Discurso durante a 138ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem a maçonaria brasileira pela passagem do Dia do Maçom.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a maçonaria brasileira pela passagem do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2005 - Página 28463
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, MAÇONARIA, OPORTUNIDADE, RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, BUSCA, CONSTRUÇÃO, FUNDAMENTAÇÃO, SOCIEDADE, DEFESA, VALOR, FAMILIA, MORAL, CRENÇA RELIGIOSA.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quando eu li que nesta manhã o Senado da República iria dedicar a Sessão à Maçonaria, veio-me vontade de dizer o que a respeito eu penso. Penso bem dos maçons.Principalmente a partir do dia em que vi a apresentação de uma notável ópera de Mozart, A Flauta Mágica.

Mozart, como os senhores que nos honram com a presença neste Plenário, era maçom. E A Flauta Mágica, sabem os Senhores, é considerada a obra-prima de Mozart e foi a última ópera por ele composta, pouco antes de sua morte.

A Flauta é uma ópera maçom, porque Mozart era também maçom e deu tudo de si para que essa sua nova e genial obra não viesse a ser apenas mais uma peça musical fantástica.

Ele quis, e assim foi, que essa ópera falasse. Falasse de valores humanos, mas numa linguagem de simplicidade, quase um conto de fadas, enfocando um príncipe, uma rainha, um sacerdote malvado e um passarinheiro.

O passarinheiro é o papageno, que na ópera, A Flauta, aparece com plumagens de pássaros sobre a roupa. Ele vivia pela floresta e ali acabou se enamorando de uma papagena, numa história que compõe um enredo de ternura, de profunda ternura humana.

São os valores que aproximam os seres humanos. Como esses valores da história do papageno que só completou sua felicidade pessoal ao encontrar a papagena.

Num mundo de tantos desencontros e de desencantos, é bom um encontro, como este, nesta manhã do Senado.

Quem sabe posso ir além, a ponto de considerar todos os maçons como os herdeiros da ternura genial da música de Wolfgang Amadeus Mozart. A ternura iguala iguais e aproxima os seres humanos. E não é essa intenção da Maçonaria?

Todas as mulheres e todos os homens são iguais e, portanto, irmãos espirituais. Aí encontramos a razão da natureza humanista da Maçonaria. Ela busca levar os seres a um conhecimento profundo de Deus. Portanto, incentiva a fé no próprio homem.

A fé que é sempre necessária. Hoje, mais do que nunca.

Como Ordem Universal constituída de homens de todas as raças, credos e nacionalidades, selecionados a partir das qualidades morais de cada um.

Assim vejo a Maçonaria, sempre buscando, desde o tempo do Império no Brasil, a construção de uma sociedade humana fundada no Amor Fraternal.

Depois, na transição para a Independência e em tantos e tantos episódios que honram a vida do País.

Desde esse tempo de monarquia aos conturbados dias de hoje, em que a Nação brasileira se vê envolvida em crise sem precedentes, creio ser prudente, e mais do que legítimo, refletir um pouco sobre valores como esses em que se alicerçam os seguidores da Ordem que aqui são hoje justamente homenageados.

A conseqüência natural da paternidade de Deus, é a idéia de que todos os homens são irmãos espirituais É neste ensinamento que encontramos a bela natureza humanista da Maçonaria. Através desta afirmação, os maçons fazem do homem um ser divino, que através do autoconhecimento pode chegar ao conhecimento de Deus. Com isso incentivam a fé no próprio homem, elevando-o ao nível de Deus, tornando-o passível de adoração.

Saúdo essa Ordem, nela vendo, além do papapageno de Mozart,uma Sociedade Humana, fundada no Amor Fraternal, na esperança com amor à Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo.

Hoje, sinto que homenageio, especificamente, os maçons do meu grande Estado, o Amazonas. E me vêm à lembrança dois maçons muito queridos: o que não conheci, meu avô Júlio Verne, e o que conheci muito bem, meu avô Arthur Virgílio.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2005 - Página 28463