE GOVERNO, RESPOSTA, NEGLIGENCIA, PARALISAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, IMPORTANCIA, PAUTA, INCLUSÃO, COMBATE, CORRUPÇÃO, ATUAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ELOGIO, INICIATIVA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, responderei de maneira bem telegráfica a cada um e concluirei em meio minuto. Agradeço a tolerância de V. Exª.

Senador Sérgio Guerra, agenda positiva. É claro que temos que fazer uma agenda positiva - V. Exª tem razão -, dividida em dois pontos: um deles é a votação de matérias que ajudem a criar um clima de crescimento econômico e o outro é a busca da ética e a busca de se tapar ralos por onde escorram, via corrupção, os dinheiros públicos.

Senador Eduardo Suplicy, que assinou com coragem a CPI, bom senso é, pelo exemplo, pela demonstração de caráter do Congresso Nacional, se instalar e fazer funcionar a CPI.

Senador Geraldo Mesquita, V. Exª, com muita lucidez, disse que não tem outra explicação para um Governo que usa boné, faz qualquer jogo, procura abraçar atleta que ganhou a competição, dá beijinho em criança, ajuda velhinha a atravessar a rua, tudo isso, mas contradiz 86% da opinião pública, pois o instituto de pesquisa ligado à CNT, o Sensus diz que 86% da população querem a Comissão Parlamentar de Inquérito. Então, que contradição é essa senão um medo que eu não consigo entender?

Senador Fernando Bezerra, V. Exª estava certo ao assinar ontem e ao assinar hoje a CPI; quem estava errado é o Presidente Lula em querer evitá-la. O Senador Geraldo Mesquita e eu suspeitamos que as razões do Presidente Lula possam ser graves.

Senador Delcídio Amaral, entre as medidas devidas, sem dúvida alguma, está a investigação por quem quer que seja, está a investigação por meio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito também.

Senador ro Heráclito Fortes, preservar Lula, é claro. Acredito que a verdade preserva sobretudo as instituições brasileiras. Eu diria que, neste Governo, a corrupção está passando de endêmica para epidêmica.

Senador José Jorge, daqui a pouco o Presidente Lula vai dizer que as charges do jornal O Globo e outros são golpistas, até porque ele é adepto do pensamento único e não quer, de jeito algum, ver a opinião pública se manifestando a favor do esclarecimento de fatos e de denúncias. E acabamos indo para uma certa farsa. Se o Relator Inaldo Leitão é a favor de se matar a CPI, se diz isento e, ao mesmo tempo, já declarou o seu voto na Paraíba, a coisa marcha para uma certa farsa.

Concluo, Sr. Presidente, dizendo que não vou perder tempo com as obviedades. O Presidente Lula às vezes é muito óbvio. Disse que demitiu o Waldomiro. Ele não demitiu; o Waldomiro é que pediu demissão. Imaginem se Sua Excelência fosse pedir ao Waldomiro para ficar. Disse que iria mandar apurar. Imaginem se não fosse mandar apurar. Ou seja, o Presidente Lula tem de parar com essas obviedades. Por isso, inaugurei uma certa....

Quero fazer aqui duas propostas bem claras. Se algo ocorrer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara com esta CPI, sugiro à Oposição pedir à Situação no Senado que redija ela, da maneira como ela achar justo e constitucional, o documento de CPI, para ela assinar primeiro e nós assinarmos em seguida. Ela ficará desmoralizada se não assinar e nós ficaremos em uma posição muito confortável se tivermos de assinar, com o número suficiente que temos, sozinhos.

Mas faço aqui um apelo. Eu descobri, Senador Antonio Carlos, uma nova forma de leitura dinâmica. Por exemplo, hoje, vi o Presidente Lula dizendo algo sobre economia. Resolvi economizar o tempo. Fui direto ao que dizia o Ministro Palocci, que está articulando a política, com um gabinete no Palácio do Planalto, que, segundo o Estado de S. Paulo, está dando as cartas. É mesmo uma pessoa sensata e competente neste Governo. Fui direto ao Ministro Palocci, pois não vou perder tempo lendo o que o Presidente Lula fala sobre economia. Fui direto a quem manda no território da economia.

Faço uma proposta para o Ministro Palocci: Ministro, nós nos comprometemos a votar uma agenda positiva que seja de interesse do País, agenda partilhada, pela composição intelectual do Governo e da Oposição. Sugiro a inclusão de algo muito caro a V. Exª, Ministro Palocci: a agenda microeconômica, elaborada pelo professor Marcos Lisboa, que tanta falta, faz com o seu talento, a este Governo, que não tem tantos talentos assim.

Em compensação, fica, da nossa parte, a garantia de que faremos a agenda em troca de o Governo não se rebaixar a mais acordos espúrios, tentando barrar a CPI. Ou seja, vamos votar qualquer agenda positiva de interesse do País, que é um dos nossos deveres. Nosso outro dever é apurar a corrupção até o último culpado, até a declaração do último inocente, até as últimas conseqüências, junto com a Polícia Federal, o Ministério Público e quem quer que seja. Fica lançado não um desafio mas uma proposta da Oposição para que o Ministro se manifeste, sabendo que vamos deixar a CPI funcionar numa salinha, com as suas repercussões enormes em relação à Nação, mas o Congresso não será paralisado por isso. O que está paralisando este Governo é essa corrupção, que está saindo do endêmico e indo para o epidêmico e que está causando um grande constrangimento a todo mundo que é adversário ou aliado e sempre confiou no Presidente Lula.

Eu diria, sobre a agenda positiva, Sr. Presidente, reafirmando a confiança em V. Exª, na sua independência - e manifesto o meu apreço pessoal por V. Exª -, eu diria, de maneira bem simples, o que tem virado um certo jargão no nosso Plenário: sobre a agenda positiva, está tudo muito certo, só não pode é roubar e nem deixar roubar.

            Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio, o Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Roberto Saturnino.

            Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio, o Sr. Roberto Saturnino, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente.

            Durante o discurso do Sr. Arthur Virgílio, o Sr. Tião Viana, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Renan Calheiros, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2005 - Página 17700