O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos às vésperas de uma modificação de Ministérios. Mesmo apoiando o Governo, não posso deixar de concordar que o atual Ministério contou com algumas excelências, mas a grande maioria foi muito apagada. Conversava eu com uma repórter da Casa, das mais experientes, e falávamos a esse respeito. Pedi a ela que, de estalo, sozinha, me desse os nomes de dez Ministros. Ela teve grande dificuldade para chegar a oito. Pergunto a qualquer Senador aqui se sabe os nomes de todos os Ministros. Há ministros que nem sonhamos o que fazem. Isso é ruim, quando existe um Ministério grande, e nem todos trabalham em sintonia e na velocidade que, com certeza, o Presidente gostaria.

Por isso, nesse limiar de mudança, faço votos de que tenhamos um Ministério sincronizado. E que, além da sincronização, haja velocidade. Um Ministério que possa, a todo mês, mostrar show off, mostrar o que fez, que está lutando pelo País. Se o Presidente tiver inspiração divina e escolher um Ministério vibrante, com certeza sairemos desse atoleiro político em que estamos; um atoleiro que me angustia enormemente, e angustia a todos nós. Mesmo a Oposição, tenho certeza, não se vangloria da situação que estamos vivendo, porque, quando a lama é espargida, termina caindo sobre toda a Casa. O cidadão comum pensa que todos são iguais, e joga todos os políticos na vala comum. Sonho com um Ministério que esteja sincronizado, e que possamos avançar. Todos sonham em transformar o País em uma potência, mas isso só acontecerá se o Governo, que ainda tem um peso econômico enorme, e que, queiramos ou não, também regula nossa vida em outras áreas, for capaz de fazer uma cobrança permanente.

No Brasil, lamentavelmente, existe um atavismo, que é o atavismo de que, em cinco séculos, quatro foram de escravidão, e sempre houve um feitor. Espero que o Presidente da República funcione quase como um feitor, cobrando de cada Ministro sintonia e velocidade, porque não podemos mais perder tempo.

Em relação à crise, espero que rapidamente encontremos os culpados, e tudo fique muito claro. Essa é uma posição decidida do PMDB, de que tenhamos transparência e firmeza nas investigações e de que haja a punição de quem for culpado.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ressalto que o PMDB em peso quer a governabilidade; nesse ponto há unanimidade. Há divergência quanto a estar mais no Governo ou menos no Governo, porque discordamos em relação aos cargos. No entanto, alguns pensam que é melhor assumir os cargos, com o objetivo de influenciar de alguma forma, sincronizar, dar velocidade e encontrar soluções. Não podemos ficar na apatia. Não podemos ficar olhando perplexos para uma crise, parar a máquina governamental, parar a máquina do País, a área privada.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB) - Por isso, Sr. Presidente, peço aos empresários que pisem no acelerador, trabalhem mais, façam mais, assim como o povo em geral. Que nós políticos aceleremos a averiguação e o deslinde de toda essa crise para chegar à punição dos culpados. Que o nosso Ministério, o Ministério que o Presidente está escolhendo para esse segundo turno, tenha elã e conte com a excelência - posso até não concordar muito com a política econômica deste Governo - do Ministro Palocci, do Ministro Furlan, do Ministro das Relações Exteriores, do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Que não haja ilhas, mas um Ministério homogêneo, trabalhando com afinco pela grandeza do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.