Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saudações ao governador de Mato Grosso Blairo Maggi presente no Plenário do Senado Federal. Crise no setor agropecuário brasileiro.

Autor
Maguito Vilela (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Luiz Alberto Maguito Vilela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. POLITICA AGRICOLA.:
  • Saudações ao governador de Mato Grosso Blairo Maggi presente no Plenário do Senado Federal. Crise no setor agropecuário brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2005 - Página 27073
Assunto
Outros > SENADO. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, PRESENÇA, BLAIRO MAGGI, GOVERNADOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), SENADO, ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA.
  • DENUNCIA, CRISE, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, REGISTRO, PESQUISA, CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), DEMONSTRAÇÃO, INFERIORIDADE, PREÇO, COTAÇÃO, GADO, PREJUIZO, PRODUTOR, LEITE, ESTADO DE GOIAS (GO), GRÃO, PAIS, SITUAÇÃO, POLITICA CAMBIAL, SECA, AGRAVAÇÃO, AUMENTO, DIVIDA, REDUÇÃO, INVESTIMENTO, SETOR.
  • ANUNCIO, DISCUSSÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, ATENDIMENTO, COMPROMISSO, SETOR, PRODUÇÃO AGROPECUARIA, PRORROGAÇÃO, PAGAMENTO, DIVIDA.
  • DEFESA, IMPLEMENTAÇÃO, FUNDOS, SITUAÇÃO, CRISE, SEGURANÇA, PRODUTOR RURAL, SOLICITAÇÃO, EMPENHO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CUMPRIMENTO, COMPROMISSO.

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, em primeiro lugar, fazer coro com o Senador Osmar Dias, que acabou de registrar a presença honrosa do Governador do Estado de Mato Grosso, Blairo Maggi. Trata-se de um Governador inteligente, talentoso e empreendedor. Já tive oportunidade de ir a Mato Grosso, inclusive a convite de S. Exª, para inaugurar algumas obras. Podemos dizer que Blairo Maggi é um dos Governadores mais empreendedores deste País. Pertence a uma nova safra de políticos que honram e dignificam a nossa classe. S. Exª já foi Senador e é muito bem-vindo a esta Casa. Desejamos que continue com esse trabalho maravilhoso de realização de obras de infra-estrutura no Estado do Mato Grosso. S. Exª é realmente um dos grandes Governadores dessa nova safra de políticos comprometidos com o progresso, com o desenvolvimento, com o País e com o povo.

Sr. Presidente, volto a esta tribuna para, mais uma vez, tratar da grave crise que prejudica o setor rural. Aliás, o Governador Blairo Maggi também está vivendo esse problema em seu Estado, com a agricultura e com a pecuária. Apesar da movimentação feita em Brasília, com a realização do tratoraço, não temos visto soluções, mas o aprofundamento dos problemas, da crise no setor da produção rural em nosso País. E se não bastassem os produtores de grãos, que amargam enormes perdas, a crise agora atinge também a pecuária.

A arroba do boi gordo atingiu, em junho, o preço mais baixo da história: R$52,50. Nunca o preço do boi esteve tão aviltado. O preço mais baixo da arroba havia sido registrado em julho de 1996, ou seja, o preço de hoje voltou a ser o mesmo aplicado quase dez anos atrás.

O recorde negativo chega junto com outra notícia ruim. Estudo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária - CNA mostra que, no primeiro semestre deste ano, o preço pago pelo boi gordo caiu 11,7%, enquanto os custos de produção subiram 5%. Na média, a mão-de-obra, que representa 23% desses custos, ficou 15% mais cara.

A política cambial, sem dúvida, agrava os problemas deste País. Embora as exportações de carne bovina continuem em expansão, os ganhos com a venda externa acabam diminuídos em função do dólar baixo.

O mesmo processo de prejuízos começa a atingir também o setor leiteiro. Os produtores já apontam forte baixa nos preços de leite in natura entregue às indústrias, especialmente em Goiás, onde está localizada a segunda maior bacia leiteira do País. A primeira é Minas Gerais.

Esse comportamento de queda constante nos preços se deve à contínua desvalorização do dólar. O dólar baixo estimula a importação do leite em pó. Com isso, os produtores brasileiros ficam prejudicados e recomeça o êxodo rural, o desemprego no campo, e a situação realmente vai se agravando.

O preço do litro de leite gira, hoje, em torno de R$0,50, mas há produtores recebendo R$0,42 pelo litro. Como ninguém esperava tamanha instabilidade este ano, os produtores multiplicaram investimentos em modernização e novas tecnologias e agora ficam em situação muito complicada.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Paralelamente, os problemas dos produtores de grãos continuam graves. Como se sabe, no ano passado uma série de fatores levou esses produtores a uma situação falimentar. A combinação de juros altos, dólar barato e quebra nos preços criou uma situação insustentável para a agricultura, está criando para a pecuária leiteira e para a pecuária de corte.

Foi o caso da soja, que teve a saca cotada pela metade do preço, se comparado ao valor comercializado em 2004. Mas não foi apenas a soja. Na maioria dos casos, os preços foram insuficientes para cobrir custos de produção. E ficou impossível saldar os compromissos de financiamento, comprometendo o plantio deste ano.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Uma pesquisa da CNA mostrou que 51% dos produtores estão com a sua renda comprometida com dívidas. Endividada, a maioria não tem condições de investir para a próxima safra, o que compromete o desempenho da agricultura e da pecuária em 2006.

            O competente Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, promete retomar nesta semana as negociações com a área econômica do Governo para ampliar o pacote de ajuda aos agricultores e pecuaristas. Com a seca, os prejuízos aumentaram, porque foram deixados de colher cerca de 20 milhões de toneladas de grãos. Isso significa uma perda de US$10 bilhões neste ano. Isso aumenta...

(Interrupção do som.)

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - (...) a urgência das medidas anunciadas pelo Governo, mas até hoje não concretizadas.

Concluo, Sr. Presidente.

O Ministro Roberto Rodrigues - repito, o competente Ministro da Agricultura - vai tentar fazer valer os compromissos assumidos no mês passado. Uma das reivindicações mais urgentes é a negociação sobre o adiamento do prazo de pagamento das parcelas dos empréstimos da safra de 2004/2005. Essa negociação beneficia produtores de arroz, algodão, sorgo, milho, soja e trigo.

O pedido é para que as parcelas vencidas e a vencer de junho, julho e agosto sejam também pagas em 2006. Essa medida é essencial e urgente, já que muitos produtores estão esperando sua ratificação para comprar insumos para a próxima safra.

Apenas em Goiás, as dívidas dos produtores rurais ultrapassam R$2,4 bilhões.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MAGUITO VILELA (PMDB - GO) - Sr. Presidente, como não quero naturalmente atrapalhar os trabalhos desta Casa, peço a V. Exª que seja dado como lido o restante do meu discurso, para que o Brasil dele tome conhecimento.

Muito obrigado.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR MAGUITO VILELA.

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2005 - Página 27073