O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no Brasil, duas formas corriqueiras de desperdiçar recursos públicos decorrem da ação do Governo implementada sem base em um planejamento estratégico bem concebido e elaborado e, segundo, da facilidade com que se abandona a ação antes do seu término. Daí estar o Brasil repleto de obras fantasmas, de obras inacabadas que se erguem e jazem como verdadeiros epônimos da improvisação, da ineficiência e da pusilanimidade.

Neste breve pronunciamento, quero lamentar, em parte, o que tem acontecido com a ferrovia Norte-Sul. A ferrovia Norte-Sul foi concebida e iniciada pelo Presidente José Sarney, no âmbito de uma visão de desenvolvimento de longo prazo, não apenas dos Estados do Maranhão e do Pará, mas de todo o País, pois atravessaria as regiões Norte e Centro-Oeste, interligando-se, ao norte, com a ferrovia dos Carajás e, ao sul, com a ferrovia Centro-Atlântica.

Daria escoamento ao produto de 1800 quilômetros quadrados do cerrado brasileiro, que, há vinte anos, colocava no mercado quatro milhões de toneladas de grãos; hoje coloca quatro milhões de toneladas, e estudos há que estimam em 140 milhões de toneladas a potencialidade de produção do corredor a ser beneficiado pela ferrovia Norte-Sul. Uma vez concluída, a ferrovia Norte-Sul interligará o Norte do Brasil e o Centro-Oeste com todos os grandes portos marítimos brasileiros: Itaqui, Santos, Vitória, Sepetiba e Rio de Janeiro.

Essa ferrovia, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para o bem do Brasil, em nenhuma hipótese pode ser abandonada. Sua construção deve ser concluída sem tergiversação, inclusive com atenção para os desdobramentos aconselháveis a partir dela.

A propósito desses desdobramentos, um está em pauta. Refiro-me à propriedade da instalação de linha normal para passageiros entre Imperatriz e Pequiá, em Açailândia, beneficiando também o Município de Estreito e muitos outros. Nesse trecho, de aproximadamente setenta quilômetros, já existe a linha ferroviária, porém, no momento, apenas para transporte de grãos; a instalação de uma linha normal de passageiros atenderá a antigo anseio da população, que, hoje, para ir a São Luís ou à Serra dos Carajás e a todas as cidades existentes nesse percurso utiliza o ônibus até Açailância, onde deixa o ônibus e passa para o trem. A instalação de linha de passageiros entre Imperatriz e Açailândia é demanda há tempo desejada pela população tocantina, já pedida pelo Senador Edison Lobão. Ela é viável e, certamente, de muito baixo custo.

Requeiro, portanto, em nome dessa população, à Valec e à Vale do Rio Doce que realizem estudo de viabilidade para reimplantar - repito: reimplantar - o transporte ferroviário de passageiros entre as cidades de Imperatriz e Açailândia. A iniciativa terá grande impacto social e será de capital importância para o desenvolvimento dos Municípios circunvizinhos.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.