Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Escolha de 2005 como o "Ano Ibero-Americano da Leitura, que aqui no Brasil recebeu o nome de "Viva Leitura".

Autor
Antônio Leite (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MA)
Nome completo: Antônio Leite Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CULTURAL.:
  • Escolha de 2005 como o "Ano Ibero-Americano da Leitura, que aqui no Brasil recebeu o nome de "Viva Leitura".
Aparteantes
Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 03/08/2005 - Página 26224
Assunto
Outros > POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • COMENTARIO, LANÇAMENTO, BRASIL, ANO, CONTINENTE, AMERICA, LEITURA, INICIATIVA, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO), ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA), OBJETIVO, MOBILIZAÇÃO, PAIS, CRIAÇÃO, POLITICA NACIONAL, INCENTIVO, POPULAÇÃO, UTILIZAÇÃO, LIVRO, BIBLIOTECA.
  • COMENTARIO, EFICACIA, PROJETO, INCENTIVO, LEITURA, PERIODO, GESTÃO, ROSEANA SARNEY, SENADOR, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DO MARANHÃO (MA).
  • IMPORTANCIA, LEITURA, CONSCIENTIZAÇÃO, CIDADÃO, CAPACIDADE, TRANSFORMAÇÃO, MUNDO.

O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o ano 2005 foi escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco; pela Organização dos Estados Americanos, a OEA, para ser o Ano Ibero-Americano da Leitura, que no Brasil recebeu o nome de Vivaleitura.

A iniciativa tem o objetivo de promover a leitura como “tema prioritário nas políticas públicas e no imaginário social da Ibero-América”. No Brasil, recebeu o sugestivo nome de Vivaleitura, foi lançado no Palácio do Planalto com a proposta de promover uma grande mobilização do País em benefício de uma Política Nacional do Livro, da Leitura e de Bibliotecas, para que o Brasil dê um grande passo de modernidade e produza uma Nação de Cidadãos que lêem.

Quero registrar neste pronunciamento o trabalho dos municípios brasileiros que se colocaram na linha de frente no que diz respeito à instalação de bibliotecas públicas e escolares no âmbito de milhares de projetos cujo objetivo é incentivar a leitura, o estudo e a pesquisa. Vale lembrar a iniciativa pioneira implantada no Estado do Maranhão pela Senadora Roseana Sarney quando Governadora do Estado. O programa denominava-se sugestivamente “Farol do Saber” e tinha o objetivo de desencadear o processo de criação e instalação de bibliotecas públicas em todos os municípios maranhenses. Oxalá, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dentro de breve tempo, todos os municípios do nosso País possam ter bibliotecas públicas para soltar e alimentar o desejo de saber da população. E hoje sabe-se que as bibliotecas, além de acervos de livros, periódicos, revistas etc., têm computadores que permitem o acesso a bibliotecas virtuais.

Parafraseando o grande educador Paulo Freire, eu diria que povo que lê é povo que sabe compreender o seu mundo. O povo que compreende o seu mundo adquire condições para transformá-lo, superando problemas de toda ordem, sociais, políticos e econômicos.

O cidadão que lê é cidadão construtivo, não se abate, não sucumbe, assume os problemas, sobre eles raciocina, concebe alternativas de mudança, cultiva e aprimora valores, percorre caminhos seguros para a sua realização, usufrui e preserva a natureza, dá auto-sustentação ao seu progresso e bem-estar, aprende a não ter medo do futuro.

Concluo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores...

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senador, permite-me V. Exª um aparte?

O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA) - Pois não.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Estamos atentamente ouvindo o pronunciamento de V. Exª, que é do Maranhão, terra de muita cultura. A ela associam-se nomes como os de Gonçalves Dias, João Lisboa, e até chamam a capital São Luís de Atenas brasileira, possuidora que é de extraordinária biblioteca - é uma das capitais que tem uma boa biblioteca pública. Mas queria dizer que é oportuna a referência de V. Exª ao que talvez seja o grande mal do Brasil: lemos muito pouco, quase não lemos. E trago aqui as palavras do Senador Cícero, que disse que casa sem livros é como um corpo sem alma ou ficaria mesmo com o nosso autor brasileiro Monteiro Lobato, que afirmou que um país se constrói com homens e livros. É realmente oportuno o pronunciamento que V. Exª traz, chamando a atenção do Governo para a necessidade de criar bibliotecas, enfim, fomentar a cultura e o saber junto ao povo brasileiro.

O SR. ANTÔNIO LEITE (PMDB - MA) - Muito obrigado, Senador Mão Santa, por sua brilhante colocação.

Concluo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, valendo-me dos versos do grande poeta Castro Alves, que, já na época do Romantismo brasileiro, se deu conta da sede de saber e assim se manifestou em sua bela obra O Livro e a América.

Por isso na impaciência

Desta sede de saber,

Como as aves do deserto

As almas buscam beber...

Oh! Bendito o que semeia

Livros... livros à mão cheia...

E manda o povo pensar!

O livro caindo n’alma

É germe - que faz a palma,

É chuva - que faz o mar.”

E este pequeno trecho vai oferecido ao Presidente José Sarney, escritor, e ao meu amigo Mão Santa, nosso Senador poeta: “O Novo Mundo brada ‘Luz!’”, conclui Castro Alves. “Luz, pois, no vale e na serra ... Que se a luz rola na terra, Deus colhe gênios no céu!”.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/08/2005 - Página 26224