O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, também queremos, no dia de hoje, prestar uma homenagem ao querido amigo que sempre esteve presente no início da nossa carreira política, o saudoso Leonel Brizola.

Meu pai era filiado ao PTB, justamente em função de Getúlio Vargas, de Leonel Brizola e de João Goulart, e tinha por Brizola o maior apreço, o maior carinho. Ele dizia, na época, que Brizola seria o maior líder do nosso País.

Em 1954, no dia 7 de setembro, em Sarandi, meu pai prestou uma homenagem ao Brizola, ou à nossa própria família, e me deu o prenome de Brizola: Leonel Arcângelo Pavan.

Meu pai sempre dizia, ao longo dos anos, quando ainda éramos meninos, que Brizola seria a maior marca para buscarmos a democracia neste País.

Filiei-me ao PDT em 1981, quando, pela primeira vez, busquei um espaço na vida pública e me lancei candidato a Vereador. Fui Vereador até 1988, sendo o único Vereador do PDT no Estado de Santa Catarina.

Em 1988, lancei-me candidato a Prefeito, e lá esteve Brizola na minha cidade, Balneário Camboriú. Conseguimos superar os 50%, e me elegi Prefeito. Já em 1989, prestamos uma homenagem a Leonel Brizola e construímos o primeiro Ciep do Sul do Brasil. Lá esteve Brizola para inaugurar aquela grande obra, que até hoje permanece, prestando um grande serviço para as crianças do nosso Município, com aulas em tempo integral.

Em 1994, concorrendo a Deputado Federal pelo PDT, também nos elegemos, e Brizola, mais uma vez, fez-se presente em nossa eleição.

Em 1996, outra vez, concorri à Prefeitura pelo PDT, e fomos vencedores, com o apoio do Brizola.

Em 2000, mais uma vez, pelo PDT, reelegemo-nos para Prefeito.

Distanciamo-nos da legenda do PDT, mas não nos distanciamos dos compromissos com a democracia, com o social, com as nossas crianças, com os nossos trabalhadores, com o meu Município, com o meu Estado e com o Brasil, sempre levando como exemplo as lutas de Leonel Brizola.

Por isso, hoje deixo aqui marcados nosso sentimento e nossa homenagem a esse grande homem público que nos orgulha e que sempre defendeu o Brasil.

Se Brizola, que foi candidato a Vice-Presidente de Lula, estivesse vivo hoje, certamente estaria envergonhado de ter ajudado um homem que se elegeu, levando a proposta trabalhista, proposta dos trabalhadores brasileiros, e que hoje envergonha a todos os que nele confiaram o voto, envergonha a Nação brasileira.

Recordo-me de quando Brizola pediu para que seus militantes, para que seus eleitores votassem em Lula. Naquela oportunidade, ele disse a toda a Nação: “Não confiamos plenamente, mas somos obrigados a engolir um sapo barbudo”. Era o que Brizola falava na época. Depois, inclusive, veio a ser o seu candidato a Vice-Presidente. Não foram felizes.

Porém, há que se deixar registrado que Brizola, mesmo sem ter sido Presidente de nosso País, deixou escrito na história da nossa Pátria a sua luta, o seu trabalho pela democracia e, principalmente, por aqueles que eram desprezados pela elite nacional.

Fica aqui registrado este momento de dor pelo nosso saudoso Leonel Brizola, no dia em que comemoramos um ano de seu desaparecimento.

Muito obrigado, Sr. Presidente