Discurso durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação pelo recorde no superavit da balança comercial na primeira semana de junho.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.:
  • Satisfação pelo recorde no superavit da balança comercial na primeira semana de junho.
Aparteantes
Ney Suassuna.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2005 - Página 23175
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, SUPERAVIT, BALANÇA COMERCIAL, BRASIL, APRESENTAÇÃO, DADOS, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO, EXPECTATIVA, REDUÇÃO, INFLAÇÃO.
  • COMENTARIO, CRISE, NATUREZA POLITICA, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, INFLUENCIA, ECONOMIA NACIONAL.
  • DEFESA, REDUÇÃO, JUROS, BENEFICIO, AUMENTO, INVESTIMENTO, BRASIL, CRIAÇÃO, EMPREGO, POPULAÇÃO.
  • COBRANÇA, GOVERNO FEDERAL, EXECUÇÃO, ACORDO, PRODUTOR RURAL, LIBERAÇÃO, RECURSOS, QUITAÇÃO, DIVIDA.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a balança comercial brasileira registrou um superávit recorde na segunda semana de julho. O saldo positivo entre exportações e importações chegou a US$1,3 bilhão. Foi o melhor resultado histórico registrado em uma única semana.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, no período entre 4 e 10 de julho, as exportações somaram US$2,6 bilhões, e as importações, US$1,3 bilhão. No acumulado do ano, o saldo da balança comercial está em 21 bilhões, o que representa um crescimento de 33,25% sobre o mesmo período do ano passado.

Para este ano, o mercado financeiro prevê um superávit comercial na ordem de US$36 bilhões, contra US$33 bilhões do ano passado, o que também será um recorde histórico.

E essa não foi a única boa notícia para a economia - para a economia, é bom que se frise - nesta semana. Ontem, analistas de mercado reduziram, pela oitava semana seguida, suas projeções para a inflação deste ano. A expectativa para a alta do IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, passou de 5,94% para 5,72%, uma estimativa que se encontra abaixo da previsão oficial do próprio Banco Central.

Esses são resultados animadores, por dois motivos: primeiro, porque é um sinal de que a crise política não tem afetado os indicadores básicos da economia. É uma demonstração da maturidade - e, para isso, quero chamar a atenção de todos - adquirida pelo País, que se reverte em segurança para os investidores.

Isso não ocorre por acaso. Todas as denúncias que têm aparecido estão sendo investigadas a fundo, com isenção e com imparcialidade. O próprio Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem reafirmado sucessivas vezes que é preciso ir fundo, doa a quem doer.

O trabalho da CPI dos Correios, muito bem presidida pelo Senador Delcídio Amaral, dá uma contribuição fundamental nesse processo, não medindo ações. A CPI está intimando quem tem de ser intimado, quebrando sigilos daqueles que estão envolvidos, enfim, utilizando-se de todas as armas para identificar os culpados - que serão identificados.

Mas há um outro fator de grande importância nos bons indicadores da economia divulgados esta semana. A seqüência de superávits na balança comercial e o controle da inflação indicam que é hora de adotar mudanças para que o Brasil possa crescer em ritmo maior. Dentro dessas mudanças, é imprescindível a redução das taxas de juros, que inibem os investimentos do setor produtivo, retardando o desenvolvimento e a geração de empregos. Portanto, é imprescindível a redução das taxas de juros, para que o País continue crescendo em ritmo acelerado.

Da mesma forma, é preciso cumprir aquilo que foi acordado com o setor agrícola. Há duas semanas, durante a realização do tratoraço aqui, em Brasília, o Governo Federal assumiu diversos compromissos com os produtores rurais que ainda não foram resgatados. O principal deles é a liberação de R$3,8 bilhões, para que possam ser quitadas dívidas com fornecedores. Esse dinheiro, de acordo com o próprio Governo, sairia em forma de financiamento do BNDES e de recursos do FAT, o Fundo de Amparo ao Trabalhador.

A situação dos produtores rurais é desesperadora. Eu já disse isto aqui várias vezes: a situação dos produtores rurais é desesperadora. A maioria está em situação falimentar, sem as menores condições de repetir o plantio este ano. Se as medidas anunciadas pelo Governo Federal não forem implementadas de fato, a próxima safra estará seriamente comprometida, com prejuízos incalculáveis para o Brasil, para a economia brasileira.

Uma quebra no plantio deste ano pode custar uma redução brusca no índice de crescimento da economia, com prejuízos para as exportações. Esses fatores somados significam mais desemprego, menos oportunidades e a possibilidade de uma nova crise, desta vez econômica. E as crises econômicas, sabemos bem, prejudicam com muito mais intensidade os mais pobres, os necessitados, os carentes, os indigentes e, principalmente, os desempregados.

É preciso aproveitar o bom momento da economia para avançar na retomada do crescimento econômico: menos juros, apoio aos produtores e aumento nos investimentos em obras.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero reiterar aqui a minha confiança no Governo Federal no sentido de atender às grandes, sérias e justas reivindicações dos agricultores brasileiros, dos produtores rurais brasileiros. Não podemos, de forma nenhuma, permitir que eles voltem a Brasília - e já estão se preparando para isso, já estão se movimentando para isso. Não acredito que o Governo permita que isso volte a acontecer.

Concedo aparte ao ilustre e brilhante Líder do PMDB, Senador Ney Suassuna.

O Sr. Ney Suassuna (PMDB - PB) - Nobre Senador Maguito Vilela, quero me solidarizar com o discurso de V. Exª. A nossa agricultura da Paraíba nem chega perto da agricultura de Goiás, porque lá é uma região semi-árida, muito difícil, mas a dor é a mesma em relação às dívidas bancárias, a dor é a mesma em relação aos juros, que, embora tenham um desconto, ainda são muito altos para quem milita na loteria da agricultura. A agricultura é uma loteria: o cidadão investe mas não sabe se vai receber o prêmio. Para nós, então, é uma loteria muito ingrata. Parabenizo V. Exª, que tem sido um lutador por todas as atividades agropecuárias. Seu Estado, que é altamente enfronhado na agricultura e na pecuária, tem em V. Exª um defensor permanente dos seus interesses agrícolas.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Agradeço muito a participação de V. Exª e recolho seu aparte, que vai, sem dúvida nenhuma, enriquecer e engrandecer o meu pronunciamento.

Antes de finalizar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero dizer que tenho recebido centenas e centenas de telefonemas da minha cidade de Jataí, da cidade de Rio Verde, um dos centros que mais produzem neste País, do Chapadão do Céu, de Vicentinópolis. Ontem, recebi vários telefonemas do ex-Prefeito Zé do Neca e de vários produtores e agricultores, preocupadíssimos com essa situação.

Não podemos deixar que a agricultura permaneça nessa angústia, nesse sofrimento, nesse desespero. Precisamos atender às suas reivindicações, que, repito, são justas, sérias e honestas, para que o Brasil possa continuar produzindo muito, os agricultores se sintam motivados para a próxima safra e a nossa economia possa continuar crescendo como nos últimos anos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2005 - Página 23175