Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento do PSDB em relação ao governo federal. Contestação de denúncias veiculadas pela imprensa sobre irregularidades ocorridas durante o governo de S.Exa. no estado de Minas Gerais.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Posicionamento do PSDB em relação ao governo federal. Contestação de denúncias veiculadas pela imprensa sobre irregularidades ocorridas durante o governo de S.Exa. no estado de Minas Gerais.
Aparteantes
Antonio Carlos Magalhães, Antonio Carlos Valadares, Arthur Virgílio, Augusto Botelho, Cristovam Buarque, César Borges, Eduardo Suplicy, Flexa Ribeiro, Flávio Arns, Garibaldi Alves Filho, Gilberto Mestrinho, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, João Capiberibe, Lúcia Vânia, Marco Maciel, Mozarildo Cavalcanti, Ney Suassuna, Osmar Dias, Roberto Saturnino, Sergio Guerra, Tasso Jereissati, Tião Viana.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2005 - Página 22208
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • DESMENTIDO, NOTICIARIO, IMPRENSA, APOIO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), GOVERNO FEDERAL, OBSTACULO, REALIZAÇÃO, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, GOVERNO.
  • REGISTRO, DIVULGAÇÃO, INTERNET, NOTA OFICIAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), OBJETIVO, ESCLARECIMENTOS, OPOSIÇÃO, NATUREZA POLITICA, GOVERNO FEDERAL, LUTA, DEFESA, DEMOCRACIA, BRASIL.
  • ESCLARECIMENTOS, ACUSAÇÃO, MINISTERIO PUBLICO, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), IRREGULARIDADE, ORADOR, PERIODO, ATUAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pela Liderança do PSDB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje à tribuna desta Casa reafirmar a posição do meu Partido, o PSDB, acerca de notícias veiculadas no fim de semana, segundo as quais o nosso Partido estaria interessado em fazer acordo com o Governo para conter a investigação em andamento na CPI dos Correios.

Além de maldosa e inspirada certamente por intrigas daqueles que desejam misturar joio ao trigo, a versão sobre esse suposto acordo carece de sentido. Basta recapitular-se toda a trajetória do nosso Partido. Desde janeiro de 2003, quando iniciamos a atual legislatura, ela mostra, de forma clara e cristalina, que o PSDB nunca vacilou ou tergiversou em fazer oposição ao Governo.

Nem poderia ser outro o nosso posicionamento, primeiro porque o PSDB foi a principal força política a pagar o preço da vitória daqueles que se diziam salvadores da pátria e vendiam ilusão embrulhada no invólucro da esperança; segundo porque, antes mesmo de sermos oposição, nunca nos identificamos com as ações intolerantes e preconceituosas que os nossos adversários - então oposicionistas - moviam contra todos os governos tucanos, no Planalto e nos Estados e Municípios que governamos.

Assim, para não deixar qualquer dúvida a respeito do nosso posicionamento em relação ao atual Governo, ao PT e aos seus aliados, fiz questão de divulgar ontem nota oficial da direção nacional do PSDB, desautorizando, taxativamente, a versão do suposto acordo aventado pelo noticiário. A íntegra da nota acha-se no site do PSDB.

A mencionada nota não permite dúvidas acerca da coerência do nosso Partido, que, na oposição, tem por compromisso jamais repetir o tipo de oposição imatura, inconseqüente e até irresponsável que nos fizeram o PT, em parte, e alguns dos seus aliados, dentro e fora do Congresso.

Não desejamos o caos - já dissemos mais de uma vez. Buscamos que o País tenha o seguimento, tenha desenvolvimento, que o País não pare, mas não podemos, de maneira alguma, admitir que confundam nossas posições, confundam nossa forma equilibrada de dirigir o meu Partido com suposta vontade de fazer com que as questões sejam interrompidas.

Reiteramos, pois, que não deixamos nem deixaremos passar despercebido nenhum ato de corrupção, ou mesmo de deslize do Governo. Não fazemos nem faremos concessões nem vista grossa, sob justificativas de que as instituições e a governabilidade correm risco.

O PSDB tem, sim, compromissos com o Estado Democrático de Direito. Pautamos sempre a nossa conduta oposicionista com responsabilidade, espírito construtivo e voltado para o bem público e os altos interesses do País.

Essa atitude, com base em princípios, caracteriza não só o PSDB como organização...

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Sim, Senador Arthur Virgílio, com muita honra.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Senador Eduardo Azeredo, V. Exª faz exatamente aquilo que é do comportamento dos homens de bem. Apesar de ser da sua geração, como comecei antes a vida parlamentar, tive a honra de ter sido colega de seu pai, Renato Azeredo, que, por sua vez, sendo da geração de meu pai, foi colega de meu pai na Câmara dos Deputados. Entendo que, em pé de mamoeiro, não dá melão. Em pé de mamoeiro, dá mamão mesmo. V. Exª faz aquilo que compete a um homem de bem injustamente acusado, e sem perder a serenidade, que é a marca da sua atuação pública, seja como gestor, seja como Parlamentar. O que devo dizer, de maneira bem sucinta, é que V. Exª está acima disso. Acabei de me reunir com Lideranças do Governo neste Parlamento, para dizer a eles que ou se autocritica nessa tentativa ignóbil, torpe, tola e absurda de tentarem dividir uma crise que é deles com outros, ou não terão mais nenhum espaço para dialogar com este PSDB, sempre tão fácil de com ele dialogar. Foi dito com todas as letras, conforme acerto em nossa reunião de Senadores ainda há pouco. Ou seja, repito: ou assumem uma crise que é deles e discutem conosco como trabalharmos o futuro do País, ou não terão mais nenhum espaço para dialogar com um partido tão fácil de com ele dialogar, como é o caso do PSDB. Portanto, a solidariedade da Liderança do seu Partido, a certeza de que V. Exª governou, com honra, Minas Gerais. Esse episódio que V. Exª vai relatar não tem nada a ver com mensalão, com diarismo, com mensalinho, com quinzenão, não tem nada a ver com nada. V. Exª apenas é um homem de bem. E estão investigando pessoas que mostraram, ao longo de suas trajetórias últimas, que talvez não sejam tão de bem assim. V. Exª, portanto, faz o que o Governo não está fazendo. O Governo não se defende com essa altaneria. O Governo finge que dá para bancar o avestruz: rabo de fora e cabeça para dentro da terra. Parabéns a V. Exª. Seu pai deve estar orgulhoso de seu gesto.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Arthur Virgílio, meu Líder nesta Casa. V. Exª é testemunha de que aqui tenho procurado honrar o mandato que o povo mineiro me concedeu, na sua maioria.

Quero ainda, antes de, com muita honra, conceder novos apartes, avançar um pouco.

Além da coerência e solidez de posições que temos em nosso Partido, seguimos também nesse comportamento como pessoas e homens públicos. Por essa razão, pessoalmente estou também tranqüilo em relação a conotações de que haveria interesse pessoal meu no suposto acordo aludido pela nota que emitimos ontem.

Interpretações malévolas têm tentado desviar a atenção dos graves problemas do presente, associando o meu nome a uma questão administrativa de sete anos atrás.

Essa tentativa busca remontar a 1998, quando eu era Governador do Estado. Duas empresas estatais de Minas, a Comig e a Copasa, detentoras de autonomia financeira, destinaram cotas de patrocínio a três eventos internacionais: o Iron Bike, o Campeonato Mundial de Supercross e o Enduro da Independência, sendo que este último era promovido em Minas há cerca de vinte anos, desde 1983. As competições esportivas tinham relação com o apelo à preservação do patrimônio natural de sítios históricos de Minas Gerais. Levaram ao Estado inúmeros participantes de diversos países. E aconteceram com ampla cobertura da imprensa e farta documentação fotográfica e televisiva.

Por causa de confusão feita entre patrocínio dos eventos e veiculação de publicidade, o Ministério Público de meu Estado iniciou ação, alegando suposta irregularidade administrativa. Ocorre, porém, que exatamente por ser patrocínio de eventos e não publicidade, o caso em questão não exigia ser licitado nem mesmo ter processo de dispensa de licitação, conforme o art. 26, parágrafo único, incisos I, II e III da Lei nº 8.666, de 1993.

A agência que realizou os eventos detinha sua exclusividade, tornando impossível a concorrência prevista pela legislação, ou seja, os três eventos internacionais foram patrocinados nos mesmos moldes em que, há tempos, empresas estatais, federais e estaduais patrocinam eventos esportivos ou clubes de futebol. Também nesses casos, a estatal não precisa licitar o patrocínio, que é implementado por meio de agência publicitária escolhida anteriormente para atender a empresa, aí, sim, mediante procedimento licitatório, o mesmo que aconteceu em Minas Gerais.

Deve-se acrescentar ainda que o patrocínio daqueles três eventos observou deveres próprios do Estado de divulgar o nome de Minas no País e no exterior, de incentivar práticas desportivas, despertar a consciência da necessidade de preservação do meio ambiente, incentivar o turismo e gerar receitas e divisas. Além disso, observou o disposto pelo art. 217, inciso II, da Constituição Federal, que estabelece como “dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais como direito de cada um, observada a destinação de recursos públicos para a promoção do desporto educacional e, em casos específicos, para o desporto de alto rendimento”.

A questão, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encontra-se sob a devida análise e apreciação do Supremo Tribunal Federal. Portanto, quanto às tentativas de se fazer prejulgamento de um caso que surgiu sob o equívoco de interpretação da lei, coloco minha biografia pessoal e minha carreira política ao exame não só desta Casa, mas também do povo do meu Estado, Minas Gerais.

Graças a Deus, minha história de vida não contém atos indignos ou desabonadores. Prova disso é que, durante os períodos em que eu não tinha mandatos eleitorais ou cargos públicos a cumprir, sempre precisei trabalhar para arcar com os compromissos de sustento de minha família.

Quando terminei o mandato de Prefeito de Belo Horizonte, voltei a trabalhar na Datamec e no Serpro. Assim também, quando deixei o Governo de Minas Gerais, tornei-me funcionário da BMS - Belgo Mineira Sistemas, empresa privada subsidiária da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, voltando à área profissional da tecnologia da informação, na qual comecei em 1972, trabalhando como Analista de Sistemas da IBM, durante 11 anos.

Senador Jorge Bornhausen, com muita honra, ouço V. Exª.

O Sr. Jorge Bornhausen (PFL - SC) - Senador e Presidente do PSDB Eduardo Azeredo, conheço V. Exª de longa data: a sua trajetória política, a sua vida familiar, os seus atributos de inteligência e trabalho. Nossa convivência como presidentes de partidos de Oposição tem sido excelente. V. Exª conduz, com serenidade e competência, o PSDB, como anteriormente o fez em relação aos negócios administrativos da Prefeitura de Belo Horizonte, de onde saiu com grande saldo administrativo e político. Também no Governo do Estado de Minas Gerais, com honra, dignidade e competência, V. Exª concluiu um excelente mandato. Por isso, receba a nossa solidariedade no discurso que ora faz.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Jorge Bornhausen, agradeço as suas palavras e peço que compreenda minha emoção, porque, como dizem sempre, eu fico vermelho. Fico vermelho, sim, porque as pessoas de honra se enrubescem quando são agredidas injustamente!

Senador Sérgio Guerra, com muita honra, ouço V. Exª.

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB - PE) - Senador Eduardo Azeredo, não é difícil perceber os fatos. Há uma reação do PT e do Governo que considero de todas a mais precária em relação às acusações feitas contra o PT, o Governo e a sua base, não pelo PSDB ou pelo PFL, mas pela imprensa brasileira de maneira geral. É absolutamente elementar essa história de querer remeter a crítica e o desgaste aos que antecederam este Governo. Quando não há argumento, esta é a primeira tentativa de argumento, a mais elementar: “Quando vocês governavam, fizeram isso ou fizeram aquilo. Fizemos, mas vocês também fizeram”. Frases dessa precariedade são ditas, mas os fatos devem ser esclarecidos. E, se há partidos, como o PFL, o PSDB e outros, que não cederam um centímetro para que esses fatos fossem investigados, são exatamente esses partidos, especialmente o nosso PSDB. Não abrimos um centímetro. Dizer que somos golpistas não procede, pois não o somos; dizer que queremos derrubar o Governo também não procede, pois não temos essa intenção. Todavia, queremos que o Governo derrube quem o compromete e queremos que as ruas e as urnas derrubem este Governo daqui a um ano e meio, o que estamos certos de que vai ocorrer. Com relação às acusações feitas contra o Senador Eduardo Azeredo, não as considero boas ou más. São ridículas! O Senador Eduardo Azeredo é uma pessoa que tem uma vida pública e pessoal conhecida e reconhecida por seus adversários e aliados. É uma pessoa limpa, segura, cordial, conciliadora ao extremo, porém, absolutamente coerente, lúcido e incisivo naquilo que concorda com seus princípios e que são a base de sua atividade pública. Acusá-lo neste momento faz parte desse show de precariedade que está nos comprometendo aqui. Ou olhamos para a rua e vemos o que está acontecendo, transformamos essa investigação de fato no que ela tem que ser, ou estaremos desautorizando mais do que o PT e o Governo, ou seja, as instituições no plural. Não vamos abrir mão disso. Não nos vamos afastar um centímetro. Evidentemente, haverá tentativas desesperadas visando a remeter contra quem não merece acusações, mas que comprometem aqueles que as fazem; ao invés de levantá-los, compromete-os mais ainda, tornando-os mais submetidos a uma enorme sanção pública. Basta sair, ouvir e ver - não cegar -, avistar o que todo o mundo mostrando. Tenho certeza de que qualquer acusação feita contra o Senador Eduardo Azeredo no campo da sua vida pública e privada tem grande chance de ser absolutamente não reconhecida por todos, por mais demagógica ou vestida que seja. Não se preocupe com isso. Conversei com 10, 20, 30 Senadores, e nenhum deles admite que, na vida pública de V. Exª, Senador Eduardo Azeredo, algum desvio possa ser levantado, comprometendo a sua atividade e idoneidade. Então, vamos continuar seguindo o nosso caminho. Não vamos aceitar provocação. Vamos dar a resposta que esperam do Congresso e do Senado, de maneira especial: a punição dos responsáveis, a responsabilização de quem está comprometendo a democracia no Brasil, que não está na Oposição - não está no PSDB, no PFL, no PDT; está no Governo, na base do Governo e no Partido dos Trabalhadores.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Sérgio Guerra, agradeço a sua intervenção. Quis trazer aqui o relato sucinto sobre esse patrocínio em Minas. Que fique bem claro, de uma vez por todas, que foram eventos internacionais que aconteceram por mais de um dia e que tiveram todos os procedimentos legais observados por empresas estatais com autonomia financeira. Que isso fique bem claro, para que não continuem a querer explorar esse fato e mudar as atenções em vez de focá-las no que realmente é necessário investigar.

Senador Antonio Carlos Magalhães, com muito prazer, ouço V. Exª.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - O Senador Eduardo Azeredo talvez seja dos Senadores o que mais de perto conheço ou há mais tempo pelo menos. Posso dar o testemunho de que V. Exª tem uma vida notável como homem público, inclusive muita coisa herdada do seu pai, que foi um dos políticos mais decentes da República, íntimo do Presidente da República, mas cujo nome ninguém usou, a não ser para elogiar: Renato Azeredo. Então, V. Exª já vem por tradição e a cumpre honrando o nome do seu pai e dando aos seus filhos também um nome honrado. V. Exª é impecável como político e, por isso mesmo, sempre trabalhou quando as suas missões políticas terminaram. V. Exª é um homem sério, digno, humilde, e talvez, por sua humildade, os canalhas pensem que V. Exª é outra coisa. V. Exª faz bem em vir para a tribuna, porque recebe o testemunho geral, desta Casa, da sua dignidade. E aqueles que fazem as coisas imorais e querem passá-las para terceiros ficam desmoralizados, inclusive com os órgãos de imprensa que usaram. Muito obrigado.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Antonio Carlos, agradeço muito as palavras de V. Exª, que conheceu meu pai e sabe que este é o maior patrimônio que tenho, a herança honrada que recebi dele, que foi Deputado Federal por seis mandatos aqui em Brasília. De maneira que agradeço muito o seu testemunho.

Ouço o nobre Senador Tasso Jereissati.

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Senador Eduardo Azeredo, V. Exª se recorda mais ou menos do valor desse patrocínio?

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Duas cotas de R$1,5 milhão.

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - A números de hoje de publicidade, parecem-me ridículos esses números. Gostaria de dizer que, nesta Casa, se formos pesquisar cada um dos Senadores, não há o menor resquício de dúvida, zero, quanto a V. Exª. V. Exª, aqui nesta Casa, como certamente em todos os lugares em que exerceu a sua vida pública e profissional, tem a imagem e a convicção de todos aqueles que conviveram com V. Exª sobre a sua absoluta integridade em todos os aspectos. Costumo dizer, Senador Antonio Carlos, que infelizmente o Senador Eduardo Azeredo é casado com Dona Heloísa, porque ele é o genro que eu sonhei para as minhas filhas.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador.

O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Não há a menor necessidade de V. Exª vir aqui fazer esses esclarecimentos, mas, mesmo assim, o faz. E mais do que fazer esclarecimentos, coloca todos os pontos sem atacar ninguém; coloca todos os pontos, se coloca à disposição da Casa. São levantados assuntos de sete anos atrás, envolvendo, em quatro anos de Governo, patrocínio de um enduro. V. Exª não ataca ninguém, nada joga para os outros. É esta a postura que nós queríamos que o Governo tivesse agora: humildemente, viesse a público e explicasse à Nação essa torrente de milhões e milhões de reais de desvios de recursos públicos claramente - em alguns casos, comprovadamente - desviados para uso dos partidos políticos, inclusive e principalmente do PT. É oportuna a observação que V. Exª coloca por último: se as pessoas não entendem a moderação e o equilíbrio típicos do seu temperamento como um sinal de sensatez, não ousem se enganar com a tentativa de acomodação ou com a possibilidade de não se punir aqueles que fizeram uso indevido dos recursos públicos. Portanto, queria dizer a V. Exª que o sentimento de solidariedade a V. Exª é absolutamente geral por parte de todos os partidos dentro desta Casa.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Tasso Jereissati.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB.) - Senador, quero comunicar que, em se tratando de um pronunciamento para explicação pessoal, vamos dar tempo livre a V. Exª. Para isso, queremos pedir a compreensão do Plenário no sentido de liberar esse tempo e, também, no de diminuir, dentro do possível, o tempo para os apartes. Basta que se use o tempo regimental.

V. Exª tem a palavra.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Presidente.

Estava agradecendo a manifestação do Senador Tasso Jereissati, que sempre brinca comigo dizendo que fico vermelho com qualquer assunto. Realmente, essa é uma característica minha. Agradeço muito pelas suas palavras, Senador. V. Exª é testemunha de minha vida pública, desde a época em que eu era Prefeito de Belo Horizonte até hoje, quando somos companheiros no Senado.

É importante, sim, como eu disse no início de meu pronunciamento, que não se confunda o joio com o trigo. Essa é uma preocupação que este Congresso tem de ter presente neste momento.

Ouço, com prazer, o Senador Agripino, Líder do PFL, e o Senador Tião Viana, em seguida.

O Sr. José Agripino (PFL - RN) - Senador Eduardo Azeredo, vou procurar atender à recomendação do Presidente e ser o mais breve possível, até porque desagravo a V. Exª não precisa de muito tempo não. V. Exª é uma figura marcada pela afabilidade, pela cordialidade, é um adepto da conciliação, mas é um homem de posição. Governou Minas Gerais e governou com decência. O curioso é que, depois de seis ou sete anos, venham com insinuações, insinuações que dizem respeito a ligações claras com pessoas com quem V. Exª poderia até ter tido algum tipo de relação ou possa ter conhecido no passado, mas foram relações limpas, ocorridas antes dessas pessoas terem, ao longo do tempo, entrado pelo campo da mazela, o que hoje é denunciado. V. Exª nem precisava vir a esta tribuna, porque o seu conceito em Minas Gerais, em Brasília ou no País é o conceito de um homem limpo. V. Exª é um homem sério com cara de homem sério, diferente de alguns por aí, que nem são sérios nem têm cara de homens sérios. Os fatos é que estão impondo a investigação, e não há fato algum que deponha contra V. Exª: não há saque de dinheiro envolvendo V. Exª, não há fita gravada, não há fita de vídeo, não há ninguém pegando dinheiro com a ponta dos dedinhos envolvido com V. Exª. Fique tranqüilo, esta Casa guarda de V. Exª o mesmo conceito que sempre guardou. De minha parte V. Exª tem o que nem precisava ter: o absoluto e peremptório desagravo pelas calúnias de que foi alvo.

O SR EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador José Agripino. V. Exª, como Líder do PFL, sempre tem demonstrado que participa dessa busca da conciliação em favor do interesse maior do País, que é o desejo que todos devemos ter permanentemente.

Ouço V. Exª, Senador Tião Viana.

O Sr Tião Viana (Bloco/PT - AC) - Nobre Senador Eduardo Azeredo, é com muita satisfação e tranqüilidade que também uso o microfone do Plenário do Senado para apartear V. Exª neste momento em que faz uma manifestação para reafirmar a responsabilidade política do PSDB com a crise que estamos atravessando no País, para reafirmar a imparcialidade do PSDB, o senso crítico e a responsabilidade com a Nação. Ao mesmo tempo, V. Exª faz referência ao ataque pessoal que V. Exª supostamente está sofrendo ou está na iminência de sofrer. Eu deixo claro um testemunho aqui, com muita tranqüilidade: o seu mandato é um mandato a serviço do Brasil; V. Exª é, de fato, um Senador da República, não é um Senador localizado em Minas Gerais, em seu Estado. V. Exª é um Senador que olha para o Brasil com muita responsabilidade no dia-a-dia do seu mandato. Exemplos disso foram os debates de que V. Exª participou sobre os portadores de deficiência; sobre as minorias na reforma da Previdência Social; sobre segurança do processo eleitoral respeitando o sufrágio universal do voto, que sempre norteou o mandato de V. Exª, e sobre outros temas relativos ao desenvolvimento nacional e regional. Respeito-o muito pela condução do seu mandato parlamentar. Entendo que V. Exª, em momento algum, abriu mão de se mostrar humilde, responsável politicamente, responsável socialmente, sempre procurou transigir em seus pontos de vista. V. Exª nunca estreitou suas ações, sempre procurou dialogar com o seu partido para defender aquilo que entendia ser bom para o Brasil, colocando-se acima de posições partidárias; sempre procurou nos tratar, seus adversários político-partidários que estamos no Governo hoje, com absoluto respeito e com personalidade elevada. Por tudo isso, acho que é mais do que necessário um testemunho como esse para que V. Exª caminhe tranqüilo. Quaisquer que sejam os ataques, V. Exª precisa estar tranqüilo de consciência no seu dia-a-dia, porque o seu mandato está a serviço do Brasil. Eu não tenho dúvida que V. Exª vai ter sempre o respeito de todos nós do Senado Federal.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Tião Viana, o testemunho de V. Exª é muito importante para mim. E V. Exª aborda pontos fundamentais, que dizem respeito à discussão de temas que interessam à população brasileira. Isso é que as pessoas, às vezes, confundem: quando se busca o interesse maior e a conciliação é porque estão em jogo questões de interesse da população; nesses momentos, não se pode ficar apenas nas brigas políticas, nas disputas políticas, nas fiscalizações, nas denúncias.

Agradeço a sua intervenção, que é importante neste sentido: o do esclarecimento que faço aqui, hoje, com relação à posição do meu partido, que presido com muita honra, e com relação à minha posição pessoal sobre atos referentes ao meu Governo no Estado de Minas Gerais.

Ouço, com muito prazer, o Senador César Borges. Em seguida, o Senador Flexa Ribeiro e o Senador Flávio Arns.

O Sr. César Borges (PFL - BA) - Senador Eduardo Azeredo, neste momento não poderia, de forma alguma, me furtar a fazer este aparte para prestar inteira solidariedade a V. Exª, que é efetivamente um homem público que honra as tradições brasileiras e honra este Senado. A sua trajetória é uma trajetória de amor a Minas Gerais e, por isso mesmo, de amor ao Brasil. V. Exª foi um prefeito competente, sério. Quando Governador, tive oportunidade de recebê-lo na Bahia - na época, eu era Vice-Governador -, onde V. Exª havia ido para divulgar as suas Minas além das Gerais. Sei de sua probidade, de sua seriedade, de sua honestidade. Nesta Casa, V. Exª sempre tem atuado com muita correção e com muita cordialidade e, acima de tudo, Senador Eduardo Azeredo, com muita honestidade de princípios e de posições. Creio ser desnecessário enfatizar essas suas qualidades, mas o faço por uma questão de consciência, para ficar bem com a minha consciência, porque não gostaria de vê-lo sofrendo nenhum tipo de ataque. Por isso, neste momento, quero estar ao seu lado para defendê-lo contra esses tipos de ataque que, tenho certeza, são totalmente infundados e partem daqueles que não querem, neste momento que vive o País, dar curso a uma apuração séria que possa, efetivamente, mostrar a este País que precisamos extirpar de vez os maus homens públicos. V. Exª está entre os melhores homens públicos do nosso País. Continue sua trajetória, Senador Eduardo Azeredo, que é de sucesso, pelo bem do Brasil!

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador César Borges. V. Exª, com a experiência de Governador da Bahia e, hoje, como Senador, sabe bem como é a vida pública: é difícil, e temos de estar preparados sempre para enfrentar questões que, às vezes, são colocadas e mal colocadas, como essa a que me refiro.

Ouço aqui o Senador Cristovam Buarque. Depois, concederei apartes aos Senadores Flávio Arns e Flexa Ribeiro.

O Sr. Cristovam Buarque (Bloco/PT - DF) - Senador Eduardo Azeredo, creio que nenhum de nós pode se furtar a dar o testemunho de quando teve qualquer contato com V. Exª, e eu tive. Fomos Governadores ao mesmo tempo, fui a Minas Gerais fazer campanha pela sua reeleição e não tive nenhuma razão, de lá para cá, para me arrepender. Se fui fazer campanha é porque tinha toda a confiança em seu trabalho e na sua dedicação. Fico feliz de ver que, no primeiro momento em que sai qualquer denúncia, qualquer rumor, V. Exª vem aqui, de público, manifestar-se e dizer que está absolutamente a favor da apuração de tudo o que for dito contra qualquer um de nós, políticos, no Brasil de hoje. Parabéns por ter vindo aqui! Fico muito feliz por ser seu colega e amigo.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Senador Cristovam Buarque. V. Exª enriquece meu pronunciamento. Agradeço sua palavra, seu testemunho e sua amizade para comigo.

Concedo aparte ao Senador Flávio Arns, também do Partido dos Trabalhadores.

O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco/PT - PR) - Senador Eduardo Azeredo, gostaria de me solidarizar, mesmo que todos aqui, em todos os pronunciamentos, estejamos ressaltando que seria desnecessário isso acontecer. Mas quero destacar os dois aspectos do pronunciamento de V. Exª. Primeiro, na qualidade de Presidente do PSDB, diria que todo o trabalho de V. Exª nessa condição vem-se direcionando no sentido que o Brasil mais precisa hoje, que é a busca de alternativas, a busca de caminhos, de projetos para um Brasil desenvolvido, justo, com total tranqüilidade, diálogo, composições seguras, serenas. Eu diria que é disso que o Brasil precisa. Como V. Exª diz, muitas pessoas confundem isso com adesismo ou querer participar junto com uma situação. Mas V. Exª assume, na condição de Presidente do Partido, felizmente, eu diria, uma posição clara e da qual todos temos de nos orgulhar. Em relação a questões pessoais, já tornei pública várias vezes a minha manifestação no sentido de enaltecer o trabalho pessoal de V. Exª. Quando V. Exª foi eleito Presidente da Subcomissão de Assuntos Sociais para as Pessoas com Deficiência no Senado, eu disse para todo o Brasil e para todas as pessoas que quisessem ouvir a mensagem: o Senador Eduardo Azeredo é sério, é ético. Vocês podem confiar no Senador. É uma pessoa que busca a justiça, que busca a cidadania, o bem-estar das pessoas. Não existe dúvida nesse sentido. Outro dia ainda, quando me manifestei no plenário, eu disse que o Brasil e Minas Gerais tinham de se orgulhar de políticos como V. Exª. Então, nesse sentido, eu diria que não existe qualquer dúvida. E qualquer dúvida que se levante, na verdade, deve ser questionada também, porque V. Exª vem fazendo um trabalho de alta qualidade, de compromisso e de ética com o Estado de Minas Gerais e com o nosso País. Então, a solidariedade, sem dúvida alguma, de todos nós aqui que o conhecemos há muito tempo!

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Flávio Arns. V. Exª, na verdade, é o nosso guru nessas questões ligadas às pessoas com deficiência. Agradeço muito a sua manifestação aqui hoje no plenário, principalmente porque V. Exª e os Senadores Cristovam Buarque e Tião Viana são membros do Partido dos Trabalhadores. Agradeço a sua manifestação neste momento.

Ouço, com muito prazer, o Senador Flexa Ribeiro. Em seguida, ouvirei os Senadores Garibaldi Alves Filho, Heráclito Fortes e Marco Maciel e a Senadora Lúcia Vânia.

O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - Senador Eduardo Azeredo, é com muita honra que me associo aos Senadores que me antecederam para solidarizar-me com V. Exª e dizer que, para nós do PSDB, que temos a honra de ser presididos por V. Exª - e tenho certeza de que não só o povo mineiro, mas todo o povo brasileiro reconhece a sua competência, a sua honorabilidade -, não haveria necessidade de V. Exª vir aqui trazer explicações a respeito de um episódio que, como disse aqui, aconteceu há seis ou sete anos e que foi trazido à tona na tentativa, muito bem abordada aqui pelo Senador Sérgio Guerra, de trazer para esse episódio tão lamentável que vive a Nação brasileira, esse episódio do mensalão, da CPMI dos Correios, as gestões anteriores. Nós, do PSDB - e isso já foi dito pelo nosso Líder, Senador Arthur Virgílio, e pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso - não tememos seja investigada a gestão anterior, do Presidente Fernando Henrique Cardoso.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O Sr. Flexa Ribeiro (PSDB - PA) - E V. Exª diz aqui, de forma inequívoca, que também tem a sua vida transparente tanto na gestão do Governo mineiro quanto na Prefeitura. Tenha dos seus Pares do PSDB e, de forma unânime, do PT, do PFL e de todos os Partidos o reconhecimento da sua honradez e da sua conduta ética na política e na condução do Governo de Minas Gerais.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Flexa Ribeiro. É exatamente esta a minha preocupação: que não fique dúvida sobre a posição do PSDB, o Partido que dirijo, e as posições que temos de assumir na busca do desenvolvimento do País.

Concedo aparte ao Senador Marco Maciel. Depois, eu o concederei à Senadora Lúcia Vânia.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - Nobre Senador Eduardo Azeredo, quero dizer a V. Exª que tive a honra de conhecer o seu pai, o Deputado Federal Renato Azeredo, com quem convivi por duas legislaturas consecutivas. Com ele aprendi muitas lições de política e de administração. Admirava a correção da sua conduta, a forma proba e conseqüente com que desempenhou os mandatos no Congresso Nacional, de onde só saiu para secretariar o então Governador Tancredo Neves que então assumia. Ele foi, posso assim dizer, o braço direito do Governador Tancredo Neves, alçado que foi à Secretaria do Governo. Iniciarei, pois, o meu aparte dizendo que tenho por V. Exª uma admiração por hereditariedade...

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Senador.

O Sr. Marco Maciel (PFL - PE) - V. Exª é uma grande figura da política brasileira e, mais do que isso, uma pessoa que dignifica a tradição dos pró-homens que Minas envia ao Congresso Nacional. V. Exª é uma pessoa indene a qualquer restrição de caráter ético ou moral. Pelo contrário, V. Exª tem, a enriquecer o seu currículo, excelente trabalho feito na iniciativa privada. Conheci-o na década de 1980, quando trabalhava na área de informática, era um dos papas no assunto e, se não me engano, dirigia uma empresa mineira de prestação de serviços de informática. Foi também um dirigente da Sucessu e talvez até seu Presidente. Algumas vezes, tive a oportunidade de estar com V. Exª quando se discutia, no Brasil, a questão - na época, momentosa - da formulação de uma política de informática. Aprendi a apreciar V.Exª não somente como político - que depois se revelou, de forma mais clara, como Prefeito de Belo Horizonte e Governador de Minas Gerais -, mas também como administrador competente e capaz. Portanto, V. Exª tem o reconhecimento de seus Pares, como o vem recebendo, do povo de seu Estado e de toda a Nação brasileira. V. Exª, a exemplo de seu pai, já ultrapassou as fronteiras de Minas - e olhe que Minas é muito grande - e tem um conceito, conseqüentemente, muito bem alojado na cidadania brasileira. Portanto, meu aparte é para dizer da minha estima e do meu apreço por V. Exª e para reiterar aquilo que disse: V. Exª enriquece a representação mineira trazendo não somente sua competência, honradez, probidade, mas, sobretudo, seu espírito público. Concluindo, quero dizer a V. Exª que conte com nossa solidariedade. V. Exª sabe que a tem, mas certamente dela não precisará.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Marco Maciel. V. Exª foi Vice-Presidente da República e lembrou-me de momentos importantes de minha vida pessoal e também profissional, em relação à área da tecnologia da informação. Discutimos tanto a política nacional de informática, o recadastramento eleitoral - na época, eu era Presidente da Prodemge, uma empresa de Minas. Lembro-me até mesmo de quando se iniciou o uso da urna eletrônica, pela qual lutei tanto. Tive uma pequena participação para que ela fosse esse avanço tecnológico que o Brasil tem hoje.

Concedo um aparte à Senadora Lúcia Vânia.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB - GO) - Senador Eduardo Azeredo, gostaria de cumprimentá-lo pela análise que V. Exª faz da conduta do PSDB durante esse período de crise. V. Exª mencionou muito bem que o Partido tem sido firme, contundente - quando necessário -, mas, acima de tudo, sereno nos momentos mais críticos. Com relação aos ataques à pessoa de V. Exª, acredito que sua serenidade e o depoimento de seus colegas revelam o homem que V. Exª é: ético, probo, honesto, trabalhador, competente na área econômica e com grande sensibilidade na área social. Nós, que militamos pelos deficientes, pelos trabalhadores e pelas mulheres, temos que dar um testemunho do seu compromisso com o ser humano. É muito duro para uma pessoa que tem a sensibilidade de V. Exª lidar com acusações tão fúteis, tão irresponsáveis quanto essas. Portanto, receba da sua colega, que o admira profundamente, a solidariedade, o apoio e, acima de tudo, a crença de que a cada dia V. Exª cresce no nosso conceito. Muito obrigada.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senadora Lúcia Vânia, que foi Presidente da Comissão de Assuntos Sociais e traz seu testemunho desta preocupação fundamental para todos nós, as questões sociais no Brasil.

Ouço, com muito prazer, o Senador Heráclito Fortes.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL - PI) - Meu caro Senador Eduardo Azeredo, vou ser bem rápido. Todos os companheiros já manifestaram o quanto V. Exª é benquisto e respeitado nesta Casa. Minas Gerais sabe disso e sabe que V. Exª está sendo vítima, se não de uma campanha dirigida, maldosa, pelo menos de um equívoco. Fique certo V. Exª de que seu conceito não está em jogo nesta Casa; pelo contrário, seu conceito é inoxidável, resiste ao tempo e à chuva. De forma que minha palavra, neste momento, é para emprestar a V. Exª meu apoio, meu apreço e minha amizade pessoal, pedindo inclusive que a estenda à Heloísa, sua mulher, e aos seus filhos, porque sei que, num momento como esse, a família toda sofre junto. Mas é assim mesmo, a vida pública nos impõe determinadas situações como essa. Mas Eclesiastes está aí: “Mais cedo ou mais tarde, a virtude triunfa sempre”. Muito obrigado a V. Exª pelo aparte.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes. Realmente a vida pública nos traz alguns dissabores, apesar de ser uma questão pequena, mas fiz questão de trazer essas explicações, porque acho que meus nobres colegas as mereciam, para que não pairem dúvidas.

Senador Garibaldi Alves Filho, com muita honra, ouço V. Exª.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB - RN) - Senador Eduardo Azeredo, quero também me associar a todos os colegas de Bancada e dizer que V. Exª é uma unanimidade nesta Casa. Todos que o apartearam fizeram elogios merecidos à conduta de V. Exª, uma conduta ilibada, de um homem de bem. V. Exª é um político mineiro talhado no sentido de lutar pelo bem comum, um homem habilidoso, criterioso, do qual me orgulho hoje de ser colega.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Garibaldi Alves Filho. V. Exª também é ex-Governador de Estado e sabe bem como são as agruras da vida pública. Tantos anos depois, temos de estar aqui, nesta tribuna, para fazer uma exposição. Agradeço o testemunho de V. Exª.

Ouço o Senador João Capiberibe, do Amapá.

O Sr. João Capiberibe (Bloco/PSB - AP) - Nobre Senador Eduardo Azeredo, a atividade que desenvolvemos é essencial para a sociedade. A atividade política é fundamental, mas sofre uma desqualificação permanente. Evidentemente, isso nos atinge até do ponto de vista da nossa vida pessoal. Somatizamos essa desqualificação permanente. Estou convencido de que suscitar e levantar situações do passado para atingir-lhe, com certeza, faz parte dessa estratégia da desqualificação. Portanto, quero manifestar-lhe a minha solidariedade e dizer-lhe que é difícil conviver com essa desqualificação, mas faz parte da luta política. Tenho certeza de que V. Exª, que já venceu tantas batalhas, com a solidariedade de todos nós aqui e, principalmente, dos mineiros, vai superar mais esse obstáculo.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador João Capiberibe, realmente é o que volto a dizer aqui: não podemos deixar que as coisas mudem, que se mudem as atenções para questões secundárias.

Concedo o aparte ao Senador Antonio Carlos Valadares.

O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Eduardo Azeredo, a manifestação coletiva do Senado Federal, com o pronunciamento de Senadores de todos os partidos - da Oposição e do Governo -, demonstra por A mais B que todos conhecem V. Exª e todos o admiram. Todos o conhecem pelo seu passado limpo, ilibado, sem manchas. V. Exª passou pelo Governo do Estado e deixou um rastro de obras que o credenciaram a eleger-se Senador da República; e, aqui, no Senado, tem tido uma atuação marcante. Apesar de integrar um partido de Oposição, sabemos do equilíbrio, da moderação, do cavalheirismo, da cordialidade com que V. Exª age em todos os momentos, seja no plenário, seja nas Comissões. V. Exª é um exemplo de Senador. Orgulho-me de tê-lo ao meu lado na Comissão de Assuntos Sociais - eu, como Presidente, e V. Exª presidindo uma das subcomissões -, lutando bravamente para o fortalecimento das condições sociais dos brasileiros. Portanto, quero me solidarizar tanto quanto os meus colegas por tudo que V. Exª foi no passado e continua sendo: um grande homem público, um grande político.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Antonio Carlos Valadares. V. Exª, pelo Partido Socialista Brasileiro, o PSB, traz a esta Casa um testemunho importante. Agradeço-lhe muito. Somos ainda companheiros na frente da defesa da saúde, que é um outro ponto importante pelo qual o brasileiro deve estar sempre lutando.

Senador Eduardo Suplicy, ouço V. Exª com muito prazer.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Eduardo Azeredo, primeiro, quero transmitir a V. Exª um testemunho, porque, desde que V. Exª chegou a esta Casa, tornamo-nos colegas. E, no convívio diário, V. Exª me tem passado a impressão de ser um homem de grande seriedade, um Senador que tem uma enorme bagagem, inclusive como ex-Prefeito e Governador de Belo Horizonte. V. Exª traz a esta Casa uma experiência das mais notáveis, e todos aqui aprendemos muito uns com os outros; e com V. Exª eu também tenho aprendido. V. Exª, como colega na Comissão de Assuntos Econômicos, na de Relações Exteriores - que presidi e da qual hoje V. Exª é Vice-Presidente -, tem tido uma postura ímpar e tem tomado inúmeras iniciativas com as quais normalmente estou de acordo. Embora sejamos de partidos diferentes, quero aqui manifestar esse testemunho e a afinidade que muitas vezes temos com respeito àquilo que considero do interesse da Nação brasileira, do interesse público. É importante essa iniciativa de V. Exª, de imediatamente assomar à tribuna e procurar esclarecer esse episódio, cujos detalhes não conheço. Sinceramente, defendo que sempre que surgir um problema de qualquer natureza, como a questão desses contratos ou como aqueles que agora são objeto de apuração na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios - e, talvez, a do mensalão -, que as pessoas envolvidas se disponham a esclarecer tudo. Permita-me aqui dizer, Senador Eduardo Azeredo: participei, hoje, de manhã, da reunião da Executiva Nacional. Silvinho Pereira confirmou o seu ato de pedir licença, e Delúbio Soares, o tesoureiro do PT, resolveu seguir o mesmo caminho. Então, ambos o fizeram, de maneira condizente com a que eu mesmo havia sugerido. É do interesse do PT dedicar todo o seu tempo para esclarecer completamente os episódios que são importantes para a vida do Partido dos Trabalhadores. Quero aqui manifestar, Senador Eduardo Azeredo, os meus cumprimentos a V. Exª, que, de pronto, veio esclarecer esse episódio, cujos detalhes ainda não conheço. Li sobre o assunto em um breve noticiário, mas é capaz de haver muitas outras notícias a esse respeito. Meus cumprimentos a V. Exª.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Senador Suplicy.

Pensando no interesse do Brasil, V. Exª, há alguns dias, foi testemunha da minha posição contrária a uma radicalização de posições. A minha preocupação é a de que exatamente posições como essa sejam mal compreendidas. E foi o que aconteceu nessa questão. Compreenderam que o meu Partido, no momento em que defendo que não haja radicalização no País, pudesse querer contemporizar. E não é essa a posição.

Agradeço a V. Exª pelo seu testemunho.

Muito obrigado.

Senador Gilberto Mestrinho, do Amazonas.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Obrigado.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito o obrigado, Senador Suplicy.

O Sr. Gilberto Mestrinho (PMDB - AM) - Senador Azeredo, conheci seu pai, de quem fui amigo no Governo Juscelino, no Governo Tancredo e acompanhei o Governo de V. Exª, porque, na mesma época, éramos Governadores. V. Exª está acima de qualquer suspeita. A manifestação do Plenário de solidariedade a V. Exª diz muito bem o conceito que V. Exª goza nesta Casa. Assim, acredito que o Brasil inteiro não deu a menor importância ao que se diz, mesmo porque, em se tratando de um Governador como foi V. Exª, um homem educado, responsável, sério, é comum conhecer, atender e receber pessoas. Não importa se são bandidos ou não, porque, muitas vezes, o político é levado a isso. V. Exª dispensa comentários e tem a nossa solidariedade.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Mestrinho, muito obrigado também pelo testemunho de V. Exª nesta nossa caminhada em defesa do Brasil. Nós, que já tivemos a oportunidade de governar os nossos Estados, sabemos que um governo é extremamente amplo. Deve-se confiar em diversas pessoas, e não é possível que se debite ao governador a culpa por tudo o que acontece, seja positivo ou negativo.

Lembro-me bem de que, uma vez, ao inaugurar luz em uma cidade, creditaram-me o mérito. Eu disse: “Não, esse mérito não é meu; esse é do governador” de então, que estava até do meu lado. Vejam bem como as coisas acontecem.

Senador Augusto Botelho, com muito prazer ouço V. Exª.

O Sr. Augusto Botelho (PDR - RR) - Senador Eduardo Azeredo, convivo com V. Exª há dois anos e seis meses. Eu gostaria de testemunhar nesta Casa que tenho percebido em V. Exª uma pessoa com um sentimento muito apurado; está sempre defendendo as causas humanas, está sempre presente nas reuniões onde se trata de saúde, tanto que cheguei a pensar que o senhor era médico, de tanto que V. Exª defendia a saúde. Então, eu gostaria de dizer, perante o povo de Minas e do Brasil e em nome dos roraimenses e dos mineiros - há muitos por lá que o admiram - que me sinto orgulhoso de trabalhar com V. Exª. Tenho certeza de que essa é uma tentativa de enlamear o seu nome, mas não vai lhe atingir. Aceite a solidariedade do povo de Roraima, especialmente dos vários amigos mineiros que existem por lá. Sabemos que V. Exª não merece ser incluído nessa poça de lama.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Augusto Botelho. Agradeço também aos mineiros de lá. Sou muito grato ao que Deus me deu na vida, como Prefeito da minha capital, da cidade onde eu nasci; Governador do meu Estado e, hoje, Senador por Minas Gerais.

Ouço o Senador Roberto Saturnino.

O Sr. Roberto Saturnino (Bloco/PT - RJ) - Senador Azeredo, quero dizer a V. Exª que, se alguns dos 80 colegas de V. Exª deixarem de apartá-lo neste momento para confirmar o conceito de seriedade e de responsabilidade de que V. Exª desfruta, pela sua história, pela sua biografia, é porque não sabem que houve uma tentativa de atingir precisamente esse conceito, porque, do contrário, aqui estariam manifestando solidariedade sob forma de um dever; um dever para com V. Exª e para com a instituição, que possui representantes do caráter, da honradez, da magnitude de V. Exª. Quero cumprimentá-lo exatamente por ter tomado a iniciativa de vir à tribuna e dar a sua explicação, apesar de ela ser absolutamente desnecessária, principalmente pelo conceito de que V. Exª desfruta.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Senador Roberto Saturnino, agradeço-lhe as palavras, mas foi exatamente isso o que me moveu. Sei que, ao vir aqui, muitos não sabiam do que eu estava falando. Sei disso. Mas eu quis exatamente trazer uma explicação, para que, de uma vez por todas, fique claro que essa é uma questão administrativa, de sete anos atrás, que está sub judice. Não tentem fazer confusão! Uma coisa é essa; outra são as questões desse momento, que estão sendo investigadas, que estão sendo denunciadas. Que não se confundam as coisas, que não se mude o foco para tentar atingir o meu Partido.

O Sr. Osmar Dias (PDT - PR) - Senador Eduardo Azeredo.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Sim, Senador Osmar.

O Sr. Osmar Dias (PDT - PR) - Senador Eduardo Azeredo, eu também gostaria de me solidarizar com V. Exª neste momento. Acabei inclusive de dizer ao Senador Suplicy que o maior perigo, neste momento, é a generalização, é querer colocar todos na mesma situação, sendo que há políticos que merecem todo o respeito, que merecem toda a consideração. Convivo com V. Exª neste Senado, tempo em que conheci as atitudes e o comportamento de V. Exª. Por isso, deixo aqui a minha confiança absoluta de que V. Exª não tem nada a ver com aquilo que querem imputar inclusive a outras pessoas também, porque vejo que querem generalizar em relação aos partidos. Esse é um perigo. Quero aqui, como Líder do PDT, depositar, em meu nome pessoal, a minha confiança em V. Exª, confiança na dignidade de V. Exª. Que V. Exª possa ter, como sempre, a credibilidade dos mineiros, entre os quais tem um conceito excelente, já que foi Governador e Senador de um Estado tão importante quanto Minas Gerais. Tenho certeza de que isso acontecerá. Deixo aqui a minha confiança e a minha solidariedade.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Senador Osmar Dias. V. Exª, pelo PDT, traz a sua palavra nessa mesma linha.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Sr Presidente, concederei apenas mais dois apartes e concluirei.

Quero apenas agradecer ao Senador Osmar, exatamente porque S. Exª, em nome de outro Partido, traz a sua opinião.

Ouvirei o Senador Arthur Virgílio, depois o Senador Ney Suassuna e concluirei. Mais dois minutos e terminarei.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - O Senador Arthur Virgílio já aparteou. A Mesa está bastante liberal com V. Exª. Imagine se todos os Srs. Senadores repetissem, embora isso ainda seja pouco pelo que V. Exª merece?

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Mas é apenas porque se trata do Líder.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - É um apelo que faço a V. Exª.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Sr. Presidente, afinal de contas, trata-se de um colega nosso que foi injuriado, difamado e que, portanto, tem todo direito à defesa.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - V. Exª já o aparteou.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Já, mas como Líder do Partido a que pertence o Senador Eduardo Azeredo...

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - Não, V. Exª não tem direito, como Líder, de aparteá-lo.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Não, não. Estou falando como Senador.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - A Mesa já está sendo liberal e pede a V. Exª rapidez para que possamos dar oportunidade a outros Senadores.

O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Pois não. Eu já poderia até ter completado o aparte, juro. Senador Eduardo Azeredo, eu disse a V. Exª que seria esse o resultado. V. Exª recebe - e esse é o único saldo -, por causa dessa tolice de desesperados que tentaram contra a sua figura pública, a consagração merecida a que faz jus a sua posição de honra neste Senado. Esse é o saldo. Que todos tivessem calma e consciência tranqüila ao virem a esta tribuna, para serem consagrados pelos seus colegas como o foi V. Exª, Presidente Nacional do meu Partido.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Arthur Virgílio.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Eduardo Azeredo.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Sr. Presidente, ouvirei apenas o Senador Ney e o Senador Mozarildo e terminarei.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Senador, em nome do PMDB, solidarizo-me com V. Exª. Realmente, numa época de tantas acusações, a generalização é muito ruim. Tenho a honra de ter convivido com V. Exª durante todo este mandato e tenho visto a lisura com que sempre se mantém à frente dos interesses mineiros. Mais ainda, as referências de todos que o conhecem - de todos, sem exceção - são as melhores possíveis. Lamento que, nesta hora, os estilhaços estejam batendo em pessoas indevidamente.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Obrigado, Senador Ney Suassuna, pelo PMDB.

Senador Mozarildo Cavalcanti.

Logo em seguida, Sr. Presidente, terminarei com uma breve frase.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PTB - RR) - Senador Eduardo Azeredo, pouca coisa eu poderia acrescentar depois de tudo o que já foi dito, mas eu gostaria de deixar o meu depoimento, também, de solidariedade e de reconhecimento. Quem conhece a trajetória política de V. Exª não tem a menor dúvida de que qualquer colocação, da forma como foi feita, é uma infâmia, uma calúnia que não tem acolhimento, de forma nenhuma, pela opinião pública. Portanto, tenha a certeza de que toda sociedade brasileira está do seu lado e confiante de que essas coisas não o atingiram.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Senador Mozarildo.

Sr. Presidente, agradeço muito a sua boa vontade de me dar o tempo necessário para que eu pudesse ouvir todos os meus companheiros que se manifestaram.

Reitero a importância de que o País não confunda as coisas. Que possamos ter, realmente, o encaminhamento correto para que essa crise não prejudique o nosso País.

Quero, finalmente, dizer que o meu compromisso com a ética e a seriedade de atos e propósitos é permanente. São valores que desde cedo aprendi com meus saudosos pais - meu pai, Renato Azeredo, foi Deputado Federal por seis mandatos -, que, por sua vez, herdaram de suas famílias as melhores virtudes da tradicional política de Minas Gerais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Muito obrigado, Srs. Senadores.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. PFL - PB) - Senador Azeredo, em nome da Mesa Diretora desta Casa, solidarizo-me com V. Exª.

Sabemos que V. Exª é um político correto e dedicado ao seu Estado e ao Brasil, por isso tem nossa solidariedade, não somente a do Senador Efraim Morais, que preside os trabalhos da Casa neste momento, mas a de toda a Mesa Diretora do Senado Federal.

Parabéns a V. Exª pelo pronunciamento e só os apartes já mostrariam o quanto esta Casa lhe quer bem.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG) - Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2005 - Página 22208