O SR. MAGNO MALTA (PL - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a princípio, gostaria de registrar, com muita felicidade, a festa de aniversário do Município de Mimoso do Sul, cidade bonita, localizada no sul do Estado do Espírito Santo. Um Município importantíssimo, bem comandado pela Prefeita Flávia Rangel, nossa companheira, e pelo Vereador Nilton Bananeiro, na Câmara de Vereadores, com uma população pacata, honesta e decente.

Feito esse registro, Sr. Presidente, quero fazer coro com o Senador Arthur Virgílio. Falando aos Senadores que fazem parte da base do Governo, penso que é preciso tomar uma posição, e uma posição dura, até que se obtenha resposta. Essa nota do Sr. Mauro Marcelo de Lima e Silva, o homem que é chefe da Abin, tornou-se pública. Trata-se de um órgão que deve lidar com informações reservadas e, no entanto, chama uma das CPIs mais importantes de picadeiro.

Senador Antonio Carlos Magalhães, quando eu nasci, V. Exª já tinha mandato e já estava na vida pública quando meus dentes nasceram. A cada qual que indagamos, desde os mais antigos, Senadores Alberto Silva, Mão Santa, Gilberto Mestrinho, ninguém registra ter visto crise moral desta natureza na vida política brasileira.

A CPMI dos Correios, portanto, está prestando um grande serviço à Nação, Senador Amir Lando. Todos estão assistindo à TV Senado e à Globo News, que transmitem ao vivo as reuniões da CPMI, e acompanhando pari passu para ver resolvida a situação. Alguns ainda dão ao Presidente Lula e à sua equipe o privilégio da dúvida para esclarecê-las, assim como damos essa oportunidade ao Presidente Lula; ainda brindamos a figura do Presidente Lula.

A CPMI está trabalhando quase 24 horas; os depoimentos duram 15, 17, 18 horas. Não faço parte da CPMI dos Correios, mas tenho acompanhado o denodo e a dignidade com que o Relator, o Presidente e os membros têm tratado a Comissão. Hoje, pela manhã, a Senadora Heloísa Helena chegou à CPMI às 7 horas, e o Deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, às 7 horas e 30 minutos. Sentaram-se ali, aguardando a hora dos depoimentos. Ainda assim, vemos, ouvimos e lemos na imprensa o Diretor da Abin chamar a CPMI dos Correios de picadeiro e os membros, de bestas-feras. Precisamos repudiar isso, Sr. Presidente. Proponho que não votemos nada do Governo, por mais importante que seja, fazendo coro com a palavra do Senador Arthur Virgílio, até que o Governo demita esse cidadão. Essa é uma questão de honra. Não estamos brincando.

O sujeito, quando chama de bestas-feras, ataca diretamente, de forma individual, os membros da CPMI, que não foi constituída para fazer achaques. Ela não foi criada para construir dificuldades ou vender facilidades. Não. Foi uma CPMI criada em meio a uma crise tremenda. E a ninguém interessa mais - imagine, Sr. Presidente -, senão ao Governo, esclarecer toda essa questão à opinião pública e continuar marchando de cabeça erguida na vida política brasileira.

Senador Antonio Carlos, eu dizia que, na eleição do próximo ano, no Brasil, haverá o maior número de votos nulos e abstenções para Deputado Federal. Nunca, na história brasileira, veremos tanta abstenção como na eleição de Deputado do próximo ano, em razão desse clima horrível que tomou conta da sociedade.

Quando se faz um trabalho sério e se busca a investigação, de onde não se esperava - da Abin - ouve-se que a CPMI é um picadeiro e a classe política que compõe a Comissão são bestas-feras.

Falo em meu nome, fazendo coro com o Senador Arthur Virgílio, aos Líderes de Governo - não sei se há alguém aqui na retaguarda -, ao Senador Amir Lando, que é do PMDB, aos Senadores que compõem a base do Governo e ao Sr. Presidente: é preciso que uma posição seja tomada. Falo também por mim, de forma muito individual, fazendo coro com o Senador Arthur Virgílio. Estou disposto a qualquer medida que esta Casa tomar no sentido de que esse rapaz venha ao Senado Federal e saia, realmente, de crista baixa, na expressão do Senador Arthur Virgílio.

Obrigado, Sr. Presidente.