A SRª HELOÍSA HELENA (P-SOL - AL. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu não poderia deixar de saudar o pronunciamento do Senador Eduardo Suplicy, até porque sei do grande dilema que S. Exª enfrentou esses dias todos. Reconheço o quanto S. Exª é um militante respeitoso das decisões partidárias e sei o quanto é doído, doloroso para S. Exª tomar uma decisão como essa. Eu o conheço profundamente. Tenho por S. Exª não apenas carinho, mas amizade e respeito. Sei o quanto é difícil e doloroso para S. Exª assinar o documento neste momento. Mas eu não poderia deixar de saudá-lo, de dizer-lhe da honra e do respeito que tenho por S. Exª, que permanecem e aumentam.

            Enquanto o Senador Eduardo Suplicy falava, eu me lembrei da primeira vez em que fui candidata, Senador Antero Paes de Barros, lá no interior de Alagoas. Recebi um cartãozinho de um casal de militantes da Igreja Católica, Lúcia e Severino. Deram-me um cartãozinho bem bonitinho, com o desenho de um jardim delicado. Nele estava escrito assim: “É covardia calar quando se faz necessário falar”. Talvez tenha sido essa a convicção que me moveu na minha caminhada nesta Casa, na minha caminhada política.

            Portanto, Senador Suplicy, sei o quanto é dolorosa, o quanto é doída essa decisão. Sei o quanto V. Exª respeita as decisões partidárias, o quanto ama o PT, o quanto respeita Lula.

            Muitas e muitas vezes, diante de pronunciamentos que fiz nesta Casa, V. Exª falou comigo, da tribuna, retrucando. Dizia que eu estava até exagerando nos pronunciamentos que eu fazia. Mesmo tendo uma profunda amizade por mim, em muitos e muitos momentos, quando eu fazia pronunciamentos com veemência, como é o meu jeito, o meu estilo, V. Exª, carinhosamente, delicadamente, repreendia-me e contestava-me.

Sei o quanto é doloroso, mas quero que V. Exª saiba também o quanto eu me sinto feliz e honrada por este momento tão especial e tão precioso da sua vida.

Muito obrigado.