O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho destacado o relevante papel desempenhado pela imprensa e em especial por alguns articulistas da mídia escrita, ao longo da crise política que assola o País, seja no sentido de elucidar os fatos ou contraditar as versões oficiais apresentadas. Sem demérito aos inúmeros e competentes editorialistas existentes, cito a contribuição de massa cinzenta de reconhecida densidade do colunista da revista Veja, Diogo Mainardi.

No plano internacional destaco os artigos do jornalista Larry Rohter, correspondente do jornal New York Times no Brasil, aquele que os Senhores Senadores e Senhoras Senadoras devem se recordar, quase foi expulso do território nacional pelo governo por assinar uma matéria que associava o presidente da República ao hábito da bebida alcoólica, que hoje, inclusive, na edição desta quinta-feira do jornal Herald Tribune (do mesmo grupo do New York Times) faz uma análise do conturbado momento nacional, a qual Sr. Presidente, gostaria de mencionar.

Na visão do correspondente estrangeiro a oposição e a política econômica conservadora são os principais responsáveis pela salvação do mandato presidencial. Segundo Larry Rohter, seriam esses os principais fatores que impedirão o impeachment do presidente Lula.

O fulcro da análise do artigo está na tese de que "se há uma conspiração ocorrendo no país ela é comandada pela oposição e por grandes empresários de São Paulo" e tem como objetivo "manter Lula no poder e não tirá-lo".

Gostaria ainda de fazer referência às observações do articulista sobre a postura do atual governo em matéria de política econômica. De forma muito lúcida ele escreve que o governo "se transformou em um favorito do Fundo Monetário Internacional", adotando políticas ainda mais ortodoxas do que as recomendadas pela organismo financeiro multilateral. O jornalista concluiu o seu artigo ressaltando o contraste entre a política econômica conservadora e a retórica populista do presidente Lula que se iguala, segundo ele, cada dia mais ao populismo no estilo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela.

Coincidentemente, Sr. Presidente, o Presidente Lula receberá logo mais o presidente venezuelano para jantar na residência oficial. Esperamos que a presença do Senhor Hugo Chávez não estimule Sua Excelência a intensificar a postura demagógica populista.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.