Discurso durante a 78ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos 80 anos de atividade da General Motors no Brasil.

Autor
Romeu Tuma (PFL - Partido da Frente Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem aos 80 anos de atividade da General Motors no Brasil.
Publicação
Republicação no DSF de 28/06/2005 - Página 21084
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, ATIVIDADE, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA, BRASIL, OPORTUNIDADE, COMENTARIO, HISTORIA, INSTALAÇÃO, EMPRESA, RECONHECIMENTO, RELEVANCIA, PRESTAÇÃO DE SERVIÇO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.
  • CONGRATULAÇÕES, PRESIDENTE, TRABALHADOR, INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA.

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DISCURSO PROFERIDO PELO SR. SENADOR ROMEU TUMA NA SESSÃO DO DIA 08 DE JUNHO DE 2005, QUE ORA SE REPUBLICA PARA FAZER CONSTAR DOCUMENTOS QUE A ELE SE REFEREM.

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O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Pedro Simon, Senador Eduardo Suplicy, por confiança do Senador Antonio Carlos Magalhães, estou relatando a reforma da Lei Antidrogas. Um dos pontos mais críticos que estamos discutindo é a separação entre o usuário e o traficante, e como o Estado pode ajudar a recuperar aqueles que são usuários de drogas.

Venho à tribuna, Sr. Presidente, pedir que seja encaminhado um voto de louvor à General Motors do Brasil, que completou oitenta anos de atividade em nosso País trazendo grandes progressos. Aliás, V. Exª e outros Srs. Senadores assinaram requerimento nesse sentido.

Como não há tempo - a gente se inscreve, mas dificilmente consegue falar -, e esse requerimento já está há dias comigo, peço à Mesa que autorize a publicação e aceite o requerimento para posterior apreciação de um voto de aplauso à empresa.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR ROMEU TUMA.

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O SR. ROMEU TUMA (PFL - SP. Sem apanhamento taquigráfico.) -Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores: è com muita satisfação que venho à tribuna para deixar registrada, nos anais do Senado Federal, a homenagem de meu Estado pelo transcurso dos 80 anos da General Motors do Brasil. Imaginei que era meu dever, como um dos representantes de São Paulo, propor este Voto de Aplauso à Empresa. É também, sem sombra de dúvida, um momento muito especial para a formidável rede de milhões de brasileiros que, como trabalhadores, fornecedores, revendedores, consumidores ou simples simpatizantes, se vêem envolvidos com uma das mais destacadas marcas do mundo contemporâneo - a General Motors (GM).

A decidida participação da GM na vida econômica brasileira e mundial, a excelência da ampla gama de produtos que a empresa coloca à disposição dos consumidores, as suas inquestionáveis ações sociais - que a posicionam como um importante personagem do ainda seleto, porque restrito, grupo das chamadas empresas-cidadãs - dão sua exata dimensão. Assim, agradeço aos meus Colegas parlamentares que também perceberam a relevância da General Motors para o nosso País e apoiaram esse nosso requerimento.

Como assinala a história da industrialização brasileira, forjada a partir das pré-condições lançadas pelo Presidente Getúlio Vargas, o setor automobilístico teve seu grande e decisivo impulso somente na era JK, no final dos anos 50 do século passado, quando o Estado criou as condições mínimas para que as montadoras se estabelecessem em nosso País. Como conseqüência da inequívoca opção pelo transporte rodoviário e da abertura de milhares de quilômetros de novas rodovias, que rasgaram o nosso imenso território, a indústria automobilística percebeu a viabilidade de implantação de suas unidades fabris no Brasil.

A General Motors, ou simplesmente GM, como a marca ficou conhecida em todo o mundo, antecipou-se em várias décadas ao ímpeto desenvolvimentista de JK e jamais titubeou quando a questão é acreditar efetivamente no Brasil. Testemunha indesmentível disso é a sua instalação no País, há exatas oito décadas, no início de 1925. De lá para cá, vimos asseverar-se uma trajetória de continuado êxito e expansão, com a geração de empregos, oportunidades e renda para milhares de brasileiros, o que, por si só, já ensejaria a celebração que ora fazemos.

Mil novecentos e vinte e cinco não foi um ano excepcional para o Brasil, mas teve sua relevância histórica. Com as recorrentes ameaças do tenentismo e a formação da Coluna Prestes, que então começava a sua caminhada, o País vivia os derradeiros anos da República Velha. Uma visão de mundo estava na iminência de ser superada. Um modelo político antiquado marchava, então, para o completo esgotamento. Por sua vez, os Estados Unidos, sede da GM, experimentavam o interlúdio das duas grandes guerras e estavam ainda distantes da quebra da Bolsa de Nova Iorque. Viviam, então, um dinamismo econômico que ultrapassava suas fronteiras.

É nesse contexto, aqui e alhures, que o Brasil recebe a General Motors. Instalada originalmente em galpões alugados no bairro do Ipiranga, em São Paulo, a empresa começa suas operações como uma montadora de veículos, já que recebia do estrangeiro os diversos componentes, limitando-se a montar o automóvel. Em pouco mais de dois anos são produzidos 25 mil veículos, o que anima a empresa a dar início, ainda em 1927, à construção de sua fábrica em São Caetano do Sul. Um ano depois, essa nova unidade fabril começa a produção regular de veículos, embora sua inauguração oficial ocorra apenas em 1930.

Montadora de veículos, fábrica de caminhões, responsável pelo primeiro ônibus com carroceria fabricada no País, a GM, em certa medida, iniciou a lenta popularização de um eletrodoméstico essencial que era privilégio de poucas, pouquíssimas famílias. Em 1932, abriu financiamento para os refrigeradores Frigidaire, marca que, em boa parte do século 20, foi epônimo de geladeira. Em minha juventude, recordo muito bem, a Frigidaire era o sonho de toda a dona de casa, e traduzia muito mais do que um simples desejo de consumo; era uma crescente necessidade, que a migração do meio rural para o urbano, a radical transformação do modo de vida impunha às famílias.

A trajetória da GM, ao longo de todas essas décadas, vem sendo acompanhada pelas várias gerações de brasileiros. O avanço, o desenvolvimento e a conquista de mercado têm sido a tônica desse empreendimento, que se renova e se amplia.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Senadores, quero destacar aquelas atitudes que, em minha opinião, revelam a face mais admirável dessa grande e generosa empresa: o tratamento dedicado aos seus funcionários, e o seu estatuto de autêntica empresa-cidadã, a partir da criação, em 1993, do Instituto General Motors.

No primeiro caso, parece-me mais do que louvável, quando ainda não era moda, a GM reconhecer que a sua “biografia foi escrita por funcionários que dedicaram a ela décadas de trabalho e que, mesmo aposentados, continuam presentes na empresa”. Para inúmeros trabalhadores, a GM, ao implementar uma política de recursos humanos inovadora, atenta e responsiva às necessidades deles, transformou-se em uma verdadeira “segunda família”. Ali, como se dizia na minha juventude, o pessoal veste a camisa, porque sempre é prestigiado. E isso se torna visível na continuada preocupação da empresa com o bem-estar do funcionário e de seus familiares. O lazer, considerado pela empresa parte essencial da vida de seus empregados, é promovido em bases regulares por intermédio das associações desportivas classistas, dos clubes de campo e do famoso Clube dos 30, que, desde 1986, reúne funcionários e antigos colaboradores.

Em 1993, preocupada com a ampliação do trabalho em políticas de desenvolvimento profissional, treinamento, saúde, bem-estar e educação, a GM criou o Instituto General Motors, o IGM. Com pouco mais de uma década, o instituto transformou-se em verdadeiro marco. O IGM tem a missão de recuperar a cidadania de crianças, jovens e adultos de comunidades carentes, localizadas no entorno de suas plantas industriais. São priorizados projetos sociais de média e longa maturação, centrados no desenvolvimento permanente de atividades sócio-educativas auto-sustentáveis. Mas há também os projetos emergenciais, que estão destinados a dar respostas rápidas e efetivas a segmentos sociais em situações de adversidade que demandam pronta ação.

Como destaca o vice-presidente do Instituto General Motors, Pedro Luiz Dias, o instituto e a própria GM enfrentam “um enorme desafio ao trabalhar com projetos sociais em um País com grandes desigualdades sociais como o nosso”. Por isso, recomenda: “é fundamental que as empresas trabalhem com profundo comprometimento na questão social”.

Enfim, Senhor Presidente, a General Motors, ao cabo de oito décadas entre nós, compõe imagens generosas do nosso cotidiano, imiscuindo-se nas paisagens das estradas, ruas, avenidas, praias e montanhas brasileiras. Quem não recorda os grandes sucessos de veículos de passeio, como Opala, Chevette e Monza, nos anos 60 e 70? Muitos deles cativaram consumidores por várias décadas. Nos dias de hoje, vemos os nossos espaços coletivos tomados pelos novos modelos GM, que traduzem o apuro da técnica e da sofisticação, em termos estéticos, mecânicos, funcionais e de segurança. Os modelos mais recentes -- como Celta, Astra, Zafira e Meriva -- são o resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento, nos diversos pontos do planeta, inclusive no Brasil, semeados pela marca GM.

O Brasil, hoje, é sede de três complexos industriais automotivos dessa grande empresa: São Caetano do Sul e São José dos Campos, em São Paulo, e Gravataí, no Rio Grande Sul, inaugurado em 2000. Além disso, desde 1974 está em operação o Campo de Provas da Cruz Alta, em Indaiatuba, São Paulo, que reúne os mais modernos laboratórios e pistas da América Latina.

Em sua recente estada no Brasil, para as comemorações dos 80 anos da GM no País, o presidente mundial da maior montadora do planeta, Rick Wagoner, anunciou novos investimentos. A GM, que tem vendas mundiais de 190 bilhões de dólares por ano, vai aplicar 500 milhões de reais no Estado de São Paulo, no desenvolvimento do novo modelo do Vectra. Uma ótima notícia para os paulistas, mas também para os brasileiros. São recursos que fomentam o nosso crescimento.

Concluo, Sr. Presidente; mas antes quero congratular-me com o presidente da General Motors do Brasil, Ray G. Young - um jovem executivo obstinado pelo conceito de qualidade --, e com todos aqueles brasileiros que direta e indiretamente, no chão de fábrica e nas revendedoras, nos laboratórios e na rede de fornecedores, colaboram com a empresa. É graças ao talento, empenho e dedicação de todos eles que a GM ocupa a privilegiada posição de líder mundial do setor automobilístico. E foi também graças a esses brasileiros que, em 2004, a empresa conquistou o inédito primeiro lugar no mercado brasileiro.

Parabéns, General Motors! O Brasil comemora com a GM 80 anos de sucesso.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ROMEU TUMA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

REQUERIMENTO Nº , DE 2005

           Requeiro, nos termos do art.222 do Regimento Interno do Senado Federal, seja consignado nos Anais do Senado voto de aplauso à General Motors do Brasil, no momento em que são comemorados os oitenta anos de atividade no Brasil.

JUSTIFICAÇÃO

           Venho propor a esta Casa a comemoração dos oitenta anos do início das atividades da General Motors no Brasil por considerar que essa empresa constitui exemplo de dinamismo e competência no cenário produtivo nacional.

           Em 26 de janeiro de 1925, foi inaugurada a primeira fábrica da General Motors no Brasil. Tal unidade fabril atuava como montadora, em galpões alugados, em São Paulo. Em 1958, começava a operar sua segunda fábrica. Em 1968, a General Motors do Brasil lançava no País o primeiro automóvel marca Chevrolet - o Opala, que foi produzido durante 24 anos. Nos anos seguintes, outros modelos da GMB foram sucessos de vendas, a exemplo do Chevette, lançado em 1973, cuja produção alcançou 1,2 milhão de unidades, até ser substituído pelo Corsa, em 1994. Esse foi o primeiro veículo popular com injeção eletrônica de combustível.

           Posteriormente, em 2000, a GMB inaugurou uma das fábricas mais modernas do mundo, em Gravataí, no Rio Grande do Sul, com um sistema de montagem para os carros da linha Celta, com a parceria dos fornecedores sistemistas e que, por seu caráter inovador, passou a receber a visita de especialistas em montagem do mundo todo.

           Além disso, atestando a capacidade da empresa de modernizar seus procedimentos, a GMB adotou pioneiramente o comércio eletrônico de automóveis, iniciado com o Celta, que se tornou o mais vendido do mundo via Internet. Atualmente, a GMB comercializa, além de toda a linha Corsa, diversos outros modelos pela rede eletrônica.

           O constante crescimento da General Motors do Brasil, em um setor caracterizado pela forte concorrência, é conseqüência do contínuo investimento da empresa em tecnologia e em novas instalações no País, refletindo-se no lançamento ininterrupto de novos modelos nos últimos anos.

           A empresa possui hoje 502 pontos de venda no País e emprega 17 mil funcionários. Atualmente suas instalações compreendem o Complexo Industrial Automotivo de São Caetano do Sul, o Complexo de São José dos Campos, o Complexo Industrial Automotivo de Gravataí, o Campo de Provas de Cruz Alta em Indaiatuba, o Centro Distribuidor de Peças em Sorocaba, e o Complexo Industrial e Comercial de Mogi das Cruzes.

           Em 2003, um ano de dificuldades para a economia nacional como um todo, a GMB produziu 333.444 unidades, conseguindo a vice-liderança nacional e, além disso, superando, pela primeira vez, a Volkswagen nas vendas acumuladas no mercado total. Esse foi o terceiro ano consecutivo em que a GMB aumentou sua participação no mercado, obtendo o primeiro lugar no segmento de automóveis. Ressalte-se, também, que a empresa tem alcançado recordes nas exportações, com vendas de aproximadamente US$ 1 bilhão, em 2002, e de US$ 1,205 bilhão, em 2003, em conjunto com a GM Argentina.

           Um importante aspecto a ressaltar na história da General Motors do Brasil foi a criação, em 1993, do Instituto General Motors para apoio às comunidades carentes situadas próximas às instalações industriais da empresa. O Instituto atua no desenvolvimento profissional, na saúde, educação e bem-estar social dessas populações, em projetos sócio educativos, de média e longa maturação e em projetos emergenciais. Segundo o vice-presidente do Instituto, esse trabalho constitui um enorme desafio em um país com grandes desigualdades sociais. Em suas palavras, “é fundamental que as empresas trabalhem com profundo comprometimento na questão social, pois só assim conseguiremos mudar este cenário”.

           Por toda sua relevante participação na economia e na sociedade brasileiras, proponho a esta Casa que prestemos justa e devida homenagem à General Motors do Brasil, em comemoração aos oitenta anos de suas atividades no País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2005 - Página 21084