A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Sem apanhamento taquigráfico.) - Srªs. e Srs. Senadores, participei ativamente das negociações sobre a liberação de recursos para o setor da agricultura. Fiz, em meu gabinete inúmeras reuniões com os maiores produtores do meu Estado, ouvindo atentamente suas reivindicações e me posicionando diante da grave crise que abate o setor. Foram conversas francas, colocando que esta crise, se não sairmos da monocultura, do mono-negócio, não será estancada. Alertei os agricultores de Mato Grosso para a necessidade de ampliarmos nossas atividades agrícolas, diversificando-as, indo desde o manejo sustentável de nossas florestas como para a exploração do mercado de carbono. Estive ainda com os agricultores na esplanada,dialogamos. Almoçamos juntos e estarei com a categoria para levarmos esta luta adiante e espero sinceramente, coroada de êxito.

            A seguir leio reportagem sobre os desdobramentos das negociações junto ao Governo:

Governo anuncia liberação de R$3 bi para agricultura.

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu em parte às reivindicações dos produtores rurais, garantindo R$ 3 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para renegociação das dívidas com a iniciativa privada. Prometeu, ainda, reavaliar a liberação de defensivos importados dos países do Mercosul e a facilitação no registro dos agroquímicos.

As decisões foram comunicadas em reunião entre o presidente da República, os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, Goiás, Marconi Perillo, e Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, representantes da organização do Tratoraço e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

Os recursos deverão ser disponibilizados, conforme informações da assessoria do Tratoraço, no prazo de dez dias a um custo de 9,75% mais 4% de juros ao ano. Porém, o produtor arcará com uma taxa do crédito rural de 8,75%. Os outros 5% deverão ser custeados pela indústria que compra a produção agrícola. Os recursos liberados pelo BNDES serão destinados a todos os produtores, com exceção aos do Rio Grande do Sul, os quais já se beneficiaram com R$ 1 bilhão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) liberado recentemente.

Em relação aos importados, o assunto deverá ser discutido na próxima reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior) prevista para julho.

Mesmo com todas as promessas, os produtores não ficaram satisfeitos com o volume ofertado de recursos e com a falta de garantias.

Segundo o Presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rogério Salles, durante todo o dia de ontem o clima entre eles foi tenso, a reunião com os manifestantes foi suspensa algumas vezes. “Eles não aceitam voltar para casa só com promessas e querem tudo por escrito. Além disso, estão preocupados com a falta de capital para a nova safra”, informou Salles.

“O Presidente Lula não incluiu no acordo repasse de verba para prorrogação da dívida de custeio e não mencionou acerca do preço do arroz. Estamos discutindo sobre isso ainda”, disse Salles. A reunião, suspensa à tarde, só retornaria por volta das 18 horas e não tinha hora para acabar. Até o fechamento da edição, não tinham sido confirmados o horário e o dia em que os produtores deixariam a capital federal.