Discurso durante a 109ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Regozijo pelo reconhecimento internacional da Companhia Vale do Rio Doce. Registro da compra pelo governo federal de aviões Mirrage junto a França. (como Líder)

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Regozijo pelo reconhecimento internacional da Companhia Vale do Rio Doce. Registro da compra pelo governo federal de aviões Mirrage junto a França. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2005 - Página 23176
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • IMPORTANCIA, MELHORIA, CLASSIFICAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), AMBITO INTERNACIONAL, OBTENÇÃO, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS, CAPTAÇÃO DE RECURSOS, EXECUÇÃO, PROGRAMA, INVESTIMENTO, SETOR PRIVADO, AMBITO NACIONAL.
  • BALANÇO, ATUAÇÃO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), PRODUÇÃO, FERRO, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, EXPORTAÇÃO, EMPREGO, POPULAÇÃO.
  • ELOGIO, INICIATIVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, AQUISIÇÃO, AERONAVE, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, BENEFICIO, TRANSFERENCIA, TECNOLOGIA, INDUSTRIA AERONAUTICA.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em meio ao tumultuado clima político que o País vive, registrou-se um fato de extraordinário significado no campo econômico e que merece especial registro nos Anais desta Casa.

Refiro-me, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, à classificação de investment grade atribuída à Companhia Vale do Rio Doce pela Moody’s, uma das mais importantes agências de classificação de risco de capital em todo o mundo.

A Vale é a primeira empresa de capital nacional a conseguir essa invejável posição. E a conquista é ainda mais importante pela circunstância de que nem o Brasil, malgrado todos os esforços de sua consistente política econômica, conseguiu alcançar até hoje semelhante classificação.

Esse título é bem o reflexo do enorme sucesso que a Vale do Rio Doce vem alcançando nos últimos anos, sobretudo depois que se tornou uma empresa privada controlada pelo capital nacional.

A Vale é, de fato, uma verdadeira empresa multinacional, que leva a presença do Brasil, atualmente, a cerca de 19 países de quatro continentes. Em todos esse recantos do mundo, a Vale desenvolve diferentes atividades como uma das três maiores mineradoras do Planeta.

Com a nova classificação, a Vale muda de patamar. Com menor risco de crédito, a Companhia passa a ter a capacidade de captar recursos a taxa de juros ainda menores, para executar um programa de investimentos sem precedentes no setor privado nacional: R$40 bilhões, entre os anos de 2005 e 2010.

E não é de hoje que a Vale vem-se constituindo no maior investidor privado do Brasil. Nos últimos quatro anos, a Vale investiu R$19,8 bilhões, o que viabilizou a consolidação da liderança da Companhia no mercado global de minério de ferro, o desenvolvimento de um dos maiores programas de exploração mineral do mundo, a ampliação substancial da capacidade do maior operador de portos e de transporte de cargas de ferrovia do Brasil.

A Vale do Rio Doce também investe pesado na construção de usinas hidrelétricas e no aumento da produção de bauxita, alumina, potássio, caulim, manganês e ferro ligas.

Do mesmo modo, há algum tempo, a Vale vem-se consolidando como a maior exportadora do Brasil. A cada ano que passa, a empresa amplia o volume de suas exportações, sendo hoje a companhia que produz o maior saldo líquido e divisas para a nossa balança comercial.

A admissão da Vale no pequeno e seleto grupo de empresas internacionais na condição de investment grade é motivo de alegria e orgulho para os 3 milhões de pequenos investidores acionistas da Companhia Vale do Rio Doce, seja diretamente em ações, seja por meio da participação nos fundos de investimentos lastreados nos papéis da Companhia, ou na aplicação via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Esses fundos estão entre os que mais se valorizam nos últimos anos.

Notável, também, Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, é a contribuição da Vale do Rio Doce no mercado de trabalho brasileiro.

Tanto as empresas que integram o Grupo Vale quanto as outras que gravitam em torno dele, como terceirizadas, são responsáveis por algo próximo de 100 mil empregos. Entre 2005 e 2010, outros 33 mil empregos diretos devem ser gerados pelos projetos da Companhia.

A conquista da Vale, que ora celebramos, demonstra, por outro lado, que o setor privado brasileiro tem feito um extraordinário esforço de modernização e de expansão de suas empresas. Tanto assim, que tem conseguido se descolar do campo político. Enquanto o plano político está caótico, a economia anda muito bem.

A preocupação com a produtividade, a seriedade na aplicação dos recursos, a ousadia na conquista de mercados fortemente disputados no mundo globalizado, a permanente formação e aprimoramento de uma estrutura de trabalho altamente qualificada, além de outros fatores não menos importantes, constituem a receita do sucesso perseguida pela direção e por todos os milhares de funcionários que literalmente vestem a camisa dessa competente e dinâmica empresa.

Louvável, igualmente, tem sido o empenho com que a Vale procura atrair seus parceiros internacionais para investirem no Brasil. A linha estratégica adotada pela CVRD consiste em associar-se, dentro e fora de nossas fronteiras, a outras grandes empresas que se disponham a participar do promissor horizonte de desenvolvimento oferecido pelo nosso País.

É bastante significativo que alguns desses empreendimentos estejam voltados para a ampliação do complexo minero-siderúrgico brasileiro, aproveitando as formidáveis vantagens comparativas que o Brasil ostenta nesse estratégico setor de nossa economia.

Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, por todas essas razões, desejo apresentar a esta Casa um caloroso e devido voto de louvor e moção de reconhecimento à Companhia Vale do Rio Doce pela obtenção do grau de investimento que a agência Moody’s acaba de lhe conferir.

Tal fato, com certeza, vai ajudar o Brasil a caminhar a passos mais largos para também fazer jus a igual classificação, status que há décadas perseguimos no competitivo concerto das nações.

Sr. Presidentes, Srªs e Srs. Senadores, a justa e merecida homenagem que faço desta tribuna, na tarde de hoje, deve ser entendida como um tributo extensivo a todo o corpo funcional da Companhia Vale do Rio Doce.

É deles a dedicação e o elevado espírito empreendedor que tem servido para escrever, anonimamente, uma das mais belas histórias do empreendedorismo brasileiro, uma história que merece o respeito do Senado da República, do Brasil e de todos aqueles que acompanham a sua trajetória vitoriosa.

Sr. Presidente, este era o pronunciamento que eu queria fazer hoje, porque é, realmente, meritório que uma companhia consiga, com todo esse tumulto que ocorre no Brasil, esse grau, que é único no País atualmente e, talvez, em toda a América do Sul.

Eu queria, também, deixar aqui outra saudação.

O Presidente Lula está viajando, hoje, para a França. Lá, vai comprar dez Mirages para substituírem os aviões obsoletos que temos hoje. Pela primeira vez, vamos receber, também, toda a transferência tecnológica e, além de isso, uma série de outras transferências que vão ser importantes para nossa indústria aeronáutica.

Por isso, eu queria louvar os dois fatos: a nossa Vale do Rio Doce ter conseguido esse reconhecimento, e a compra, pelo Presidente da República, desses dez aviões, trazendo com isso, também, a transferência tecnológica dessa indústria que é tão avançada e tão importante no mundo.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2005 - Página 23176