Discurso durante a 86ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas ao Ministro da Saúde, Humberto Silva, pela demora na aprovação das normas criadas pela Câmara Técnica do Fígado, em março último, solicitando a prioridade para os transplantes de fígado em pacientes em casos de comprovada gravidade.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Críticas ao Ministro da Saúde, Humberto Silva, pela demora na aprovação das normas criadas pela Câmara Técnica do Fígado, em março último, solicitando a prioridade para os transplantes de fígado em pacientes em casos de comprovada gravidade.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2005 - Página 20400
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • NECESSIDADE, ATENÇÃO, PROBLEMA, TRANSPLANTE DE ORGÃO, DENUNCIA, OMISSÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), DEMORA, DECISÃO, IMPLEMENTAÇÃO, NORMAS, PRIORIDADE, ATENDIMENTO, DOENTE.

           O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB -AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, no Brasil, entre tantos problemas, há um que mereceria um pouco mais de atenção. É a questão dos transplantes de fígado, um problema realmente muito grave na área da saúde.

           O que ocorre é que os transplantes de fígado obedecem a uma fila cronológica, em princípio válida. O paciente que precisa de um transplante de fígado entra na fila e fica no aguardo da vez. Em muitos casos, a vez chega tardiamente.

           Em razão desses aspectos, a Câmara Técnica de Fígado criou novas regras em março último, estabelecendo que em caso de comprovada gravidade, o paciente passaria à frente.

           Essas normas deveriam ter entrado em vigor em 15 de maio, mas, até hoje, a decisão desta engavetada no gabinete do Ministro da Saúde, Humberto Costa. E ali permanece.

           Isso faz lembrar a frase que, em Minas, foi atribuída ao escritor Otto Lara Resende: o mineiro não é solidário nem no câncer. Otto passou a vida desmentindo ser o autor da frase. E morreu sem conseguir desfazer o equívoco.

           No caso presente, o mínimo que se pode dizer dessa omissão do Ministro da Saúde é que ele não é solidário nem com os dos transplantes de fígado. Nem precisa ser o autor da frase. Até quando vai durar esse pouco caso do Ministro?

           Lembrei-me desse assunto ao receber um desse assunto ao receber um e-mail da Srª Maria Inês G. Assumpção, de algum lugar Brasil adentro.

           Ela narrou o fato e o drama dos pacientes que não podem esperar na fila. E indaga, aflita: “Para que a novas normas entrem em vigor é preciso o aval do Ministro. E cadê? Tem muita gente morrendo por causa dessa omissão” - diz D. Inês.

           Morrendo, completo, porque o Ministro da Saúde não é solidário com os pacientes que precisam de transplante de fígado.

           Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2005 - Página 20400