Discurso durante a 120ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários ao artigo intitulado "Estratégia oportunista", de autoria do Sr. Claudio Weber Abramo, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 23 de julho do corrente.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA POLITICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários ao artigo intitulado "Estratégia oportunista", de autoria do Sr. Claudio Weber Abramo, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição de 23 de julho do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 28/07/2005 - Página 25792
Assunto
Outros > REFORMA POLITICA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, IMPOSSIBILIDADE, CONGRESSO NACIONAL, EFICACIA, REALIZAÇÃO, REFORMA POLITICA, ATUALIDADE, EFEITO, SITUAÇÃO, CRISE, MORAL, ETICA, PAIS.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, SITUAÇÃO, PAIS, INEFICACIA, PROPOSTA, REALIZAÇÃO, REFORMA POLITICA, TENTATIVA, IMPEDIMENTO, CORRUPÇÃO, GOVERNO, DESVIO, ATENÇÃO, OPINIÃO PUBLICA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, PAIS ESTRANGEIRO, GRÃ-BRETANHA, CRITICA, CONDUTA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NECESSIDADE, RECONHECIMENTO, EXTENSÃO, CRISE, ADOÇÃO, PROVIDENCIA.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o tema da reforma política, de forma recorrente, vem sendo citado como a última panacéia para a crise moral e ética que se abateu sobre o País.

Primeiramente, questiono se o atual Congresso Nacional, em face do clima de suspeição que paira sobre alguns dos seus integrantes, estaria em condições de promover uma profunda reforma política. Sinceramente, Srs. Senadores, Srªs. Senadoras, acredito que não...

No rol dos “remédios para todos os males”, prescrito para debelar as mazelas verificadas no processo das campanhas eleitorais, o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais é o “eleito”. A discussão precisa ser aprofundada e não pode ser reduzida a uma ótica maniqueísta.

Como tão bem observa o Dr. Claudio Abramo, da Transparência Brasil, “as quadrilhas que agem no Estado nascem e mantêm-se por uma combinação entre vulnerabilidades nos planos institucional e administrativo. Estas é que precisam ser atacadas”.

Concordo inteiramente com o Dr. Claudio Abramo que “é impossível combater a corrupção com um tiro só, ainda mais com um tiro mal direcionado e que, neste momento, tem como alvo as dificuldades conjunturais de um determinado partido”.

Nesse contexto, Sr. Presidente, gostaria de solicitar a transcrição da íntegra do artigo do Dr. Claudio Weber Abramo, intitulado “Estratégia Oportunista”, publicado no jornal Folha de S.Paulo, edição do dia 23/7/2005.

Já o jornal britânico Financial Times disse ontem, em editorial, que o governo Lula “está uma bagunça” e que o presidente da República precisa “reconhecer a extensão da crise e assumir alguma responsabilidade por ter permitido que ela ocorresse”.

O governo está sitiado. O presidente prefere adotar uma retórica populista e um figurino talhado por um vizinho, no mínimo polêmico.

Como atestam os analistas, a estratégia traçada pelo governo e pelo Partido dos Trabalhadores de buscar apoio nos movimentos populares e em sindicatos está assustando o mercado.

Os analistas financeiros já vêem “contaminação política” e alertam que a crise política pode desencadear um problema de grandes proporções.

O economista Paulo Leme, do Goldman Sachs, afirma que cresceu entre os investidores estrangeiros o receio de risco político.

Um dado relevante foi a decisão da Merrill Lynch e do Goldman Sachs de recomendar a redução do número de papéis brasileiros em carteira. Um gestor de um grande fundo de mercados emergentes alertou que os investidores estrangeiros acordaram para a crise política no Brasil.

Gostaria de destacar, Senhor Presidente, que a edição de hoje do jornal britânico Financial Times diz que os investidores estão ficando cada vez mais nervosos com a crise brasileira.

Em termos pragmáticos, o presidente da República pode contribuir para aclarar o cenário sombrio que a crise moral e ética produziu. A postura do presidente Lula vem sendo deletéria à economia do País, favorecendo um ambiente de alta especulação.

A Fundação Getúlio Vargas calcula que, se a corrupção fosse reduzida em 10% no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) aumentaria em R$ 50 bilhões ao longo dos próximos dez anos. A crueldade desse cálculo nos remete a tudo aquilo que foi desviado e poderia ter sido oferecido à população, em termos de serviços e equipamentos sociais.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ALVARO DIAS EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Transparência.”


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/07/2005 - Página 25792