Discurso durante a 107ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Correios.

Autor
Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
Nome completo: Pedro Jorge Simon
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre os trabalhos da CPI dos Correios.
Aparteantes
Alberto Silva.
Publicação
Publicação no DSF de 09/07/2005 - Página 22729
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT). GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, DEPOIMENTO, SECRETARIO, EMPRESA DE PUBLICIDADE, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), CRITICA, DESRESPEITO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), BANCADA, GOVERNO, TENTATIVA, DESVALORIZAÇÃO, DECLARAÇÃO.
  • AVALIAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, FAVORECIMENTO, BANCOS, DESCUMPRIMENTO, EXPECTATIVA, POLITICA SOCIO ECONOMICA, FRUSTRAÇÃO, FALTA, ETICA.
  • ANALISE, AMPLIAÇÃO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), INVESTIGAÇÃO, CORRUPÇÃO, MESADA, CONGRESSISTA, IRREGULARIDADE, FUNDOS, PENSÕES, AUSENCIA, TENTATIVA, IMPRENSA, CLASSE POLITICA, AMEAÇA, ESTABILIDADE, GOVERNO.
  • QUESTIONAMENTO, REFORMULAÇÃO, MINISTERIO.
  • GRAVIDADE, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, RECOMENDAÇÃO, RECUPERAÇÃO, ETICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Prezado ilustre Presidente, realmente é muito importante o discurso de V. Exª, porque toca num assunto que é hoje o mais importante para a sociedade brasileira.

Falou V. Exª que assistiu, de casa, ao final da reunião da Comissão. Então V. Exª deve ter imaginado o que eu, que estava ali, imaginei. Qual é a impressão que um telespectador, que toma conhecimento da existência de uma secretária, quase sem emprego, que aceita colaborar com o Congresso, vem contar o que conhece, e é tratada, na Comissão, como se fosse uma ré? As pessoas querendo investigar a vida dela, querendo saber que fotografias ela tinha tirado, que bilhete ela tinha dado para alguém, no qual falava em beijo. Ela era tratada como vilã, quando o tratamento tinha que ser o contrário.

Uma senhora como aquela secretária de ontem, como aconteceu na CPI do impeachment, também com uma secretária... Aliás, ali, naquela CPI do impeachment, quando os doutores, deputados, ministros, gente importante e os milionários não contaram nada, e estávamos chegando ao final e parecia que não teríamos nenhum resultado, foram uma secretária e um motorista que, por conta deles, foram à CPI, ninguém os procurou. E quando eles vieram depor, não estava na cabeça de ninguém que o Presidente seria afastado. O Presidente era o todo- poderoso. O motorista e a secretária trabalhavam no escritório do PC Farias, que era o poderosíssimo. Pois tiveram coragem e vieram depor. O motorista, simples, singelamente... “Quem o senhor é?” “Eu sou o motorista.” “Onde é que o senhor trabalha?” “Eu trabalho no escritório aqui.” “Do Sr. PC Farias?” “É, do Sr. PC Farias.” “Qual é o seu trabalho lá?” “De manhã, vou à secretária, ela me dá os cheques e, aí, eu vou ao gabinete da primeira-dama, no Palácio do Alvorada, e, aí, a secretária dela me dá as contas para pagar, e eu pago.” “Que contas o senhor paga?” “Eu pago as contas da reforma, na casa da Dinda, eu pago as contas das compras da primeira-dama e da família, etc; e compras gerais.” “Como gerais?” “Fui a Goiânia e comprei, por exemplo, um carro, Elba, em nome do Presidente da República.” “O senhor tem prova?” “Tenho.” E mostrou. Isso mudou tudo. Ali estava o símbolo de um homem que não tinha por que falar. Veio porque a sua consciência mandou. Ele veio depor contra ele, porque estava num emprego - num País cheio de desempregados - ele estava bem empregado. E homem que fazia ligação entre o todo-poderoso e o Palácio. A sua consciência pediu que ele falasse. E ele falou.

Com a secretária, ocorreu a mesma coisa. Uns queriam saber de onde é que vinham os US$3 milhões, a chamada Operação Uruguai. Ele veio e contou absolutamente tudo como tinha acontecido.

Mas, naquela ocasião, parlamentares de todos os Partidos ouviram com respeito, mas com respeito reverencial, o motorista e a secretária, entendendo os gestos de grandeza que ambos estavam fazendo, entendendo que era uma colaboração excepcional, e os dois decidiram o destino da Nação, um motorista e uma secretária. Até então, as pessoas vinham, depunham, mas não diziam uma palavra. Coisas que a gente sabia, tinha provas, eram concretas, mas ninguém abria uma palavra.

Pois ontem uma secretária dessas vem depor. Tenho notado que a atuação da Bancada do Governo é demolir as pessoas que vêm depor aqui, como essa secretária. A Senadora de Santa Catarina entrou nos mínimos detalhes da vida dela: que ela tinha o irmão do marido dela... “O fulano de tal é seu conhecido?” “Não sei.” “Mas tem seu sobrenome.” “Sim, é um parente do meu marido, que mora lá no interior.” “Mas ele foi eleito vereador.” “Eu não sabia.” “A senhora não sabia que o parente do seu marido foi eleito vereador?” “Não, não sabia.” Foi quando eu disse que achava equivocada a tática empregada pela Bancada do PT, inclusive perante a sociedade. Quem está nos assistindo agora pela TV Senado, pelas outras TVs que estão transmitindo, estão recebendo com um místico de espanto e interrogação essa grosseria de como a secretária está sendo tratada. Por que o PT tem obrigação, segundo diz o Presidente da República, de buscar a verdade, doa a quem doer, mas não é o que está acontecendo. Acho um equívoco. Na primeira parte da reunião, quando falava o empresário de comunicação de Minas Gerais, o esforço todo era feito no sentido de facilitar sua passagem pela Comissão, despreocupados em buscar a verdade. Acho um equívoco da Bancada do PT. Acho que ela tem que demonstrar a mais absoluta isenção.

Sou assim com meu Partido. Vim a esta tribuna pedir a renúncia do Presidente Nacional do meu Partido, que estava envolvido em processos e em denúncias na Justiça Federal, dizendo que nessas condições ele não poderia ser presidente do Partido. Como lançamos uma nota agora quando o Sr. José Sarney e o Sr. Renan Calheiros fizeram um acordo em nome deles, envolvendo o nome do MDB no entendimento com o Governo.

Acho que a maneira de ajudarmos e fortificarmos, cada um de nós o seu Partido, é dizermos as coisas francamente. Eu não acho que o PT esteja envolvido nos acontecimentos, mas a Bancada do PT adota, na CPMI, uma tática que parece estar toda comprometida em defender atos que não têm defesa. Disse lá e digo aqui: essa é uma tática profundamente equivocada. Primeiro, porque quem está assistindo fica boquiaberto: o que é isso que está acontecendo? Esse é o PT que durante vinte e cinco anos foi a palmatória do mundo? Esse é o PT que ganhou essa credibilidade, esse apanágio de Partido do bem, de uma ética insuperável, cobrando de todos? Dizia o PT: minha obrigação é cobrar aquilo que está errado. Se não está errado, ele que mostre que não está errado. Essa foi a sua tática.

Agora, com o PT no Governo, ocorre o contrário. As coisas estão erradas, estão ultraerradas e eles têm que provar, quase com a água em cima da cabeça, que estão dizendo a verdade. Isso não fica bem.

Na CPMI, nós todos estamos envolvidos. O homem que assiste aos trabalhos, de casa, não faz distinção entre o que está certo e o que está errado, o Deputado é este, o Senador é aquele. Não, é a classe política. Ela é envolvida no seu geral.

Por isso, confesso, do fundo do coração, mais uma vez, que eu sou uma das pessoas mais surpreendidas com esses acontecimentos. Eu não as imaginava, eu não as imaginava. As minhas preocupações eram de outra natureza. Eu tinha a preocupação de que o Governo fosse adotar uma prática de reforma agrária muito rápida, muito dura que atingisse uma briga entre sem-terra e proprietários rurais. Achei que teríamos que falar para que ele fosse mais devagar. Eu estava na interrogação, na expectativa de que, de repente, se o Sarney fez isso quando foi Presidente, de repente o PT rompesse com o Fundo Monetário, e decretasse uma moratória, e levasse a questão adiante. Eu estava preocupado que, de repente, tivéssemos um Ministro da Fazenda durão que começasse a dizer: vamos fazer, quem está devendo na previdência social, quem está devendo não sei o quê... Nada disso aconteceu. Pelo contrário, os banqueiros estão mais contentes do que nunca. Nem o Fernando Henrique, nem ninguém, nem à época da ditadura o Brasil recebeu tantos elogios do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional como o Governo Lula. É a época em que o Brasil é mais elogiado pelas entidades internacionais ligadas ao setor financeiro. E onde eu não tinha nenhuma dúvida de que o partido seria um padrão, um exemplo, que era na ética, na seriedade, na correção, na dureza, na fiscalização do gasto público, é essa liberalidade, que está, aos poucos, que não sei como vai contar, alguém me perguntou hoje numa rádio, pela manhã: mas, afinal, o problema não é fiscalização dos Correios, a CPI? É. Mas, agora, o senhor está falando num assunto que é o Banco do Brasil com relação a não sei o quê? É. Mas isso tem alguma coisa a ver com essa CPI? Não, não tem. E daí? É que os fatos estão se entrelaçando. Na verdade, nós tínhamos que mudar o nome da CPI. Tinha que ser CPI da Corrupção. E designar vários Sub-Relatores: um, para os Correios; outro, para o mensalão; um terceiro, para ver agora as questões dos fundos de pensão etc e tal. Mas, na verdade, na verdade, este é um assunto grave. Tenho dito - e até falo com muita sinceridade - que o PFL e o PSDB, talvez pelos fatos serem graves demais, estão tendo uma atuação que respeito: não estão querendo colocar fogo no circo. Só ouvi falar em radicalismo no PT, dizendo que “a Direita quer nos desestabilizar”. Não sei que Direita é essa. “A grande imprensa quer nos desestabilizar.” Não sei de onde, não vejo. Olha, nós sabemos o que é querer desestabilizar. Desestabilizar foi a velha UDN, com o Sr. Carlos Lacerda à frente, que levou o Dr. Getúlio Vargas ao suicídio. Foi a velha UDN, com o Dr. Lacerda à frente, que colocou a correr um Presidente legitimamente eleito, que era o Presidente João Goulart. Ali, sim, o negócio era para demolir. Não estou vendo isso hoje. Em primeiro lugar, os fatos não são trazidos nem pelo PSDB nem pelo PFL nem por ninguém. Surgem de dentro do PT. Começou com um aliado, que era o Presidente do PTB, um homem da mais absoluta confiança do Presidente, um homem para quem o Presidente da República assinava um cheque em branco tal a confiança que tinha. Foi ele que surgiu, trazendo as primeiras denúncias com relação aos fatos. E essas denúncias estão sendo confirmadas. Essa secretária faz um montão de afirmativas que parecem até meio ilógicas, se não tivessem sido confirmadas.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Pois não. Ouço o Senador Alberto Silva.

O Sr. Alberto Silva (PMDB - PI) - Senador Pedro Simon, não é conveniente interrompermos o raciocínio de V. Exª, lúcido, claro, confiante. Nós estivemos aqui - V. Exª até mais do que eu -, mas estivemos juntos também aqui da outra vez, quando éramos menos. V. Exª sempre esse homem sério, competente, capaz, patriota. Não está na hora, Senador Pedro Simon, para que se diga aí fora que nem todo o Congresso está envolvido? Vamos formar aqui um grupo de trabalho e propor uma solução como a que V. Exª acabou de dizer: CPI da corrupção dividida em vários braços, em vez de CPI dos Correios, CPI dos Bingos, CPI não sei de quê. V. Exª, como sempre, com a lucidez e a autoridade moral que tem no País e na Casa, e eu me considero um companheiro seu, nesse mesmo estilo, pois queremos o bem do País. Não queremos derrubar nada. E os fatos estão saindo, surgindo e sendo comprovados, e nós ficamos de braços cruzados. V. Exª poderia comandar. Comande, em vez de apenas discursar! V. Exª, que já foi Ministro e tem a autoridade para falar, proponha um grupo de trabalho de todos os Partidos, e vamos ver se colocamos o Congresso na sua verdadeira posição. Apura-se tudo que está ali, mas o País continua. V. Exª concorda?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Concordo plenamente, mas não para eu comandar, porque - coitado de mim! - nem fui indicado pelo meu Partido para nenhuma das CPIs.

O Sr. Alberto Silva (PMDB - PI) - Mas seremos, e faremos um trabalho para que V. Exª seja.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Estou lá na CPI como um Senador que, pelo menos até agora, o Partido não impediu de entrar naquela Comissão e de assistir. Mas eu acho que uma comissão com os Líderes poderia fazer isso. Concordo com V. Exª. E o PT deveria ser o primeiro a querer isso, para ter uma coordenação de ação e uma unidade de exposição. Eu acho que seria importante.

Vejo, do fundo do coração - disse isso ontem e digo agora -, que o PT, que se vai reunir hoje ou amanhã, deveria fazer uma profunda reflexão no seu Partido. O PT deveria entender que, a esta altura, ele tem que separar o joio do trigo. O PT pode cobrar do PMDB, da imprensa, pode cobrar até que haja uma operação maldita, pode cobrar o que quiser, mas quem tem envolvimento com a corrupção no PT tem que ser apontado e posto para fora. É isso que ele tem que fazer. Infelizmente, o Presidente Lula não entende.

Quando nós apelamos aqui para que o Presidente desse um choque ético, batesse na mesa e dissesse “agora o rumo é este aqui”, chamando os grandes deste País, parecia que isso aconteceria quando a imprensa publicou que o Lula teria convidado o Sr. Antonio Ermírio de Moraes para Ministro da Saúde. Volto a repetir - e pode parecer meio boquiaberto: o Sr. Antonio Ermírio de Moraes é talvez o homem mais rico deste País, o homem da Votorantim, mas é um homem que, todo sábado e todo domingo, há mais de 20 anos, passa 30 horas na Beneficência Portuguesa e transformou um hospital que estava em ruínas num dos mais modernos do Brasil. Essa seria uma grande escolha, mas caiu no vazio. O Presidente fez uma aliança, chamou o Sr. Renan e o Sr. Sarney. O Sarney já aproveitou, como sempre, colocou um afilhado dele, que não é do PMDB, diga-se de passagem. O Ministro de Minas e Energia é afilhado do Dr. Sarney, mas não é do PMDB, não representa o PMDB. O que muda isso? Pelo amor de Deus, tenho muito carinho pelo meu Partido, mas não é colocando dois ou três que vai mudar numa hora como esta, que é de sacrifício, de posições reais e concretas, objetiva, uma hora de fazer um chamamento à Nação, uma hora de o Lula ir à televisão e dizer: é isso aqui, tenho 18 meses de governo e, nesses 18 meses, o rumo vai ser por aqui. E pegar gente que desse confiabilidade para a Nação.

A coisa está ficando pior. Não quero nem falar, mas hoje um jornal fala do envolvimento do filho do Presidente com uma empresa não sei do quê. Não quero nem tocar no assunto, mas estou demonstrando como as coisas vão-se agravando se não houver uma posição. Faço esse apelo ao PT. Falo como amigo do PT, do qual sempre gostei e pelo qual sempre tive carinho e respeito - reciprocamente, eu com eles e eles comigo. Estou falando como irmão. E como irmão que lembra: nenhum Partido até então tinha tido o prestígio que o MDB teve. O MDB, que contou com Tancredo, Teotônio, Ulysses, fez a caminhada das Diretas e terminou com aquela espetacular vitória de Tancredo, foi um Partido que logo ali adiante elegeu, dos 27 Governadores, 26, e na Assembléia Nacional Constituinte, dois terços na Câmara dos Deputados e dois terços no Senado Federal. O Brasil todo era PMDB. Na eleição seguinte, o Dr. Ulysses fez 3%. Três por cento! Vejam como a credibilidade, o prestígio, o endeusamento cai depressa! O PT levou 25 anos para crescer, crescer, crescer. O Lula perdeu três para ganhar na quarta. Agora, nesse caminho, ou se sobe, ou se desce, e, por enquanto, está numa posição difícil. O PT de hoje pode ser o PMDB de ontem, que estava lá em cima e não soube se firmar e, por não saber se firmar, caiu. Não desejamos isso. Não porque gostamos do PT ou de Lula, mas porque isso não é bom para o Brasil.

O Brasil teve uma ditadura militar de 25 anos, aí veio um jovem espetacular, o Sr. Collor, que saiu por corrupção. Aí veio um intelectual de primeiríssima grandeza, fez um Governo que não resolveu nada; aí veio um líder sindical, um homem, um nordestino que, pelo tempo, pela capacidade, pela liderança, criou um partido e se elegeu Presidente. A Nação acreditou. Se esse homem resultar em zero... E fico pensando: um cara meio assim, tantã da cuca, já tivemos, foi Jânio Quadros, que renunciou. Ditadura civil, já tivemos: Getúlio Vargas. A militar, já tivemos durante 25 anos. O outro jovem intelectual e explosivo, o Collor, já tivemos. O homem das massas, João Goulart, já tivemos. O que está faltando? Está faltando um fanático religioso. Daqui a pouco vai chegar alguém aqui dizendo: “Deus me disse...” E vai começar a botar todo mundo para se ajoelhar e rezar: “Jurem que vocês vão votar em mim!” O único tipo que falta é um fanático.

(Interrupção do som.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Por isso, não devemos jogar. Porque o Sr. Lula vai mal. Queremos ajudar, mas ele tem que se ajudar! Queremos ajudar o PT, mas o PT tem que se ajudar.

(O Sr. Presidente, fazendo soar a campainha.)

O SR. PEDRO SIMON (PMDB - RS) - Já encerro, Sr. Presidente, já que agora somos vários e não posso adentrar no tempo dos outros.

Senador César Borges, V. Exª abriu o assunto e eu continuei, pela oportunidade e pela seriedade do tema.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/07/2005 - Página 22729