O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (PTB - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) -

            33ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta semana, a cidade de Gramado, na Serra Gaúcha, vive um importante momento de efervescência cultural e artística. O Festival de Cinema de Gramado, que já está na sua 33ª edição, se destaca como uma das mais importantes mostras competitivas do país e se traduz em um espaço ideal para o debate, a troca de idéias e de sonhos projetados na grande tela. O evento começou no dia 15 de agosto e se encerra no próximo sábado, dia 20.

Neste ano, 51 filmes do Brasil e de outros países da América Latina concorrem no Festival. Além de aumentar o número de filmes participantes, a organização do evento alterou os horários das exibições, reservando as noites apenas para produções nacionais.

Além das Mostras Competitivas Nacional e do Cinema Latino, que acontecem no Palácio dos Festivais, o Centro Municipal de Cultura promove exibições diárias de produções nacionais. Ali, também ocorre o Concurso Oficial de Curta e Média-Metragem 16 milímetros, a Mostra Gaúcha e o Especial de Filmes Clássicos Brasileiros Restaurados.

O objeto de desejo dos participantes da competição é o Kikito, a estatueta símbolo e prêmio do Festival de Gramado. Criado pela artista Elisabeth Rosenfeld, o Kikito, que representa o deus do bom humor, é feito em bronze e tem 33cm de altura.

Todos os anos, os organizadores do evento prestam homenagens a personalidades do cinema nacional. Nesta edição, os homenageados foram os atores Tarcísio Meira e Glória Menezes, que receberam o Troféu Oscarito em reconhecimento aos mais de 40 anos de carreira em TV e cinema. O diretor argentino Hector Babenco, que dedicou toda a sua vida ao cinema, recebeu o troféu Eduardo Abelin.

Além de reunir atores, diretores e produtores cinematográficos, o Festival de Cinema atrai um grande público de fãs e admiradores à Serra Gaúcha, incrementando o já privilegiado turismo da região. Com máquinas fotográficas, papel e caneta, pessoas de todas as idades se aglomeram junto ao tapete vermelho estendido na entrada do Palácio dos Festivais, na tentativa de algum contato com seus ídolos. Todo esse clima de admiração confere ao Festival um aspecto ainda mais humano e faz o interesse do público em geral pelo cinema crescer a cada edição do evento.

Sr. Presidente, é importante destacar também a presença do Governo do Estado e da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul no evento. Desde 2003, o Parlamento Gaúcho concede prêmios aos melhores filmes de 35 milímetros e 16 milímetros, além do melhor roteiro, diretor, fotografia, edição, ator, atriz, direção de arte e melhor música dos 10 curtas-metragens selecionados para a Mostra Gaúcha.

            E, neste ano, Assembléia inovou mais uma vez, realizando um acordo que prevê a exibição de filmes gaúchos na TV Assembléia. O protocolo de intenções foi uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura, através do Instituto Estadual de Cinema, a Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos, e a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Até janeiro de 2006, serão exibidos oito longa metragens, quatro médias e 20 curtas, todos produzidos no Rio Grande do Sul.

            Também foi assinado um protocolo de intenções com a empresa Brasil Telecom e o Banrisul que viabiliza o projeto "Cinema na Assembléia". A idéia é permitir que o Teatro Dante Barone, tradicional espaço do Parlamento gaúcho, realize semanalmente a exibição de filmes gaúchos e nacionais, com entrada franca para o público.

            E o Festival de Cinema de Gramado quer crescer ainda mais. Os planos dos organizadores é que, até 2010, a mostra competitiva reúna produções de todos os lugares do mundo. Gramado também está se preparando para ser a Cidade Cinematográfica, com um cine-teatro de três mil lugares, o Museu do Festival de Gramado, a Escola de Cinema, estúdios e toda a infra-estrutura necessária para ampliar os investirmos no cinema brasileiro, latino e - por que não dizer - mundial!

            E pensar que naquele longínquo 1969, esse evento em expansão era traduzido em pequenas mostras durante a tradicional Festa das Hortênsias. E foi o entusiasmo da comunidade artística nacional, da imprensa, dos turistas e dos moradores da cidade que transformou o Festival de Cinema em um evento de caráter oficial, apoiado pela Prefeitura Municipal de Gramado, a Companhia Jornalística Caldas Júnior, a Embrafilme, a Fundação Nacional de Arte e as secretarias de Turismo e de Educação e Cultura do Estado.

            Hoje, Gramado se transformou no palco que traduz a própria história do cinema nacional. A partir dos anos 80, com o aprimoramento das discussões sobre arte e cultura nos espaços do Festival, o evento conquistou naturalmente o título de um dos maiores do gênero no país.

            Srªs e Srs. Senadores, acreditamos que, tão importante quanto fomentar a economia e promover a igualdade social, é a promoção do acesso à cultura. E, nesse sentido, o Festival de Cinema de Gramado e todos os eventos nele inspirados são fundamentais para o enriquecimento cultural do Rio Grande do Sul, do Brasil e da América Latina.

            Muito obrigado.