Pronunciamento de Aloizio Mercadante em 20/07/2005
Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Resposta ao pronunciamento do Senador Alvaro Dias.
- Autor
- Aloizio Mercadante (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
- Nome completo: Aloizio Mercadante Oliva
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
- Resposta ao pronunciamento do Senador Alvaro Dias.
- Publicação
- Publicação no DSF de 21/07/2005 - Página 24967
- Assunto
- Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
- Indexação
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- ESCLARECIMENTOS, PROCEDIMENTO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SEMELHANÇA, SENADO, ADIANTAMENTO, DESPESA, VIAGEM, REPRESENTANTE, CRITICA, IMPRENSA, AUSENCIA, CONSULTA, ORADOR.
O SR. ALOIZIO MERCADANTE (Bloco/PT - SP. Para uma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dizer que os procedimentos do Partido dos Trabalhadores são os mesmos do Senado Federal. Qualquer Senador que for fazer uma viagem tem um adiantamento dos recursos referentes às diárias, compatível com o número de dias que o Senador for viajar.
É assim no Senado, é assim no PT, é assim na maioria das empresas. O jornalista, quando vai viajar, tem um adiantamento da instituição ou na forma de diária, porque, nesse caso, não precisa prestar conta, ou com a contrapartida da prestação de contas das despesas.
O nosso Partido, como sempre foi rigoroso, pelo menos na história do Partido que ajudei a construir, do ponto de vista da sua disciplina fiscal, administrativa e financeira, que foi perdida e comprometida nessa gestão atual, sempre definimos um teto por antecipação, que é inferior, inclusive, às despesas que se tem numa viagem, por exemplo, em qualquer país europeu.
Então, sacamos, nos dias 26 e 27 para viajar do dia 29 de setembro ao dia 09 de outubro, o equivalente a US$100 por dia, que qualquer um que viajou para a Europa sabe que não paga as despesas, muito menos de uma delegação presidencial, em que se tem almoços, transportes, convidados e despesas que vão além disso.
Houve, de fato, um problema na administração financeira do Partido - antes fosse só esse o problema, teríamos uma situação muito melhor -, e a prestação de contas não foi efetivada da Secretaria de Relações Internacionais junto à Secretaria Financeira.
Num momento como este, vir discutir R$3,750 mil, e isso virar um debate do Senado Federal, sem sequer terem a delicadeza de me ligarem antes e perguntar: “Mercadante isso aqui tem alguma procedência?” Eu explicaria na hora.
É evidente que o PT não empresta dinheiro a ninguém. Não emprestou ao Presidente Lula, nem a nenhum dirigente partidário. Antecipou despesas de viagem, e só. Poderia ser feito como diárias, como faz o Senado. No Senado, nós não temos que prestar contas. O Senado antecipa, a União Interparlamentar antecipa as diárias, que são gastas sem se precisar prestar contas. No Partido, não. As diárias são antecipadas, tem-se que prestar contas e há o teto de despesas.
Por isso, espero que esse esclarecimento seja definitivo, que não se repita esse tipo de argumentação. Jamais recebi empréstimo, e mais, vou repetir, jamais aceitei receber do Partido dos Trabalhadores. Nunca fui um dirigente profissionalizado. Sempre me recusei a receber. E trabalhei voluntariamente para construir esse Partido, contribuindo mês a mês a minha vida inteira. E continuo dando R$2,5 mil por mês, para o Partido, apesar de tudo o que estou vendo hoje, e lastimo, porque nunca fui informado, jamais aceitaria esse nível de despesa, esse nível de endividamento, essa falta de controle da administração, o que tem que ser apurado com rigor.
Mas vamos ter cuidado nos procedimentos e na forma de atuar, porque eu tenho uma tribuna, tenho uma história, sei me defender e explico cada ato da minha vida. Mas nem todo cidadão tem esse espaço e essa possibilidade de defesa. Por isso, peço, sobretudo aos membros da CPI, muito equilíbrio, muita responsabilidade e muita ponderação.
Agradeço as palavras finais do Senador Alvaro Dias e, seguramente, dou esse episódio como superado e espero que possamos tratar com essa responsabilidade os graves fatos que temos pela frente para serem apurados na vida parlamentar.