O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos dias atuais o País vem sendo submetido a constantes surpresas provocadas pelas notícias e novidades diárias que recebe sobre os problemas de corrupção. São informações que dizem respeito a pessoas, suas atitudes, seu comportamento ético, seus desvios, principalmente no que se refere ao trato da coisa pública.

Na verdade, são notícias sobre eventos que predominantemente deprimem, golpeiam a auto-estima e, muitas vezes, plantam nos ânimos uma certa descrença no valor da democracia.

Neste pronunciamento, Srªs e Srs. Senadores, quero fugir dessa situação, e o faço pela lembrança de uma figura pela qual nutro profunda consideração, seja pelo que ela é, seja pelo que representa para o País nos serviços a este proporcionados pelos membros da sua família.

Refiro-me à Srª Marli Macieira Sarney, esposa de S. Exª o Senador José Sarney, a D. Marli. Não tenho medo de afirmar que pouco o Brasil conhece das virtudes da D. Marli. Esposa de um político que, além de ter sido Deputado Federal pelo Estado do Maranhão, Senador da República, também foi Governador do Maranhão, Presidente do Congresso Nacional e Presidente da República, é também mãe de políticos de destacada atuação no cenário estadual e nacional. Menciono o Deputado Federal José Sarney Filho, a Senadora Roseana Sarney e o empresário e meu amigo Fernando Sarney.

O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - V. Exª me permite um aparte, Senador Antônio Leite?

O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA) - Pois não, Senador Antonio Carlos Magalhães.

            O Sr. Antonio Carlos Magalhães (PFL - BA) - Fico muito feliz de V. Exª fazer justiça a uma senhora que considero, sem desdouro a qualquer outra que tenha exercido o cargo de Primeira-Dama do País, uma senhora excepcional, uma mãe exemplar, uma esposa magnífica e uma amiga de todas as horas. Quando V. Exª faz justiça a Srª Marli Sarney, fico satisfeito e feliz porque o Brasil todo deveria conhecer seu discurso e recordar como foi a atuação dela quando o seu marido era Presidente da República. Ela serviria de exemplo para muitas Primeiras-Damas dos Estados e do País. Muito obrigado.

O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA) - Muito obrigado, pelo seu aparte, Senador Antonio Carlos Magalhães.

Todo esse trajeto, percorreu-o também Dona Marli, longe dos holofotes, longe das badalações que costumam aprisionar a vida comum dos que lhes são objeto. No silêncio! No recolhimento de sua personalidade que tem a dimensão do sublime porque consciente da importância de sua presença, mas sem uma palavra, sem um gesto de comando, sem uma observação de desagrado ou de exuberância diante do poder.

Dona Marli me faz lembra uma expressão de um antigo livrinho, muito conhecido e extremamente cultuado pela mística católica há alguns anos, a Imitação de Cristo. É da Imitação de Cristo a frase: “No silêncio e na quietude, cresce a alma devota”. Essa a imagem que se me agiganta diante dos olhos ao lembrar a figura de Dona Marli. Quem de nós tem condições de apontar uma indiscrição de Dona Marli sobre a atuação do Sarney no exercício dos numerosíssimos cargos que ocupou na vida? Ou do Sarney filho como Deputado ou diante do Ministério do Meio Ambiente? Ou da Roseana Sarney como Deputada Federal como Governadora do Maranhão ou como Senadora da República? Não há observação sobre D. Marli. No entanto sempre esteve presente. No silêncio, naquele silêncio que só as grandes almas entendem e cultivam, porque é no silêncio que medram e se aprofundam as raízes mais importantes e sólidas das grandes árvores, as que produzem sombra para refrigério do ser humano e cerne para inigualáveis e eternas obras de arte.

Eis a minha homenagem a D. Marli!

Quero também homenagear minha mãe, Srª Margarida Felipe Leite, conhecida por D. Zuliquinha e desejar-lhe parabéns e felicidades pelo aniversário nesta data.

Muito obrigado.