Discurso durante a 121ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários aos dados apresentados pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, na centésimo quinquagésimo sexta sondagem da indústria de transformação. Transcrição de comentário realizado pelo cineasta Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo, ontem, sobre a crise atual.

Autor
Alvaro Dias (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PR)
Nome completo: Alvaro Fernandes Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Comentários aos dados apresentados pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, na centésimo quinquagésimo sexta sondagem da indústria de transformação. Transcrição de comentário realizado pelo cineasta Arnaldo Jabor, no Jornal da Globo, ontem, sobre a crise atual.
Publicação
Publicação no DSF de 29/07/2005 - Página 25874
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, RELATORIO, FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS (FGV), AVALIAÇÃO, INDUSTRIA, INFERIORIDADE, CRESCIMENTO, CONJUNTURA ECONOMICA, ACUMULAÇÃO, ESTOQUE, REDUÇÃO, DEMANDA.
  • CRITICA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, SUPERIORIDADE, JUROS.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, TEXTO, JORNALISTA, TELEJORNAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), QUESTIONAMENTO, ALEGAÇÕES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONLUIO, AMEAÇA, GOVERNO.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, foi divulgada nesta manhã a 156º sondagem da indústria de transformação da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Pela acuidade técnica da sondagem em epígrafe, julgo relevante amplificar desta tribuna os dados que revelam ostensivamente que a indústria brasileira mantém, em julho, o ritmo lento de produção do primeiro semestre. O cenário que se desenha na pesquisa é de crescimento baixo, estoques excessivos e demanda enfraquecida. A radiografia apresentada pela FGV não está atrelada a diagnósticos políticos, retratando com fidelidade a conjuntura econômica no âmbito da indústria. 

Sr. Presidente, me chamou atenção em particular, as avaliações do empresariado em relação ao momento atual. Essas se deterioraram desde a última edição da sondagem, em abril, e são as piores desde julho de 2003. É igualmente revelador que a parcela de empresas que se dizem com acúmulo de estoques saltou de 10% em abril para 14% em julho, o maior percentual em dois anos. O percentual de empresários que avaliam a situação atual dos negócios como fraca chegou a 29%, a maior desde julho de 2003. Portanto, é de se esperar que a equipe econômica do governo, mais uma vez, diante de evidências que a política de juros vem promovendo uma retração na economia, possa levar em conta os resultados colhidos pela FGV.

Nesta oportunidade, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs. Senadoras, gostaria de registrar uma intervenção de um representante da mídia eletrônica, ocorrida no jornal noticioso da Rede Globo de Televisão. Estou me referindo especificamente ao comentário do cineasta Arnaldo Jabor, feito nesta madrugada no Jornal da Globo. É revelador e merece ser reproduzido integralmente como mais um sinalizador do difícil momento vivido pelo país.

Nesse contexto, Sr. Presidente, solicito a Vossa Excelência a transcrição do referido comentário nos anais do Senado da República.

”Quem são as elites que atacam o Lula? Será o vice José Alencar, que tem fábricas que lucram bilhões? Será que a Daslu quer derrubar o Lula? Será a elite o Marcos Valério, que canalizou milhões para o PT com dinheiro das estatais? Serão as elites os homens que andam com 100 mil dólares na cueca?

A oposição protege o Lula, pois se ele cai, é pior. Então as elites devem ser as elites do PT: Dirceu, Genoíno, Delúbio, Silvinho com seu Land Rover... pois eles fazem tudo para derrubar o Lula. é assustadora a quantidade de trapalhadas cometidas pelo próprio governo e o PT em dois anos.

A verdade única é que não tiveram competência para governar, pois o único acerto de Lula foi herdado: a política econômica de Palocci, que deus nos enviou. O resto foi uma chanchada revolucionária, uma rede de corrupção política para criar um ‘poder mexicano’ no Brasil. Sabem para quê? Para José Dirceu se eleger presidente em 2010. Só isso.

Agora o Lula xinga elites imaginárias, apela para pelegos sindicais e para o povo que não pôde estudar e que não entende de política. Depois da vergonha dos bolchevistas, começou o populismo. O Brasil vivia agora entre dois vexames: soviéticos ignorantes no início e um chavismo oportunista em breve.”

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/07/2005 - Página 25874