Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários ao artigo intitulado "Chega de abafa", de autoria do articulista Tales Alvarenga, publicado na revista Veja do último dia 15 de junho do corrente. Comemoração, no último dia 27 de junho, dos 66 anos da fundação do Município de Sarandi, no Estado do Rio Grande do Sul.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.:
  • Comentários ao artigo intitulado "Chega de abafa", de autoria do articulista Tales Alvarenga, publicado na revista Veja do último dia 15 de junho do corrente. Comemoração, no último dia 27 de junho, dos 66 anos da fundação do Município de Sarandi, no Estado do Rio Grande do Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2005 - Página 22238
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, NECESSIDADE, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, GOVERNO FEDERAL, PRESERVAÇÃO, REPUTAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, SARANDI (RS), ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, ocupo a tribuna neste momento para comentar artigo intitulado “Chega de abafa”, de autoria do articulista Tales Alvarenga, publicado na revista Veja do último dia 15 de junho do corrente.

           Conforme o autor, o Presidente Lula não tem outra escolha. Ou limpa a imagem de seu Governo com o auxílio de quantas CPIs forem necessárias, ou pode desistir de chegar ao fim do mandato como um Presidente íntegro. Não tem mais jeito de continuar o jogo do acobertamento; o governo não pode mais tentar tampar o sol com a peneira. O melhor é tentar devolver a credibilidade para o governo enquanto ainda há tempo.

            Por fim, Sr. Presidente, requeiro que o referido artigo passe a integrar esse pronunciamento, a fim de que conste dos Anais do Senado Federal.

            Outro assunto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é que foram comemorados, dia 27 de junho, os 66 anos da fundação do Município de Sarandi, no Rio Grande do Sul, minha cidade natal, criada por decreto estadual que lhe garantiu, em 1939, autonomia em relação ao Município de Passo Fundo.

            Sarandi, por sua vez, também viria dar à luz inúmeros outros municípios; mas, à época de meu nascimento, seu território ainda atingia a divisa do Estado de Santa Catarina, circunstância que, de certa forma, evoca o fio que ligou minha vida, desde o planalto gaúcho, à minha amada Camboriú, cidade onde finalmente me estabeleci, e que considero o meu lugar definitivo sobre esta Terra.

            Mas se são muitos, Sr. Presidente, os caminhos que conduzem o destino de uma pessoa, basta um, o da memória, para trazer de volta as lembranças da primeira formação; para reconstruir, no registro do afeto, uma Sarandi que - mesmo não existindo tal como dela me lembro - ainda representa, para mim, o lugar amado da infância.

            Ainda posso ver, Srªs e Srs. Senadores, o céu muito limpo do planalto gaúcho, onde o pôr-do-sol incendeia o horizonte, em tons violentos de vermelho, e prenuncia, no período de tempo firme, um impressionante festival de estrelas a enfeitar a noite da cidadezinha, ainda hoje pequenina, limpa e bem-cuidada. Vejo a Matriz de Nossa Senhora de Lourdes e o prédio da Prefeitura dominando a paisagem urbana. Rememoro a gente humilde e decente, mais numerosa no campo do que na cidade.

            Mas já vão distantes os tempos em que a atividade econômica local se limitava à pecuária, havendo o desenvolvimento econômico trazido consigo a industrialização, que, em Sarandi, se deu principalmente no setor calçadista e no de fios têxteis, que representam, hoje, cerca de 35% da riqueza gerada no Município. Também avançou muito o setor de serviços, que hoje responde por quase metade do Produto Interno Bruto local.

            A água mineral Sarandi, do tipo alcalino-bicarbonatado, é conhecida em todo o Rio Grande do Sul, sendo também consumida nos demais Estados da região.

            O esforço exportador brasileiro, por sua vez, obteve, em Sarandi, um eco muito forte, havendo o município vendido ao estrangeiro, em 2004, mais de 8 milhões de reais, valor equivalente a cerca de 10% do PIB municipal.

            Como parte de uma das regiões que mais crescem e se desenvolvem no Rio Grande, os índices sociais sarandienses se apresentam, em média, superiores aos do restante de nosso País, com um IDH de 0,791, no ano 2000, contra a média nacional de 0,757.

            Sofre a cidade, entretanto - como sofrem, de resto, quase todas as cidades brasileiras -, dificuldades no equacionamento dos problemas sociais, em função do baixo volume de recursos públicos à disposição dos administradores municipais, havendo sido identificada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a existência de focos de favelização e de cortiços na malha urbana.

            Como se vê, Sr. Presidente, Sarandi é uma típica cidade gaúcha e - por que não dizer? - uma típica cidade brasileira, com sua gente ordeira e industriosa, com seus problemas e percalços, ambos profundamente influenciados pelas políticas públicas, pelos erros e acertos governamentais e, certamente, pela qualidade da atuação do Congresso Nacional. Espera de nós, como esperam todos os municípios brasileiros, apoio na melhoria das condições de vida, suporte às iniciativas de desenvolvimento econômico e garantias de alcance de desenvolvimento social.

            A Sarandi, minha saudade, mesmo à distância; meu agradecimento, por berço tão generoso; e meus parabéns, pelo aniversário. Saibam os sarandienses, Sr. Presidente, que são eles a minha primeira inspiração; o meu primeiro exemplo de vida cidadã e de compromisso comunitário.

            Muito obrigado!

            Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR LEONEL PAVAN EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Chega de abafa”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2005 - Página 22238