O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há decisões que, uma vez tomadas, resolvem os problemas, porque a justiça da decisão é percebida e aceita pela coletividade envolvida. É considerada justa, inquestionável, porque corrige erros e restabelece a verdade.

Há outras decisões, no entanto, que revoltam e deixam no ânimo das pessoas uma nítida impressão de esbulho.

Leio, Sr. Presidente, uma carta que recebi do Sr. Carlos Dantas, cronista esportivo da Rádio Mirante, da cidade de Imperatriz, Maranhão.

In verbis:

Prezado Senador Antônio Leite, o time de Imperatriz, conhecido como Cavalo de Aço, após a conquista do título de Campeão Estadual de 2005, decidido em partida no dia 10 de julho do corrente ano, acontecida no Estádio Nhozinho Santos, em São Luís - MA, paralisada e encerrada aos 19 minutos do segundo tempo, isso após tumulto provocado pelos jogadores do Moto Clube, conforme imagens registradas em todos os canais de televisão, oportunidade em que o árbitro, Sr. Luiz Gonzaga de Souza, acabou expulsando quatro jogadores do Moto Clube e dois do Imperatriz, deu por encerrada a partida por número insuficiente de jogadores, como manda a lei.

Diante disso, o Presidente da Federação, Sr. Alberto Ferreira, homologou o Imperatriz como campeão por estar vencendo pelo placar de 3x2, inclusive entregando o troféu de Campeão Estadual de 2005.

Depois de 12 dias (22 Jul.), o Procurador Willians Dourado Costa, da Comissão Disciplinar da Federação Maranhense de Futebol, apresentou uma denúncia contra o evento esportivo realizado naquela data (10.07). A decisão foi baseada no art. 257 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva - CBJD -, aplicando a pena de perda de três pontos para os times do Moto e Imperatriz.

Com a perda dos pontos, o time da região Tocantina (Imperatriz) seria o maior prejudicado e perderia o título de Campeão Estadual.

Diante de tudo isso, os milhares de torcedores da região Tocantina e porque não dizer de todo o Estado estão indignados pela atitude do Procurador acima citado.

Atenciosamente, Carlos Dantas - cronista Esportivo.”

Essa foi a carta que recebi, em que fica evidente, pelo detalhamento das circunstâncias que perturbaram esse evento esportivo, que a decisão tomada pelo Sr. Procurador da Federação Maranhense de Futebol não prima pela transparência. Pelo menos, não ficaram esclarecidas aos torcedores do Imperatriz as razões da decisão, provocando, como afirma a missiva, indignação, em particular diante da perspectiva de o Imperatriz ser o maior prejudicado, apesar de não ter sido o responsável pelo desastroso tumulto.

Faço este pronunciamento firmado também em declarações já formuladas e publicadas na imprensa pelo eminente ex-Senador Francisco Escórcio e pelo Deputado Federal José Sarney Filho.

Tenho a certeza de que a análise mais cuidadosa do problema se faz necessária e servirá para uma solução mais adequada, subtraindo-lhe a sensação de injustiça que magoa e revolta a população tocantina e os torcedores do bom futebol de todo o Estado do Maranhão.

Era o que eu desejava dizer.

Muito obrigado.