O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Renan Calheiros, primeiramente manifesto o meu apoio ao sentido maior das suas palavras sobre a importância de o Congresso Nacional e o Senado Federal estarem empenhados no esclarecimento total dos fatos que hoje são objeto seja da CPI dos Correios, seja da CPI do chamado “mensalão”, seja a respeito de procedimentos indevidos neste Governo ou no anterior.

Pondero que a posição de V. Exª, quando avaliava que não caberia ao Senado examinar o que porventura teria ocorrido de irregularidade com os Deputados, fazia um certo sentido. Mas há que se considerar também um outro aspecto, Senador Renan Calheiros, com respeito à responsabilidade das direções dos Partidos, na medida em que aqui no Senado há inúmeros membros de direção de partidos, presidentes de partidos, membros de executiva e de diretórios regionais dos diversos partidos envolvidos. De alguma maneira, é positivo que a apuração sobre o Mensalão tenha também a participação não apenas dos Deputados mas também dos Senadores. Acho que isso acabará sendo adequado.

Sr. Presidente, eu gostaria de informar que ao meu Líder, Senador Delcídio Amaral, eu me dispus a participar, seja na qualidade de titular ou de suplente, na CPI dos Correios e nesta, agora, do Mensalão, na qual fui designado como primeiro suplente. Tenho alguma experiência na participação em CPIs, como, por exemplo, em 1992, quando, até por ter sido o autor do requerimento, juntamente com o Deputado José Dirceu, sobre os atos de PC Farias, o então Líder do PMDB - em que pese eu fosse o único Senador do PT, que, portanto, não teria a proporção devida para participar como membro titular - honrou-me, nomeando-me como um dos suplentes daquela CPI. Assim, pude verificar que o suplente participa praticamente em igualdade de condições em relação aos Senadores titulares.

Espero, então, poder colaborar com o propósito expresso por V. Exª de apurar completamente todos esses episódios e, sobretudo, cooperar na reflexão do que fazer, daqui para frente, para conseguirmos extirpar dos costumes da vida política brasileira os problemas que agora estão vindo à tona.

Muito obrigado.