Discurso durante a 120ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

A gravidade da crise do Governo Lula e sua inoperância.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • A gravidade da crise do Governo Lula e sua inoperância.
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 28/07/2005 - Página 25778
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, JORNAL DO BRASIL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), AUTORIA, VICE-PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ENUMERAÇÃO, PROBLEMA, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PROVOCAÇÃO, CRISE, NATUREZA POLITICA, GOVERNO.
  • QUESTIONAMENTO, INCOMPETENCIA, DESPREPARO, FALTA, ARTICULAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRITICA, DECLARAÇÃO, DESNECESSIDADE, DIPLOMA, PREJUIZO, INCENTIVO, JUVENTUDE, PAIS.
  • COMENTARIO, EDITORIAL, JORNAL, FINANCIAL TIMES, PAIS ESTRANGEIRO, GRÃ-BRETANHA, CRITICA, SITUAÇÃO, GOVERNO BRASILEIRO, NECESSIDADE, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RECONHECIMENTO, EXTENSÃO, RESPONSABILIDADE, CRISE, PAIS.
  • SOLICITAÇÃO, INSERÇÃO, DISCURSO, ORADOR, NOTICIARIO, IMPRENSA, DEMONSTRAÇÃO, GRAVIDADE, CRISE, PAIS.
  • INFORMAÇÃO, APRESENTAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PROPOSTA, APURAÇÃO, SITUAÇÃO, PAIS, NECESSIDADE, VOTAÇÃO, MATERIA, RELEVANCIA, ECONOMIA NACIONAL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Senador Leonel Pavan, V. Exª é, sobretudo, um grande representante de Santa Catarina - e isso deve ser ressaltado, a cada momento e a cada instante por todos aqueles que fazem, como se faz aqui no Senado, política de boa-fé.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, leio o meio decálogo de uma escada, a “escada da perdição”. Foi exatamente um petista, o vice-presidente do PT, Walter Pomar, quem desenvolveu a metáfora dos cinco degraus da perdição.

Ei-los:

            1 - financiamento legal da campanha:

2 - caixa dois;

            3 - parcerias público-privadas para bancar campanhas futuras;

4 - associação desse esquema com o crime organizado; Vimos isso claramente no episódio Waldomiro Diniz. Tem razão o Sr. Walter Pomar.

            5 - colocar o dinheiro arrecadado no bolso. Vimos isso claramente no episódio Delúbio, no episódio Silvinho, tudo que está aí sendo exibido, com podridão, a partir das investigações da CPMI dita “dos Correios”, mas que na verdade investiga a corrupção no Governo Lula.

Essa metade de um decálogo ou a metáfora - como pretende o dirigente petista - está publicada no Jornal do Brasil. Segundo seu autor, o PT até hoje “só discutiu internamente as contradições do primeiro degrau (financiamento legal), como lutar contra o capital e mesmo assim aceitar contribuições do sistema financeiro nacional. Para ele, já passou da hora de o PT enfrentar o dilema dos outros degraus.

Seria o caso de indagar ao dirigente do quase extinto Partido: O PT subiu todos os degraus dessa escada?

Se subiu, deu um baita escorrego lá de cima, rolou e escrachou-se todo. Finish! Acho que não subiu os degraus, definitivamente, e desceu ladeira abaixo.

O Brasil, que Lula sonhou em transformar na República Petista, está, de fato, diante de duas hipóteses, sem mais nem menos.

Hipótese “a” ou hipótese “b”. Uma coisa já é certa: o Presidente Lula passará à História como o Governo do quatriênio perdido.

            Quais são as duas hipóteses?

Primeira, Lula completará o mandato, como prevê a Constituição. Vai até 31 de dezembro do próximo ano. Esse, aliás, é o cenário com que procuram trabalhar as Oposições brasileiras.

Segunda hipótese, se ele vier a ser incriminado no curso das CPIs, o panorama muda. Torço, sinceramente, para que não vá por aí o rumo da realidade.

Desta tribuna, já fiz referência à sem-cerimônia com que o Presidente Lula disparou farpas contra setores das chamadas elites brasileiras, como se delas estivessem partindo movimentos para derrubar o seu Governo.

Tive de explicar ao nosso desavisado Presidente que nada disso existe. Pelo contrário, espero em Deus que ele chegue ao final de seu mandato, na hipótese desejável de as CPIs não o incriminarem no meio do caminho.

Restaria, então, ao País salvar pelo menos o ano final do mandato Lula, sem que se possa acreditar no milagre de o Presidente acertar o passo e começar finalmente a governar. Tudo se destrambelhou nesses quase três primeiros e perdidos anos do Governo Lula.

A Oposição atual, diferentemente daquela Oposição golpista e petista de antes, é responsável e dispõe-se a velar pela tranqüilidade do País.

O dever primeiro do Governo seria pensar no País e não nos milhões de reais ou de dólares carreados para os cofres do PT.

Como aqui também há duas hipóteses, a que sugere ao Governo que governe e a que enlameia o País, a salvação de um ano do quatriênio perdido de Lula consistiria na votação da chamada agenda mínima.

Pena que já não possa ser agenda máxima. O Governo Lula jogou fora três anos, e o que resta fica mesmo para uma mínima agenda.

Indago ainda o que se pode esperar de um Presidente que diz ser desnecessário diploma para governar.

Que exemplo passa ele à juventude brasileira?

Ter diploma, Presidente Lula, não significa propriamente estar de posse do chamado canudo. Diploma, no caso, seria sinônimo de cultura, de preparo, de saber. O Presidente não tem nada disso. E não está em jogo ser formado ou não ser. Carlos Lacerda, o maior orador que este País já conheceu, não concluiu o curso de Direito. Nem por isso deixou de ser um dos mais cultos parlamentares da história do Congresso brasileiro.

É que o Presidente não é, evidentemente, tampouco um autodidata. O Presidente, pura e simplesmente, não se preparou, não estudou. E o País é muito maior do que ele, e ele não sabe governar o país Brasil. Tem, sim, muito marketing, muita gritaria frenética, alarido e alvoroço em dose múltipla.

Na segunda-feira, por exemplo, não deu ele uma de mestre-de-obras no aeroporto de Brasília? Monitorado por Duda Mendonça, foi lá e encontrou tudo preparado para mais um festival de besteiras. Ali estava o funcionário Francisco Cavalcante, que trabalha na limpeza e que ficou famoso, no ano passado, ao devolver aquela maleta com 10 mil dólares que encontrou durante seu trabalho.

A frase infeliz foi preparada, não foi de improviso: “Se tivéssemos 180 milhões de Franciscos, o dinheiro daria muito mais para o povo pobre do Brasil”. Insulto torpe aos brasileiros, que estão muito mais para Franciscos do que para Delúbios e Waldomiros, companheiros diletos do Presidente.

É de fazer pena! Lula fala, ensaiado dudeanamente, como se seu Governo não fosse íntimo da corrupção. E fala insultando seus governados, como se a regra, no Brasil, fosse a desonestidade, e a exceção ficasse à conta do Francisco, aquele da mala honesta.

Sem dúvida, aquele Francisco não pertence a esse tronco podre do petismo. Ele devolveu a maleta. Na república petista, as maletas cresceram e as cuecas se avolumaram. O volume de dinheiro inchou. Agora são malas do Sr. Delúbio para pagar “mensalões”. Não se devolve. Pega-se. Surrupia-se. Ele devolveu a maleta, o Francisco.

Mas não é à toa que o jornal Financial Times, de Londres, diz em seu editorial de segunda-feira que o Governo Lula está uma bagunça e que o Presidente da República precisa reconhecer a extensão da crise e assumir alguma responsabilidade por ter permitido que ela, a crise, ocorresse.

            E, então, o Governo Lula acabou ou não?

Que virou bagunça, isso é voz corrente no País todo e no exterior, como mostra o Financial Times.

Acabou ou não o seu Governo, Presidente Lula? Seu velho amigo, João Pedro Stédile, dono desse movimento clandestino chamado MST, diz que sim, que o Governo Lula já acabou - está nos jornais de ontem.

Acabou mesmo. Como bem esclareceu, por sinal, Arnaldo Jabor, em sua crônica das terças, o Brasil precisa de uma nova Esquerda. A concepção antiga, para não dizer...

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Arthur Virgílio, V. Exª me permite um aparte?

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Concedo o aparte a V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador Arthur Virgílio, estou dando mais cinco minutos a V. Exª.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador Arthur Virgílio, ainda estou com sono, porque, ontem, eu, como todo o Brasil, fiquei assistindo ao Jô Soares. O Senador Romeu Tuma não viu. Eu pediria que V. Exª viesse com aquele terno, porque estava elegante, até recebeu os aplausos de todas as mulheres. Mas o mais bonito de tudo foi quando V. Exª mostrou e falou de sua família. A árvore boa dá bons frutos. Gosto muito das Leis de Mendel, da genética. Quando V. Exª buscou seu pai, falou como Cristo, que falava por parábolas. V. Exª foi muito inteligente e revelou o seu caráter ao dizer: “Só dois Senadores votaram contra o primeiro ditador militar: Josaphat Marinho e Arthur Virgílio”. Essa frase mostrou o seu caráter. Fui testemunha de que - quando aqui chegamos - o Zé Maligno queria fazer deste País uma espécie de Cuba. Conseguiu a Câmara Federal. Aqui, nós resistimos. Éramos muito poucos: Efraim Morais, Antero Paes de Barros, Leonel Pavan e Arthur Virgílio. Buscávamos quatro, cinco, para podermos começar uma reunião. A ordem era não ter, era abafar. Hoje, conseguimos que, em pleno recesso, o Congresso esteja vigilante pela moralidade. O Presidente Lula - e faltou V. Exª dizer ao Jô - não gosta de ler nem aprender com a sabedoria popular. Nunca vi um provérbio errado, nunca vi a sabedoria popular errar. Lá no meu Piauí, Sr. Presidente, a gente aprende que “o boi engorda com o olho do dono”. O dono da República vivia no mundo, o Lula, tirando fotografias com Dona Marisa. E aí muita gente engordou. Aprendi, lá no Piauí, que “pau que nasce torto morre torto”. Este Governo vai morrer torto porque nasceu torto.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muito obrigado, Senador Mão Santa pelo seu aparte, sempre brilhante, sempre oportuno, sempre adequado.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. PFL - SP) - Senador, vou dar-lhe mais dois minutos.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Pois não, Sr. Presidente. Vou acelerar.

Acabou, sim, como bem esclareceu, por sinal, Arnaldo Jabor, em sua culta crônica das terças. Para ele, o Brasil precisa de uma nova Esquerda. A concepção antiga, para não dizer retrógrada, foi para espaço. Está provado o fracasso. Não adianta apenas refazer o PT “moralmente” - estou aspeando moralmente, Jabor aspeou moralmente - agora que ele se esboroou como um biscoito.

            Aspas de novo para Jabor:

O PT começou com Lula, como um partido original e prático, e terminou caindo pelas doenças já catalogadas da “Esquerda” de 1917. Os vícios do PT foram causados por velhas teses, principalmente do Zé Dirceu.

Eis aí belo diagnóstico: o PT pode ter nascido morto, porque já carcomido por teses de antanho, superadas, que nada têm a ver com o Brasil moderno.

E para não dizer que não falei em boa vontade, em máxima boa vontade, enumero aqui a realidade deturpada do Brasil da corrupção montada pelo Governo que aí está.

São dados extraídos do simples noticiário, Sr. Presidente. E aí peço a V. Exª que considere como lida essa parte do discurso e os tópicos dos jornais, mostrando a gravidade da crise, mostrando como está distante do Planeta Terra este Governo que prefere habitar, para se esconder, talvez envergonhado, as crateras lunares mais distantes.

Passo - e concluo, Sr. Presidente - uma mensagem. E aí peço a tolerância de V. Exª para concluir o meu pronunciamento anunciando que no início de agosto - já que este Governo não governa, este Governo é incapaz, é inapetente, é inoperante, este Governo é despreparado, este Governo não é bem intencionado, este Governo é inerte, é desarticulado - no início de agosto, o PSDB apresentará a sua proposta de agenda mínima para o País. 

Em suma, investigação a todo vapor de um lado e, de outro, o compromisso com a idéia de se manter o Brasil funcionando, governável e viável. A agenda mínima, aliás, começa na apuração desses fatos deslavados de assaltos aos cofres públicos e termina pela votação de matérias essenciais ao bom andamento da economia brasileira, Sr. Presidente.

Era o que tinha a dizer.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO.

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            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, leio o meio decálogo de uma escada, a escada da perdição, algo que só passa pela cabeça de petistas.

Foi exatamente um petista, o vice-presidente do PT, Walter Pomar, quem desenvolveu a metáfora dos cinco degraus da perdição. Metaforou e gostou!

Ei-los:

1.- financiamento legal da campanha;

2.- caixa dois;

3.- parcerias público-privadas para bancar campanhas futuras;

4.- associação desse esquema com o crime organizado;

5.- colocar o dinheiro arrecadado no bolso.

Essa metade de um decálogo ou a metáfora, como pretende o dirigente petista está publicada no Jornal do Brasil. E segundo seu autor, o Pomar, o PT até hoje só discutiu internamente as contradições do primeiro degrau (financiamento legal) como lutar contra o capital e mesmo assim aceitar contribuições do sistema financeiro nacional. Para ele, já passou da hora de o PT enfrentar o dilema dos outros degraus.”

Seria o caso de indagar ao dirigente do quase extinto partido: O PT subiu todos os degraus dessa escada?

Se subiu, deu um baita escorrego lá de cima, rolou e escrachou-se todo. Finish! Acho que não subiu os degraus, definitivamente. Na verdade, desceu ladeira abaixo.

O Brasil, que Lula sonhou em transformar na República Petista, está, de fato, diante de duas hipóteses, sem mais nem menos.

Hipótese a ou hipótese b, uma coisa já é certa: o Presidente Lula passará à História como o Governo do quatriênio perdido.

Quais são as duas hipóteses?

Pela primeira, Lula vai completar o seu mandato, como prevê a Constituição. Vai até 31 de dezembro do próximo ano.

Pela segunda hipótese, se ele vier a ser incriminado no curso das cpis, o panorama muda.

Desta tribuna já fiz referência à sem-cerimônia com que, na sua habitual sandice, o Presidente Lula disparou farpas contra as elites brasileiras, como se delas estivessem partindo movimentos para derrubar o seu Governo.

Tive que explicar ao nosso desavisado Presidente que nada disso existe. Pelo contrário, esperamos em Deus que ele chegue ao final de seu mandato, na hipótese de as cpis não o incriminarem no meio do caminho.

Restaria então ao País salvar pelo menos o ano final do mandato Lula, sem que se possa esperar que o milagre se faça e o Presidente acerte o passo, comece a governar e ajeite as coisas. Tudo se destrambelhou nesses três primeiros e perdidos anos do Governo Lula.

A oposição atual, diferentemente daquela oposição petista de antes, é responsável e dispõe-se ao que seria dever do Governo.

O dever primeiro do Governo seria pensar no País e não nos milhões de Reais ou de Dólares carreados para os cofres petistas.

Como aqui também há duas hipóteses, a que sugere ao Governo que governe e a que enlameia o País e que foi a da opção da República Petista, a salvação de um ano do quatriênio perdido de Lula consistiria na votação da chamada agenda mínima

Pena que já não possa ser agenda máxima. O Governo Lula jogou fora três anos e o que resta fica mesmo para uma mínima agenda.

            Indago ainda o que se pode esperar de um Presidente que diz ser desnecessário diploma para governar.

            Que exemplo ele passa à juventude brasileira?

            Ter diploma, Presidente, não significa propriamente estar de posse do chamado canudo. Diploma, no caso, seria sinônimo de cultura, de preparo, de saber. O Presidente não tem nada disso.

            Tem, sim, muito marketing, muita gritaria frenética, alarido, alvoroço e banzé em dose múltipla.

            Na segunda-feira, por exemplo, ele não deu uma de mestre- de-obras no aeroporto de Brasília?

            Na cola de Duda Mendonça, foi lá e encontrou tudo preparado para mais um festival de besteiras. Ali estava o funcionário Francisco Cavalcante, que trabalha na limpeza e que ficou famoso no ano passado ao devolver uma maleta com 10 mil dólares, que encontrou durante seu trabalho.

            A frase foi preparada: Se tivéssemos 180 milhões de Francisco, o dinheiro daria muito mais para o povo pobre do Brasil.

            Acho que seria melhor para esses milhões de brasileiros se não tivessem esse presidente conduzindo este País.

            É de fazer pena! Lula fala, ensaiado dudeanamente, como se seu Governo não fosse íntimo da corrupção...

            A diferença é que o Francisco é honesto. Sem dúvida, ele não pertence a esse tronco podre do petismo.

            Ele devolveu a maleta. Na República Petista, as maletas cresceram e o volume de dinheiro inchou. Agora são malas do Sr. Delúbio para pagar o mensalão. Não se devolve. Se pega, se surrupia.

            Não é à-toa que o jornal Financial Times, de Londres, diz em seu editorial de segunda-feira que o Governo Lula está uma bagunça e que o Presidente da República precisa reconhecer a extensão da crise e assumir alguma responsabilidade por ter permitido que ela ocorresse.

            E, então, o Governo Lula acabou ou não acabou?

            Que virou bagunça, isso é voz corrente aqui, no País todo e no exterior, como mostra o Financial Times.

            Acabou ou não acabou o seu Governo, Lula? Seu velho amigo João Pedro Stédile, o dono desse movimento clandestino chamado MST, diz que sim, que o Governo Lula já acabou. Está nos jornais de ontem.

            Acabou mesmo, sô, diria o mineiro. Como disse ontem hoje Arnaldo Jabor, em sua crônica das terças. Para ele, o Brasil precisa de uma nova esquerda. A concepção antiga, para não dizer retrógada, foi para o espaço. Está provado o fracasso. Não adianta apenas refazer o PT “moralmente”, agora que se esboroou como um biscoito.

            E mais aspas para Jabor:

            O PT começou com Lula, como um partido original e prático, e terminou caindo pelas doenças já catalogadas da “esquerda” de 1917. Os vícios do PT foram causados por velhas teses, principalmente do Zé Dirceu.

            Aí está um bom diagnóstico: o PT nasceu morto, porque já veio carcomido pelas teses superadas dos velhos tempos que nada têm a ver com o Brasil moderno.

            E para não dizer que não falei em boa vontade, em máxima boa vontade, enumero aqui a realidade deturpada do Brasil da corrupção montada pelo Governo Petista.

            São dados extraídos do simples noticiário. Até quando, Lula, seremos obrigados a conviver nessa maré de tanto baixo austral. Ao invés de marquetear no aeroporto de Brasília, explorando a boa fé do Francisco, livre-nos do vendaval petista da corrupção. O Brasil é um país sem tornados, sem furacões, sem terremotos, mas os estragos petistas equivalem a mil furacões.

            Termino, Sr. Presidente, lembrando uma frase do Brasil dos tempos de Monteiro Lobato ou ao menos da época em que ele vivia:

            A frase dizia:

            Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.

            Agora, a versão moderna:

            Ou o Brasil acaba com a República Petista ou a República Petista acaba com o Brasil.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

Crise é grave e governo Lula já acabou, diz Stedile

Dia do Trabalhador Rural tem manifestações pelo país; CUT e MST protestam contra corrupção e protegem presidente - O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile disse ontem que o governo Lula "já acabou". Durante passeata de cerca de 300 trabalhadores rurais e integrantes de movimentos sociais urbanos em Curitiba (PR), Stedile disse, em entrevista, que "basta ler as notícias dos jornais" para constatar o fim do governo. Stedile afirmou também acreditar que o movimento de massas é capaz de tirar o país da crise política e construir um novo projeto de desenvolvimento. Questionado se isso é possível ainda no governo Lula, respondeu: "[Neste governo] Não vai dar. Este já acabou". Ele disse considerar que a crise "é grave e será prolongada". Stedile aponta a política econômica como a causa de a população não ter saído às ruas para manifestar apoio ao governo petista. Para ele, a apatia é justificável: "Se fosse um governo que realmente tivesse feito uma política popular, o povo estaria na rua".

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Mulher de Valério não pode silenciar na CPI, decide STF

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, obrigou Renilda Santiago, mulher do publicitário Marcos Valério de Souza, a depor à CPI dos Correios a partir das 10h de hoje. A decisão de Jobim não a autorizou a ficar em silêncio, mas a dispensou do compromisso formal de só falar a verdade, exigido de testemunhas. 
O advogado de Marcos Valério e de sua mulher, Marcelo Leonardo, entrou com habeas corpus na sexta-feira, solicitando principalmente que ela fosse dispensada do depoimento de hoje. No início da tarde de ontem, Jobim negou a liminar quase que integralmente.

O advogado de Renilda tentou alterar em parte a decisão de Jobim, com um novo recurso solicitando que ela tivesse o direito ao silêncio, assegurado a acusados de crime durante as investigações. O presidente do STF recusou.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

CPI identifica sacadores de mais R$ 9,6 mi de Valério

A CPI dos Correios identificou novos saques e transferências milionários nas contas de empresas das quais o publicitário mineiro Marcos Valério de Souza é sócio. As transações, destinadas a duas empresas, duas associação de juízes, uma associação de organizações não governamentais e uma frente de prefeitos, somam pelo menos R$9,6 milhões. Com isso, as retiradas das empresas de Marcos Valério com beneficiários já identificados ultrapassam R$35 milhões. A Guaranhuns Empreendimentos, Intermediações e Participações Ltda., cujo endereço anotado no banco é o de uma galeria na avenida São Luiz, na região central de São Paulo, retirou mais de R$6 milhões em 2003. Os saques foram feitos por meio de cheques nominais, na agência do Banco Rural em Brasília. A CPI também localizou ontem o primeiro dos grandes depósitos feitos na conta da DNA Propaganda no Banco do Brasil. A empresa de telefonia Telemig Celular, de Minas Gerais, controlada pelo banqueiro Daniel Dantas, depositou cerca de R$13 milhões na conta da agência.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Valério afirmou ter trabalhado no BC em uma função que não existe

Em licitação vencida em 2003, o empresário Marcos Valério de Souza informou, na proposta técnica que a SMPB Comunicação enviou para a Câmara Legislativa do Distrito Federal, que "exerceu o cargo de superintendente internacional do Banco Central durante um ano e oito meses". Valério nunca trabalhou no BC, muito menos como superintendente internacional, informou o BC -até porque tal função não existe. A SMPB, da qual Valério é sócio desde 1996, ganhou a concorrência da Câmara juntamente com outras duas agências. Aberta em 2002, a licitação foi concluída no ano seguinte. No ano passado, a SMPB recebeu do Legislativo do Distrito Federal R$7,5 milhões.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Eletronorte é terceira estatal a romper o contrato com empresas de Valério

Envolvido em denúncias de corrupção envolvendo suas empresas e o governo federal, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza perdeu mais uma fonte de renda -um contrato de R$ 12,4 milhões (valor anual) que a DNA tinha com a Eletronorte. A decisão de romper unilateralmente o contrato foi tomada pela diretoria da Eletronorte há uma semana, mas somente amanhã será comunicada oficialmente à DNA, empresa que tem Valério como um dos sócios. Desde 2001, a DNA era a única agência que atendia as contas publicitárias da Eletronorte. De acordo com a diretoria da empresa, existe uma cláusula no contrato que justifica o rompimento. A assessoria de imprensa da Eletronorte informou que o texto diz que, se a contratada (DNA) acarretar danos à imagem da contratante (Eletronorte), o acordo poderá ser rompido.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Imagens podem comprovar quem entregou dinheiro a petista, diz PF

A Polícia Federal informou ontem ter imagens que podem comprovar a entrega de dinheiro ao ex-dirigente do PT no Ceará José Adalberto Vieira da Silva, em um escritório em São Paulo. Uma gravação do circuito interno de TV no prédio comercial onde ele esteve mostra José Petronilho de Freitas, diretor da empresa Cavan, chegando ao prédio com uma caixa, antes da entrada de Adalberto. Freitas saiu do prédio sem a caixa, segundo o delegado José Pinto de Luna, responsável pelo caso em Fortaleza. Adalberto chegou com uma bolsa vazia e saiu, poucos minutos depois, com a bolsa cheia, de acordo com as imagens.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Lula recorre a gesto de faxineiro em discurso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ao faxineiro Francisco Cavalcante -que se tornou um símbolo de honestidade ao encontrar e devolver, num aeroporto, uma carteira recheada de dólares-, para dizer que os avanços dos investimentos estão atrelados à diminuição da corrupção. Ontem pela manhã, durante visita às obras de ampliação do aeroporto internacional de Brasília, Lula reencontrou Francisco Basílio Cavalcante, 57. Em 2004, Cavalcante ficou conhecido ao devolver uma carteira com US$ 10 mil que havia encontrado em um banheiro do aeroporto. "Vocês percebem que gestos como esse engrandecem a figura humana, engrandecem o ser humano. Porque nós estamos percebendo, com todas as denúncias que acontecem no Brasil, que se nós tivéssemos 180 milhões de Franciscos, certamente o dinheiro do Brasil daria para a gente fazer muito mais coisas para o povo pobre deste país, do que se as pessoas levarem [sic] dinheiro", afirmou o presidente. Francisco Cavalcante, que após a fama foi promovido de faxineiro a supervisor de limpeza do aeroporto de Brasília e já foi recebido por Lula no Palácio do Planalto, foi chamado ao palanque pelo presidente, que lhe deu as mãos enquanto discursava. "Por isso, meu querido [Francisco], prazer em te encontrar aqui mais bonito do que o dia em que eu te vi, mais elegante. Você é um exemplo de brasileiro, um exemplo de ser humano." Elevado à condição de símbolo da honestidade depois de ter devolvido uma carteira com US$10 mil, Francisco Cavalcante disse que, diante da atual crise, é Lula que faz questão de aparecer hoje a seu lado.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Lula manifesta mágoa com petistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem demonstrado, em conversas com outros integrantes do governo, estar magoado e irritado com petistas por conta das denúncias contra integrantes do partido. Lula tem dito, segundo a Folha apurou, que se sente traído pela antiga cúpula do partido -formada por pessoas ligadas ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Também tem afirmado que este é o pior momento da história do PT. Os aliados de Lula têm procurado, nos últimos tempos, "blindar" a figura do presidente e atribuir a petistas a responsabilidade sobre eventuais irregularidades.

O presidente tem repetido que nunca havia ouvido falar do publicitário Marcos Valério até as primeiras denúncias sobre o chamado "mensalão". Também tem afirmado, segundo seus interlocutores, que não pretende "vender a alma" para disputar a reeleição, mas que rejeita um eventual acordo com a oposição que o impeça de concorrer em 2006.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Com Aécio, Alckmin rejeita tese de "luta de classes" sugerida por Lula

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, rebateu ontem na sede do governo mineiro, ao lado do governador Aécio Neves, também do PSDB, a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que critica a elite e diz que não baixará a cabeça para ela. Para ele, a crise não tem relação com "luta de classes", e sim com o "mau uso de dinheiro público". 
"Acho que o governo deve avaliar que não tem nada de luta de classes nisso. O que tem é mau uso de dinheiro público, que precisa ser apurado", disse Alckmin, que ouviu Aécio dizer que o PSDB ainda considera Lula candidato à reeleição, apesar da crise. "Eu não vejo no PT um outro nome em condições de levantar uma bandeira nacional", afirmou o mineiro, acrescentando que a dúvida atual é "em que condições" Lula chegará para a disputa eleitoral. Certeza, para ele, é que o PSDB se fortalece. "Eu não desprezo a força pessoal, política do presidente Lula. Seria um equívoco se fizéssemos isso. Mas já antevejo uma disputa em que o PSDB terá chances enormes ", disse Aécio.

"Porção Chávez" Outro tucano decidiu ontem elevar ainda mais o tom das críticas ao governo. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), acusou ontem o presidente Lula de revelar a sua "porção Chávez". Ele se referia ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao comentar a declaração de Lula que acusou as "elites" de tentar desestabilizar o governo. "Não pense o presidente que, assumindo uma porção Chávez -prefiro sua porção Palocci-, vai intimidar a oposição e que, com isso, vai fazer uma suposta guerra popular nas ruas." O PSDB tem optado pela cautela, rechaçando o impeachement. Porém Virgílio disse que se o presidente optar por uma mobilização popular, haverá reação: "Não queremos mexer no seu mandato, a menos que este se revele corrupto". "Com esse discurso, um líder de primeira virou um líder sindical de segunda categoria", completou o Senador.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

PF acha que possui as "cuecas com batom"

A Polícia Federal começou ontem a examinar 32 caixas de documentos que contêm "todas as cuecas com batom" do caso "mensalão", conforme a expectativa ouvida pela Folha com a própria instituição. "Cueca com batom" é uma expressão que vem sendo utilizada largamente entre jornalistas, políticos e policiais, para designar uma prova contundente.

As caixas contêm documentos apreendidos há pouco menos de duas semanas, nas empresas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do suposto esquema do "mensalão".

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Serraglio diz que lista do Rural prova "mensalão"

O relator da CPI dos Correios, Deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou ontem que a lista de pessoas autorizadas a receber o dinheiro sacado das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza é "pólvora pura", porque comprovaria a existência do "mensalão". O material está no STF (Supremo Tribunal Federal) e deve chegar hoje à tarde à comissão. Esses documentos foram apreendidos pela Polícia Federal no Banco Rural em Minas Gerais e faziam parte de um inquérito da 4ª Vara da Justiça Federal de Minas Gerais. Como na lista de beneficiados aparecem parlamentares, o processo foi enviado ao STF.

"A documentação é pólvora pura até agora", disse Serraglio. Questionado se a lista seria uma prova do "mensalão", ele respondeu que sim. "Passando pela perícia da Polícia Federal, é prova material, não precisa nem de muita conversa." Ainda de acordo com o relator, "prossegue se confirmando a versão dada pelo deputado Roberto Jefferson [PTB-RJ] em relação ao propinoduto de Marcos Valério".

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Para eleitor, não roubar é melhor que fazer muito

O brasileiro se julga honesto, mas crê que o vizinho pode muito bem ser corrompido por uma oferta em dinheiro para mudar de voto na hora da urna. Segundo pesquisa nacional do Datafolha, 85% brasileiros dizem que não aceitariam dinheiro para mudar de voto, contra 12% que admitiram vendê-lo e 3% que disseram que a decisão "dependia". Questionados se "outros brasileiros" aceitariam a vantagem, 73% disseram que seus compatriotas venderiam o voto, contra 21% que acreditaram na honestidade do vizinho. O Datafolha mostrou um eleitor crítico do "rouba mas faz". Para 73%, é melhor um presidente totalmente honesto ainda que faça menos, contra 23% que preferem um que faça muita coisa, mesmo que roube um pouco. (FM)

Folha de S. Paulo - 26/07/05 - Brasil

Relator da CPI do Mensalão vai ter de explicar doações da SMPB

O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), terá de dar explicações oficiais sobre duas doações, que totalizam R$ 150 mil, feitas em 1998 pela SMPB, da qual era sócio o empresário Marcos Valério. Integrante da mesma CPI, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) entrou com requerimento pedindo uma resposta de Abi-Ackel para a doação, revelada neste fim de semana pela revista "Época". "Há uma potencial situação de conflito de interesses. Como o deputado vai poder relatar a ocorrência de mensalão se uma das empresas suspeitas de envolvimento no esquema contribuiu para sua campanha?", disse.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Previ nega a interferência de Gushiken

O presidente da Previ, Sérgio Rosa, 46, considerou absurdas as acusações do ex-presidente do Conselho Deliberativo da Previ Henrique Pizzolato, feitas em entrevista à Folha, de que existia interferência política e governamental dentro do fundo. Rosa negou qualquer influência de seu amigo e ex-ministro Luiz Gushiken. "Não existe interferência política e nem tomo as decisões de maneira isolada na Previ", afirmou. Em férias em Bariloche, na Argentina, com seus dois filhos, Rosa interrompeu por algumas horas o descanso desta semana para rebater por telefone as acusações de Pizzolato. Ele considerou estranho que só agora, depois de dois anos e meio na presidência do Conselho Deliberativo da Previ, ele faça essas acusações. "Sempre tivemos uma relação correta, e ele nunca manifestou essas questões", disse Rosa.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Fundo Refer teve ingerência do PT, diz ex-dirigente

O ex-presidente da Refer (fundo de pensão dos ferroviários) Jorge Moura diz que executivos de bancos privados tentaram interferir na administração dos investimentos da entidade e apresentavam-se como falando em nome do ex-secretário de comunicação do PT Marcelo Sereno. Moura disse que foi procurado por representantes dos bancos Rural, BMG, Pactual e Banco Santos. Segundo Moura, a Refer também sofreu ingerência do deputado federal Carlos Santana (PT-RJ), que emplacou a mulher, Tânia Santana, na diretoria de Seguridade da fundação, e Cristina Montemor, de quem é compadre, na presidência do conselho deliberativo da entidade.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Sereno diz que apenas repassava nomes da base

O ex-secretário de comunicação do PT Marcelo Sereno negou, por meio de sua assessoria de imprensa, ter interferido na gestão dos investimentos da Refer (Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social), acusação feita por Jorge Moura, ex-presidente da fundação. Segundo a assessoria de Sereno, ele disse que não tem informação sobre a política de investimentos de fundos de pensão e tampouco autorizou executivos de bancos a procurar a diretoria da Refer para propor a criação de fundos exclusivos a serem administrados por instituições financeiras privadas. Sereno negou também que tenha indicado Jorge Moura para a presidência da Refer. Segundo a assessoria do ex-dirigente petista, ele afirmou que, quando era chefe-de-gabinete e assessor especial do ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil, encaminhou currículos repassados pelo PT e por partidos da base aliada.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

Presidente do PT diz que ala majoritária do partido acabou

Numa clara tentativa de se dissociar da tendência que controla o partido, o presidente do PT, Tarso Genro, decretou ontem o fim do Campo Majoritário. Tarso -que consulta as demais forças políticas sobre sua candidatura à presidência do partido- conta que, no sábado, quando oficialmente convidado pelo Campo, disse que não aceitaria concorrer apenas em nome da ala mas pela "composição de uma nova maioria". "O Campo Majoritário anterior está dissolvido", sentenciou, rindo quando questionado sobre os motivos: "Precisa perguntar? Em função dos acontecimentos, da fragmentação de opiniões e da apuração de responsabilidades. [...] Minha ligação é com a recomposição de uma nova maioria." Desde que sondado para a disputa, Tarso procura representantes da esquerda do PT. De um deles, ouviu que sua chapa estava "pesada" demais.

Folha de S.Paulo - 26/07/05 - Brasil

A Senadora Heloísa Helena disse que tem sofrido ameaças de morte

A Senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), afirmou ontem que vem sendo grampeada e recebendo ameaças de morte por sua atuação na CPI dos Correios. Ela não especificou quem estaria por trás disso, mas insinuou que a intimidação vem de "camarilhas do Palácio do Planalto". A senadora pediu à Corregedoria do Senado solicitar que a Polícia Federal monitore suas ligações, responsabilizando assim as autoridades "caso aconteça qualquer coisa" com ela ou seus familiares. "O importante é que eles saibam que eu sei o que estão fazendo", disse, sem detalhar quem seriam "eles". "Se o governo Lula, junto com sua base de bajulação, acha que a camarilha do Palácio do Planalto pode me impor o medo, a velha ameaça dos expurgos e da tirania, para desmoralizar ou matar quem não se curva, pode tirar o cavalinho da chuva porque ele vai morrer de pneumonia", disse.

Folha de S. Paulo - 26/07/05 - Brasil

E mais:

Teoria de golpismo das elites une Delúbio e Lula e arrasta a CUT para a temporada de parlapatice ideológica -

O presidente Lula, ao ressuscitar a teoria de que é vítima de golpe da “elite” durante os quatro dias em que se dedicou à chamada “agenda popular”, colou em si mesmo e no seu partido o espectro do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que usou o mote em recente discurso em Goiás, pouco antes de ficar claro que ele era o operador de um milionário esquema de corrupção.

Lula prosseguiu, ontem, durante visita à Infraero, na sua tentativa de salvar a imagem nas classes mais populares. Desta vez, não falou em elites, mas nem precisava. O presidente da Infraero, Carlos Wilson (PT-PE), considerado um consultor informal do Planalto, falou ao lado do presidente, em discurso para os 1.200 operários da construtora Beter, que existem pessoas preconceituosas que não aceitam um operário na Presidência. Isso aconteceu em Brasília. Mais uma obra duedana do Governo Lula. Ou da República Petista.

Em São Paulo, a temporada da parlapatice ideológica já vigia, com o secretário sindical do PT e diretor da CUT, João Felício, a denunciar que a “elite” quer cassar Lula.

Financial Times define governo do PT como “uma bagunça” - A aversão ao Brasil só piorou depois que o jornal britânico Financial Times deixou de lado, na edição desta segunda, as meias palavras e afirmou que o governo do PT está uma “bagunça”.

Bovespa despenca, e dólar tem a maior alta desde maio de 2004 - O mercado financeiro viu a escalada de denúncias e as reações do governo com perplexidade. Investidores continuaram “realocando ativos”, o que quer dizer vender ações e comprar dólares. A cotação do dólar teve a maior alta percentual desde maio de 2004: subiu 2,66%, para R$ 2,463. A Bovespa caiu 3,39%. Mais uma obra da República Petista.

STF nega habeas corpus para mulher de Valério; relator da CPI avisa que vem por aí “pólvora pura” - Nesta terça, a mulher do empresário Marcos Valério, Renilda Fernandes de Souza, vai depor na CPI, mas sem habeas corpus preventivo, já que o Supremo Tribunal Federal negou seu pedido nesta segunda, dado-lhe apenas o direito de não falar a verdade quando achar que uma resposta poderia incriminá-la.

A crise política, que já deixava operadores tensos, agora os apavora, especialmente quando o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) fala que vem por aí “pólvora pura”.

Diante de tudo isso, parece até piada o que fechou o dia de ontem: o Banco Popular do Brasil (BPB) usou o cadastro da rede de lojas Marabraz para inflar o total de sua carteira.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/07/2005 - Página 25778