Discurso durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Influência que o Deputado José Dirceu ainda exerce no PT. Atentado sofrido pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Manicoré, no Amazonas. Intenção do governo de Macau de ampliar relações econômico-comerciais com o Brasil e o Amazonas.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. TERRORISMO. POLITICA EXTERNA.:
  • Influência que o Deputado José Dirceu ainda exerce no PT. Atentado sofrido pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Manicoré, no Amazonas. Intenção do governo de Macau de ampliar relações econômico-comerciais com o Brasil e o Amazonas.
Publicação
Publicação no DSF de 10/08/2005 - Página 27029
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. TERRORISMO. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O ESTADO DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CRITICA, INFLUENCIA, JOSE DIRCEU, DEPUTADO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • PROTESTO, ATENTADO, TERRORISMO, PRESIDENTE, CAMARA MUNICIPAL, MUNICIPIO, MANICORE (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), SOLICITAÇÃO, PROVIDENCIA, SENADO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ).
  • ANUNCIO, VISITA, EMBAIXADOR, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), OBJETIVO, DEBATE, POSSIBILIDADE, INTERCAMBIO COMERCIAL, INTERCAMBIO, NATUREZA ECONOMICA, GOVERNO ESTRANGEIRO.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores;

O ex-poderoso que já caiu e quer continuar dando as cartas.

O momento mais crítico do ex-todo poderoso José Dirceu, em um quarto de século de vida do PT, que é este, em que é figurante-quase réu de CPI, parece nem existir.

Para ele, tudo segue como dantes. Ele nem mesmo leva em conta que o PT tem um novo Presidente, com uma tarefa impossível, a de levantar o partido.

É estranho e até meio curioso-patológico que José Dirceu imagine que ainda é ele quem dá as cartas. Antes, dava as cartas até para o Presidente Lula. Parece ter gostado. Fez que fez, aprontou e só aprontou e deu no que deu.

Não sou eu quem acha estranho. Os jornais também se espantam com a sem cerimônia do hoje Deputado José Dirceu. O novo dirigente petista, Tarso Genro, também começa a olhar meio de soslaio para o ex-grande chefe.

No noticiário de O Estado de S. Paulo, leio este título:

Dirceu ainda dá as cartas no partido.

O grave nessa anomalia, que é a sobrevida arrogante de José Dirceu, foi essa martelada com toda a força nas diretrizes com que Tarso sonhava reerguer um partido sem condições de reerguimento.

O PT - a gente percebe - em nada se parece com Hiroshima, que ressurgiu das cinzas porque seu povo é uno. Nada parecido em Hiroshima com o saco-de-gatos petista.

Dirceu ainda está com as marcas do escalpelo que o fez sair correndo do Palácio do Governo. Do Governo, na denominação. Para ele, Dirceu, era seu pretenso Palácio do Poder. Não contente com a escaldada, lá foi ele, no sábado, para a reunião do Tarso e seu esfrangalhado partido. Meteu-se a gato mestre e provou, diz O Estadão, que ainda controla decisões.

O resultado não podia ter sido outro. Na análise feita por Guilherme Evelin, naquele jornal, Tarso e plano de renovar PT saem enfraquecidos.

Se o pouco que restou do PT mal vinha conseguindo ficar em pé... imagine-se enfraquecidos até onde.

            Casa de Vereador de Manicoré É Atingida

Por Atentado Político Terrorista

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, oponho desta tribuna veemente repulsa ao ato terrorista intentado contra o ex-Presidente da Câmara Municipal de Manicoré, no Amazonas, Vereador Lúcio Flávio Silva. Com métodos que cheiram à pistolagem, terroristas covardes atiraram uma bomba caseira na residência do Vereador, causando felizmente apenas danos materiais.

Denuncio o atentado ao Senado da República e ao Ministro da Justiça, pedindo providências para evitar que o terrorismo insano prospere em meu Estado.

O que houve em Manicoré é inaceitável e exige pronta ação das autoridades. Não é possível que a tradição de paz de Manicoré e do Amazonas fiquem à mercê da irresponsáveis.

Com a violência não pode haver condescendência. Já houve fatos assemelhados em Novo Airão, Apuí e Humaitá, todos municípios, como Manicoré, da região Sul do Estado do Amazonas.

O atentado contra o Vereador de Manicoré só não o atingiu e a sua família porque era madrugada e todos já dormiam em dependências localizadas na parte dos fundos da residência. A bomba, de fabricação caseira, provocou estragos na frente, derrubando paredes e uma parte do telhado.

É preciso um basta nesse estado de coisas, pelo que chamo a atenção do Governador do Estado e do Secretário de Segurança Pública do Amazonas.

E ainda:

            Macau Quer Ampliar Relações Econômico-

Comerciais com o Brasil e o Amazonas

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos próximos dias, deverá vir a Brasília o embaixador Armando Sérgio Frazão, que é o Cônsul-Geral do Brasil em Hong Kong e em Macau. Em seguida, ele irá a Manaus, para dar continuidade a estudos que desenvolve acerca do que vislumbra como extraordinárias possibilidades de intercâmbio econômico-comercial entre o Brasil e Macau.

            Essas oportunidades, segundo relato que me fez o Embaixador, são mais evidentes entre Macau e a Amazônia, daí o seu interesse em ir a Manaus.

Desde a devolução de Macau à China, em 1999, aquela província ingressou numa crise de governabilidade, com decadência urbana e o aumento do índice de criminalidade. Graças, porém, ao apoio do governo central da China, Macau, nesses seis anos, conseguiu reerguer sua economia, de que resultou a criação do Fórum de Macau, reunindo os países lusófonos.

No primeiro momento, Brasília e Lisboa mostraram-se arredias a essa iniciativa chinesa. Agora, porém, abrem-se perspectivas para uma aproximação com o Brasil, acrescenta o Embaixador Frazão.

Comunica-me, ademais, o diplomata que o Chefe-Executivo da Região Administrativa de Macau, Edmund Ho, esteve recentemente no Brasil e regressou entusiasmado com o que viu aqui.

Agora, aproveitando suas férias no Brasil, o Embaixador Frazão manifestou o desejo de ir a Manaus, para um encontro com as autoridades do Governo e empresários locais.

Saúdo o diplomata e transmito ao Governador do Amazonas o empenho com que o Embaixador se dispõe a essa que me parece útil aproximação.

Era o que eu tinha a dizer.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Anexos.”

“Linha cruzada.”

“Mercado futuro.”

            ANEXOS

O Estado de S. Paulo/ Segunda-feira, 8 de Agosto de 2005

Luciana Nunes Leal

Homem forte do governo Luiz Inácio Lula da Silva durante dois anos e meio, o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu vive seu pior momento em 25 anos de PT, mas continua a dar as cartas no partido. A influência do deputado, que voltou à Câmara depois das denúncias de corrupção feitas por Roberto Jefferson (PTB-RJ), manifestou-se no sábado, durante a reunião do Diretório Nacional. Dirceu não fez discurso, não se envolveu nos embates entre moderados e radicais. Mas atuou para que o Campo Majoritário, do qual faz parte, saísse vitorioso.

A esquerda petista chegou ao encontro apostando no enfraquecimento do Campo Majoritário, mas ao final reconheceu que o grupo ainda domina o PT. "O Campo Majoritário está vivo e o José Dirceu, trabalhando firme", resumiu ontem o deputado Chico Alencar (RJ), do Bloco de Esquerda Parlamentar. Segundo Alencar, José Dirceu manifestou-se contra a proposta que impede os parlamentares que renunciarem aos mandatos de concorrerem nas eleições do ano que vem pelo PT. Outro integrante do Campo Majoritário, Francisco Campos, tinha pedido verificação de quorum e o presidente do partido, Tarso Genro, não pôde pôr a proposta em votação. A idéia tinha sido defendida pelo próprio Tarso durante a semana, mas não foi oficializada pelo diretório.

Chico Alencar está certo de que José Dirceu, com outros integrantes do Campo Majoritário, também atuou na negociação que levou o ex-tesoureiro Delúbio Soares a pedir sua suspensão temporária, evitando o constrangimento de ser suspenso por decisão do diretório. "Quando a carta de Delúbio chegou, Dirceu disse que era matéria decidida", disse o deputado carioca.

Já na sexta-feira, durante reunião do Campo Majoritário, José Dirceu atuou decisivamente na elaboração do texto sobre o cenário político e econômico apresentado ao diretório que saiu vencedor, embora com margem pequena: teve 29 votos, enquanto as quatro outras propostas somaram 27. Dirceu chegou à reunião logo depois da saída de Tarso Genro. O deputado insistiu em que não deveria haver endurecimento nas críticas à política econômica. Assim foi feito.

            Segunda-feira, 8 de Agosto de 2005

Tarso e plano de renovar PT saem enfraquecidos

Guilherme Evelin

O presidente do PT, Tarso Genro, e o seu projeto de renovação do partido saíram fragilizados da reunião do Diretório Nacional no sábado. O ex-ministro da Educação acumulou derrotas e foi atropelado pelo Campo Majoritário, o grupo petista dominante. A proposta de Tarso de obrigar os diretórios estaduais a abrir o caixa 2 das campanhas para uma futura regularização de contas foi ignorada pelo Campo. Igual destino teve o apelo de Tarso para que a tendência abandonasse a prática do rolo compressor de impor uma resolução aos demais grupos do PT.

A autocrítica branda aos métodos políticos da última gestão partidária também ficou muito aquém para quem aspira comandar uma "refundação do PT", segundo dizem vozes independentes até do Campo Majoritário.

O texto da resolução do Diretório sobre os erros cometidos pelo partido foi uma "derrota de Tarso", afirma o deputado Paulo Delgado (PT-MG). "Nós estamos respondendo burocraticamente aos problemas e sempre aquém das necessidades. Não adianta querer ser raso e superficial quando a questão central para a sociedade brasileira reside no fato de que o governo e o PT devem assumir seus erros."

Outro revés de Tarso foi no trecho da resolução do Diretório referente à política econômica. Preocupado em demarcar uma maior autonomia do partido em relação ao governo Lula, o presidente do PT considerou "tímida" apenas a rejeição das teses de aumento do superávit primário para blindar a economia.

A sua tentativa de dar um tom mais contundente ao documento, no entanto, foi brecada pelo ex-ministro da Casa Civil e deputado José Dirceu (PT-SP). A interlocutores, Dirceu manifestou "estranheza" com o comportamento de Tarso de querer criticar a política econômica em um momento de crise política.

Ao avaliar com aliados os resultados do encontro do Diretório, Tarso reconheceu dificuldades na condução da reunião e as atribuiu, em parte, à disputa por causa das eleições internas. Apesar dos obstáculos, segundo esses interlocutores, está disposto a manter a candidatura à reeleição pelo próprio Campo Majoritário. Para driblar a influência do grupo de Dirceu, vai viajar pelos Estados e procurar o apoio de lideranças regionais.

Linha cruzada

Só há um caso de empresa telefônica que comprou produtora de TV

Negócio com filho de Lula é raro no mercado mundial

MARIO CESAR CARVALHO

DA REPORTAGEM LOCAL

O investimento de R$ 5 milhões que a Telemar injetou na Gamecorp, a empresa que tem entre seus sócios o filho do presidente Lula, é avis rara não só no Brasil, mas no mercado mundial. Só há um caso conhecido em que uma operadora de telefonia comprou uma produtora de TV: é a aquisição da Endemol, a produtora holandesa que criou o reality show "Big Brother", pela Telefonica.

A diferença de escala entre os negócios só realça a raridade do investimento da Telemar. A Endemol criou o maior fenômeno da TV dos últimos anos e foi comprada por 5,5 bilhões em 2000 (R$ 15,7 bilhões, pela cotação atual). A Gamecorp é uma empresa de nicho, cujos programas de TV sobre videogame atingem de 2 a 3 pontos de audiência, e recebeu um aporte de R$ 5 milhões. Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é diretor de tecnologia e internet da Gamecorp.

A Telemar informa tratar-se de investimento estratégico porque a Gamecorp atua junto a um público que interessa à empresa, formado por adolescentes, e detém a exclusividade no Brasil do G4 TV, um canal americano que tem uma programação dedicada exclusivamente a videogames e novas tecnologias. O conteúdo dos programas será explorado pela Oi, subsidiária de telefonia celular da empresa, e pela Oi Internet, segundo a Telemar.

Setor aquecido

A razão mais forte para as empresas de telefonia não precisarem investir ou comprar empresas de conteúdo como a Gamecorp é o aquecimento desse mercado no Brasil.

Alguns números da Vivo, operadora que detém a maior fatia do mercado de celular do país, com 37,67% do mercado, ajudam a dimensionar o aquecimento. A empresa recebe por mês cerca de 50 ofertas de produtos novos para serem aplicados em celular, de jogos a "ringtones" (o som que o aparelho produz). Dos mais de 500 produtos que são oferecidos à Vivo por ano,não mais do que 15 são aceitos.

A conclusão óbvia, segundo cinco especialistas em mercado de celular consultados pela Folha, é que, com tanta oferta, a Telemar não precisaria fazer o investimento. Esse tipo de aporte é usual quando faltam fornecedores de um produto ou serviço.

Com a super-oferta, três modelos de negócios são os mais usuais entre as teles e produtoras de conteúdo: 1) a operadora divide a receita com a empresa que fornece o conteúdo; 2) a empresa de telefonia antecipa receita para capitalizar a produtora; ou 3) compra um projeto específico.

Mercado futuro

Ninguém tem dúvidas de que a junção de games, TV, celular e internet é uma boa aposta no mercado futuro. A G4 TV nos EUA parece ser a ponta-de-lança desse novo mundo. Lançada em 2002 como uma TV a cabo, já tem 50 milhões de assinantes.

Ainda nos EUA, o mercado de jogos para celulares movimentou US$345 milhões (R$1 bilhão) no ano passado e deve alcançar US$1,5 bilhão (R$4,35 bilhões) em 2008, segundo pesquisa da empresa de consultoria IDC.

No Brasil, não há números claros sobre o porte desse mercado. As operadoras de telefonia não informam o quanto faturam com SMS (mensagens curtas), "ringtones" e games por celular, serviços que a Gamecorp pretende oferecer para a Telemar.

Há estimativas de que cerca de 5% do faturamento das operadoras de celular sejam obtidos com envio de mensagens, "ringtones" e imagens e jogos. Se a estimativa estiver certa, a Oi, que teve uma receita líquida de R$685 milhões no segundo trimestre deste ano, pode ter faturado R$3,4 milhões com os serviços adicionais de celular. A empresa, no entanto, não divulga números nem cifras por considerá-los "estratégicos".

Levantamento feito pela Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos) concluiu que as empresas brasileiras que produzem games faturaram R$18 milhões no ano passado. Marcelo Carvalho, presidente da entidade, estima que os jogos para celular devem responder por 15% do total. Caso a estimativa esteja certa, as empresas desse nicho faturaram R$2,7 milhões no ano passado.

O investimento de R$ 5 milhões da Telemar na Gamecorp supera aportes que foram feitos em outras empresas desse setor. A Meantime Mobile Games, empresa de Recife (PE) que criou jogos a partir de filmes animados como "O Espanta Tubarões" e "Madagascar" e é apontada como um dos negócios mais promissores na área, teria recebido investimentos de R$3 milhões -número que não é confirmado pela empresa por conta de um acordo de sigilo assinado com os investidores na marca.

Esses números são só uma aproximação do que pode ser o mercado que será explorado pela Telemar-Gamecorp. A empresa do filho de Lula não faz jogos, mas programas de TV sobre jogos. Um deles é o G4 Brasil, que é exibido pela TV Bandeirantes.

Texto

Jefferson cita pistas que "poderiam" levar a Lula

Londrina - O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) admitiu a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar envolvido no escândalo do mensalão. Ao ser entrevistado pela TV Tarobá, de Cascavel (PR), Jefferson repetiu diversas vezes estar convencido de que Lula é inocente e garantiu que manterá esse julgamento "até que alguém aponte a nudez" de Lula, mas apontou duas linhas de investigação que poderão revelar o eventual envolvimento do presidente.

A primeira veio ao comentar a denúncia, feita por ele, de que o empresário Marcos Valério teria tentado obter dinheiro da Portugal Telecom para financiar o PT e o PTB. "Se as pistas forem investigadas com profundidade, poderão levar ao presidente", afirmou, enfatizando o "poderão". Para Jefferson, se Valério se apresentou à empresa portuguesa como "consultor" do presidente Lula foi porque "alguém deu essa credencial a ele".

A teia de corrupção que está sendo desvenda pela CPI dos Correios está longe de chegar ao fim, alertou Jefferson, apontando para a outra linha de investigação que poderá comprometer o presidente: a extinta Secretaria de Comunicação, que era comandada por Luiz Gushiken. Quando os contratos de publicidade forem investigados, "será um grande escândalo", disse, arrematando: "Vocês vão ver aonde vai chegar isso". Ao presidente?, quis saber um repórter. Jefferson silenciou.

O Relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que acusou Jefferson de comandar o esquema de corrupção na estatal, é "boquirroto, falastrão e irresponsável", classificou Jefferson, porque ele teria recuado da afirmação de que a corrupção atingiria o presidente Lula. Serraglio previu, no início dos trabalhos da CPI, a possibilidade - mais tarde ele explicaria tratar-se apenas de "uma hipótese" - de as investigações levarem ao impeachment de Lula.

O presidente licenciado do PTB isentou seu colega paranaense Alex Canziani, que disputou a Prefeitura de Londrina no ano passado, do uso de recursos ilegais para cobrir despesas de campanha. O PL pediu na semana passada ao Conselho de Ética a cassação de Canziani sob a justificativa de que ele seria um dos destinatários de parte dos R$ 4 milhões que Jefferson afirma ter recebido do PT.O Estado de S. Paulo

José Antonio Pedriali


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/08/2005 - Página 27029