Discurso durante a 133ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Participação do Partido Liberal na composição do atual governo. Expectativas em relação ao pronunciamento que será feito pelo Presidente da República hoje. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PL - Partido Liberal/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Participação do Partido Liberal na composição do atual governo. Expectativas em relação ao pronunciamento que será feito pelo Presidente da República hoje. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 13/08/2005 - Página 27355
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • AVALIAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO LIBERAL (PL), GOVERNO FEDERAL, BUSCA, ALTERNATIVA, LIBERALISMO, ECONOMIA, PROJETO, TRANSFORMAÇÃO, POLITICA NACIONAL.
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, JOSE ALENCAR, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONTESTAÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, FALTA, CRESCIMENTO ECONOMICO, AUSENCIA, PRIORIDADE, EMPREGO, SAUDE.
  • DEFESA, IDONEIDADE, ALOIZIO MERCADANTE, SENADOR, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESCONHECIMENTO, CORRUPÇÃO, INJUSTIÇA, ACUSAÇÃO.

O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PL - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, assumimos o Governo, em 2002, PT e PL, sob um sonho de mudança deste País.

A Nação brasileira já não agüentava mais o projeto neoliberal que mergulhou a nossa Nação em uma crise muito grave. Houve problemas na área financeira, o dólar muito alto, inflação passando dos dois dígitos, risco Brasil a níveis incríveis, C-Bonds com péssimo valor. E o PT e o PL assumiram o comando desta Nação, Sr. Presidente, sob um sonho e um projeto de mudar a política brasileira.

É verdade que o Presidente Lula governou embalado num sonho de que era possível mudar o Brasil sem tocar no real interesse das classes. Não foi possível, Sr. Presidente. A política econômica não foi a política econômica que pregamos na campanha. Mas havia uma voz na República que denunciava e denuncia até hoje esse esquema: o nosso Vice-Presidente e Presidente de Honra do Partido, José Alencar. Foi ele, durante todo esse tempo, dois anos e meio de Governo, que buscou trazer novamente o PT e o PL para a coerência da campanha.

Sr. Presidente, talvez esteja aí o ponto principal dessa crise. A crise não é política. A crise vem da economia. Estamos com um desemprego de quase 30 milhões de brasileiros e eu não creio que, se o Governo estivesse crescendo, se o desemprego estivesse diminuindo, se as pessoas não estivessem morrendo nas filas dos hospitais, nós não estaríamos vivendo a crise que vivemos hoje. E essa crise política que vivemos hoje vai mostrar à Nação os oportunistas e os homens que prezam a justiça. Nós não podemos ser irresponsáveis. O povo brasileiro não merece isso. Nós não podemos condenar. E, aliás, diz a Bíblia: “Maldito” - e não havia outra palavra, outro adjetivo, para se descrever - “Maldito aquele que inocenta o culpado mas também maldito aquele que culpa o inocente”.

Eu tenho certeza de que nenhum Senador desta Casa, de consciência limpa, poderá desconfiar de um Senador como o Líder do Governo, Aloizio Mercadante, que tem sido um exemplo de trabalho, de vigília cívica, presente nesta tribuna, nas Comissões e nas reuniões preocupado unicamente com o destino do nosso País. E, ontem, foi acusado injustamente porque não sabia. Pelo seu espírito cívico e político, com certeza, jamais teria concordado ou sido conivente com recursos no exterior. Eu duvido que isso acontecesse.

Também duvido que o Presidente Lula, depois de 25 anos de peregrinação por este País, olhando nos olhos das pessoas mais humildes, sindicalista que veio de baixo, tenha conhecimento dessas coisas. Não tinha não. Espero que o Presidente diga isso à Nação.

É fácil condenar, é fácil jogar pedra. É fácil! Vamos condenar a Cristo por ter nomeado Judas seu discípulo, que o traiu e roubou!?

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR. MARCELO CRIVELLA (PL - RJ) -... e não roubou só nas trinta moedas de prata, roubou durante três anos. Vamos condená-Lo por isso? Não. Vamos condenar a Deus, que pôs no Paraíso a árvore do bem e do mal? Por que não só a do bem? Por que, no Paraíso, tinha que ter um mal plantado, a árvore plantada no Paraíso, exatamente à árvore que nos levou à fatídica morte?

Sempre há o bem e o mal e é preciso que os homens de consciência, patriotas, saibam distinguir entre o bem e o mal, até na família, entre parentes e amigos. Nós não podemos condenar a todos.

Não é justo que se enxovalhe a honra do líder do Governo nesta Casa, que todos conhecemos, tem seus defeitos, como nós todos, mas é um lutador nas suas vigílias cívicas, nas comissões, no plenário, na tribuna do Senado, sempre lutando pelo interesse da Pátria. Sei que o Senador Mercadante pode ser seguramente uma exceção, o Presidente Lula também, mas ainda que haja um justo em Sodoma e Gomorra, por amor a esse justo, que se poupe a Nação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/08/2005 - Página 27355