O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o que dizíamos aqui, e éramos contestados, está tudo provado. As evidentes provas das falcatruas comandadas pelo Partido dos Trabalhadores estão totalmente asseguradas como verdadeiras. Eu queria, neste instante, me solidarizar com a Bancada do PT, com os dirigentes que foram expulsos do PT, pois todos eles foram atacados pelo Presidente da República e acusados de incompetentes e imorais. Na França, o Presidente da República atacou. Mas fica a se perguntar: quem os colocou lá? O mesmo Presidente da República. Como estará hoje o José Dirceu, o José Genoíno e tantos josés que o PT tem? Como ficaram esses homens quando foram expulsos e quando o Presidente disse que eles estavam lá porque eram os piores quadros?

Mas o Presidente fez uma reforma ministerial e não modificou nada, apenas colocou um Senador na Previdência e agora o demitiu, também acusado de corrupção, antes mesmo do julgamento do Supremo.

O Presidente, todos sabem, não morria de amores pelo Sr. Tarso Genro, muito pelo contrário. E agora o Sr. Tarso Genro assume a Presidência do PT e ele louva Tarso Genro e bota para fora Olívio Dutra.

A situação no Partido dos Trabalhadores é caótica. Todos aqueles que defendiam aqui, sem exceção, a direção do PT e o Partido dos Trabalhadores não podem aceitar as palavras do Presidente Lula. Ele que é o responsável por tudo que está existindo aí.

Revolta-me quando um Senador, da tribuna, diz que o Lula não tem nada com isso. Ele sabia de tudo, está provado que ele sabia. E agora ele vem com um discurso diferente, totalmente acusatório ao seu Partido e, na realidade, quer se desligar do Partido porque não quer ser maculado pelos seus componentes.

Quando eu dizia que o dinheiro correu à solta nas eleições municipais em todo o Brasil e, em particular, na Bahia, vinham respostas defendendo os vampiros, os salteadores dos cofres públicos. Era dinheiro da Petrobras, e hoje está demitido o Sr. José Eduardo Dutra; era dinheiro do Ministério da Saúde, e hoje está demitido o Sr. Humberto Costa; assim, era também dinheiro do Ministério da Cidade, e está demitido o Sr. Olívio Dutra.

Conseqüentemente, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queremos saber ainda muita coisa deste Senado. A Polícia Federal, que é tão eficiente, que tem um grande dirigente, que é o Sr. Paulo Lacerda, tem de saber - não aceito que não saiba - de quem são e de onde foram tirados aqueles dólares encontrados na cueca do assessor e aquele dinheiro que estava na mala. A coisa chegou a tal ponto que qualquer pessoa que for hoje comprar uma cueca, vai perguntar: qual é o tamanho? Médio, grande ou PT? (Risos.) Chegou a esse ponto a desmoralização do Governo.

Ora, meus senhores, a Polícia Federal sabe. O Dr. Márcio não pode ocultar, tem que dizer de onde saiu o dinheiro que está no Ceará e que foi para as mãos do irmão do Genoíno. Ninguém vai acreditar que aquele boboca que apareceu na televisão tenha crédito para pegar aquele dinheiro de alguém. Aquele não pega nem R$100,00 emprestado, quem dirá US$100 mil. Ora, meus senhores, vamos saber a origem desse dinheiro. Vamos saber. Está mal explicado.

            E o dinheiro da Telemar para a empresa do filho de Luiz Inácio Lula Pereira da Silva? Isso está passando em branco. A própria imprensa, que aqui está diante de mim, não trata deste assunto. Deveria tratar. Não sei se a culpa é dos repórteres ou dos redatores...

(Interrupção do som.)

A SR^a PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Mais um minuto, Senador.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Sou tão bondoso com V. Exª na Comissão..

A SR^a PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Mas eu já lhe fiz todas as concessões. Estou indo além das concessões.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Quando presido a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania ela não tem tempo determinado, mas não me arrependo.

Mas nós queremos saber do filho do Lula por que aquele dinheiro de US$2,5 milhões, US$5 milhões. Que gênio! Será que o Lula não vê que o seu filho não pode estar assim com US$5 milhões? E ele não trata disso. Ele disse: “O meu filho é meu filho. Eu não tenho nada com isso”. É muito engraçada essa afirmação. Evidentemente isso não pode continuar.

Temos de saber tudo dos empréstimos do PT. Temos de saber tudo da vida de Marcos Valério...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - ... temos que abrir os cofres da Petrobras para saber tudo que existe por lá, e existe muita coisa! Por isso, foi o Sr. Sérgio Gabrielli para poder encobrir as coisas do Dr. José Eduardo Dutra, que virá aqui como valente, que era tido como bom, e era um bom Senador, mas a Petrobras hoje é um antro. Não há dúvida disso. Ele pode até dizer que é um conluio com o PMDB que deu nesse resultado. Isso aí cabe ao Sr. Renan Calheiros e ao meu amigo José Sarney responderem, porque são eles os responsáveis pelas nomeações.

Nós queremos saber do IRB, nós queremos saber da Infraero, nós queremos saber de tudo, principalmente dos fundos previdenciários, porque há uma grande reportagem, cuja transcrição vou pedir aqui: “Um pente-fino dos fundos”. Vou pedir também a transcrição, Srª Presidente - não quero me demorar muito além do tempo -, de duas peças extraordinárias, publicadas em O Estado de S.Paulo de domingo. Primeiro, o artigo: “Limites de ação da PF”, que é realmente muito bem feito e diz tudo que se deve dizer em relação à Polícia Federal. Segundo, um artigo de Gaudêncio Torquato, excelente, tão bem escrito como há muito tempo não se vê, como hoje escreveu Clóvis Rossi. Esse é realmente um artigo que merece ser lido: “Pornéia e Mixórdia”. Esse artigo...

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - ...do ponto de vista literário e moral...

A SRª PRESIDENTE (Serys Slhessarenko. Bloco/PT - MT) - Senador Antonio Carlos Magalhães, um instante, por favor. V. Exª já usou todo o tempo que lhe era permitido. Já prorroguei por mais três minutos. Vou lhe dar mais um minuto e pedir a sua compreensão.

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - Um minuto apenas, Srª Presidente, e terei o cuidado de lhe dar sempre o dobro do que V. Exª merece.

(Interrupção do som.)

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA) - “Pornéia e Mixórdia”. Leiam esse artigo. Do ponto de vista literário, moral, jornalístico, dificilmente já saiu algo igual. Daí eu pedir a transcrição, neste instante, desses artigos.

Voltarei aqui, se não for com cinco minutos, com sete, com oito, com dez, com vinte, com trinta minutos, com o tempo que puder, para mostrar ao Brasil que o tempo é pouco para mostrar as imoralidades do Partido dos Trabalhadores e, mais ainda, do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ANTONIO CARLOS MAGALHÃES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

- “Um pente-fino nos fundos” - O Globo.

- “Os limites da Ação da Polícia Federal” - O Estado de S.Paulo.

- “Pornéia e Mixórdia”- O Estado de S.Paulo