Pronunciamento de Edison Lobão em 21/06/2005
Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Homenagem de pesar pelo falecimento do Sr. Paulo Affonso Martins de Oliveira, ex-Secretário Geral da Câmara dos Deputados.
- Autor
- Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
- Nome completo: Edison Lobão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem de pesar pelo falecimento do Sr. Paulo Affonso Martins de Oliveira, ex-Secretário Geral da Câmara dos Deputados.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/06/2005 - Página 20475
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM POSTUMA, EX SERVIDOR, SECRETARIO GERAL, CAMARA DOS DEPUTADOS, ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, MINISTRO, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não posso deixar de lamentar o desaparecimento do Dr. Paulo Afonso Martins de Oliveira, não posso deixar de lamentar por ser ele um amigo que tive e construí ao longo da vida e também por tudo quanto ele significava para o Poder Legislativo brasileiro.
Cheguei em Brasília em 1962, jornalista político, e, freqüentemente, comparecia ao seu gabinete à procura de informações qualificadas, onde encontrava uma romaria de outros jornalistas, que, como eu, buscavam a mesma coisa.
Paulo Afonso foi aquele Secretário da Mesa Diretora da Câmara e do Congresso Nacional que, ao longo de sua atuação, deixou um rastro de competência, uma verdadeira escola para todos aqueles que o ajudavam no desempenho de suas funções como também para aqueles que viriam, posteriormente, a exercer a mesma relevante tarefa de Secretário-Geral da Mesa.
O Poder Legislativo no Brasil tem um tipo de configuração diferente da dos Estados Unidos na sua administração interna. Lembro-me da votação da Constituição de 1988. Paulo Afonso foi fundamental, era a memória, o computador de toda a ação que ali se desenrolava. Ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, onde a Constituição foi votada com apenas sete ou oito artigos e onde não teve acesso à sala de discussão e de exame da Constituição nenhuma outra autoridade que não fossem os Constituintes. Um parlamentar cuidou da tarefa de redigir todas as matérias, de fazer o papel de secretaria, até que se erigiu essa Constituição extraordinária que ainda hoje funciona nos Estados Unidos. No Brasil, não, tudo foi feito às claras, às escâncaras, e Paulo Afonso era esse escrivão fundamental que a tudo acudia e que a tudo assistia.
O seu desaparecimento, portanto, é lamentável para todos nós que fazemos a política no Brasil e também para os jornalistas. Aqui falo como Parlamentar, como Senador, como Deputado que fui, como jornalista que também fui e sou e como amigo dessa figura extraordinária que tanta saudade nos deixa.