Discurso durante a 139ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo às autoridades pela apresentação de solução para acabar com a crise na agricultura brasileira.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA. POLITICA AGRICOLA.:
  • Apelo às autoridades pela apresentação de solução para acabar com a crise na agricultura brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 23/08/2005 - Página 28560
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA. POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, REUNIÃO, CONVENÇÃO, DIRETORIO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), ELEIÇÃO, DIRETORIA, AVALIAÇÃO, CRESCIMENTO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA.
  • APREENSÃO, PRODUTOR, CRISE, AGRICULTURA, REGISTRO, DADOS, CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL (CNA), RECESSÃO, SETOR, PREVISÃO, PREJUIZO, REDUÇÃO, SAFRA, GRÃO, EMPREGO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, TENTATIVA, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, OCULTAÇÃO, CRISE, AGROPECUARIA.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, eu, antes de fazer minhas colocações sobre o agronegócio em nosso País, queria deixar registrado que ontem, em Florianópolis, capital do meu Estado de Santa Catarina, fizemos uma grande convenção do PSDB. Com mais de 1.500 pessoas presentes na Assembléia Legislativa, foi reconduzido à Presidência do PSDB um homem público respeitado, o nosso querido amigo Dalírio Beber. E também, como primeiro Vice-Presidente, o Prefeito pela segunda vez de Joinville, reeleito no primeiro turno, Marcos Tebaldi. E o segundo Vice-Presidente do PSDB, Prefeito de Florianópolis, Dário Berger. Uma chapa de peso.

O PSDB de Santa Catarina marca presença, definitivamente, no contexto político do nosso País pelas expressivas lideranças e pelos projetos reais, concretos, para a área social. Esse é o nosso PSDB de Santa Catarina, que passa de 30 mil filiados para 85 mil filiados em apenas dois anos, e que possuía apenas um Deputado Estadual e já tem 6 Deputados Estaduais. O PSDB, que governa o maior PIB de Santa Catarina; o PSDB, que governa o maior número de eleitores de Santa Catarina; o PSDB, que governa o maior número de habitantes de Santa Catarina, a partir dos trabalhos, da nossa militância, dos nossos Vereadores, Prefeitos, da nossa Executiva, do nosso Diretório, tem tudo para caminhar, se quiser, para uma candidatura pura, se for necessário, em Santa Catarina.

É claro que a questão política nacional ainda poderá mostrar outros caminhos. Até poderemos ter que continuar com a composição hoje existente, mas o PSDB, se quiser, hoje, tem condições de caminhar com suas próprias pernas, pois é um Partido musculoso em Santa Catarina, com boas idéias, bons projetos, administrado por pessoas de reconhecida competência.

Sr. Presidente, hoje, no aeroporto de São Paulo, um cidadão me cobrava sobre a crise que se inicia na agricultura, que apresenta um quadro de instabilidade, com o qual não concorda, porque é produtor, planta. Ele me disse que o desemprego avança em larga escala e que os silos estão todos lotados, não há mais como distribuir toda a produção. Resolvi, em cima dessa reclamação, fazer um pronunciamento.

A crise que atinge o agronegócio brasileiro e que vem em todos os sentidos deverá causar um forte impacto negativo em toda a geração de riqueza do País deste ano.

Segundo dados apresentados recentemente pela Confederação Nacional da Agricultura, até o final do ano o sistema agrícola nacional deverá registrar uma retração da ordem de dez bilhões de reais em relação ao ano passado. A CNA estima que a agricultura e a pecuária deverão produzir cerca de 150 bilhões e 690 milhões de reais em 2005, contra 160 bilhões e 650 milhões de reais em 2004. Como podemos observar, um decréscimo de quase 6,6% de toda a riqueza gerada pelo campo. Vale destacar que, se esses números forem confirmados, será a maior queda já registrada desde o Plano Real.

Outra má notícia também está deixando os responsáveis pela condução da política econômica do País de cabelo em pé. A CNA estima igualmente que, este ano, a contribuição da agropecuária para o crescimento do Produto Interno Bruto será negativa. Segundo a entidade, o Brasil poderá perder outros R$25 bilhões e 600 milhões, que deixarão de ser movimentados pelos agentes econômicos ligados ao meio rural e que dizem respeito a beneficiamento, transporte e comercialização.

Portanto, Sr. Presidente, Papaléo Paes, se essas previsões se tornarem realidade até o apagar das luzes de 2005, o agronegócio totalizará um prejuízo da ordem de R$35 bilhões e 600 milhões.

Nós teríamos aqui outros dados. O clima de frustração é tanto, é generalizado, em todo o ambiente rural. Em meio a essa insatisfação, a safra de grãos e fibras já foi revista pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab. Segundo suas previsões, a agricultura nacional deverá colher 113 milhões de toneladas em 2005, contra 119 milhões de toneladas em 2004. Culturas como algodão, arroz e soja são as que enfrentam as maiores dificuldades e deverão causar os maiores prejuízos aos investidores.

É importante destacar igualmente que a crise no setor agrícola não atinge unicamente a produção e os produtores. Ela causa sérias turbulências na criação de empregos no campo e chega a prejudicar o mercado de trabalho como um todo, notadamente os empregos que são oferecidos pelos fornecedores de insumos e equipamentos para o setor rural.

            Vejam, Sr. Presidente, que o Governo fala no crescimento da economia, na produção, na geração de empregos e o que estamos vendo, na verdade, é outra coisa. Dados que nos são fornecidos pela CNA e dados que são resultantes de profundos estudos da assessoria técnica do Senado mostram que este ano já estamos, em relação ao ano passado, no prejuízo no que se refere à produção e no que se refere à geração de empregos no campo.

Eu queria aqui pedir àqueles que defendem tanto o Governo Federal que busquem dados reais e que divulguem para a população brasileira o que realmente existe e não que fiquem cantando e contando coisas evasivas, frias, que não mostram a realidade brasileira.

Por isso, Sr. Presidente, ao ouvir produtores, agricultores, pessoas ligadas ao agronegócio, passamos a ficar...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Quero encerrar, Sr. Presidente, neste último minuto que V. Exª deverá me conceder...

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PMDB - AP) - Últimos segundos, mas concederei mais um minuto.

O SR LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - Quero deixar registrado que essas pessoas que nos procuram, que reclamam, que fazem apelos...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

O SR LEONEL PAVAN (PSDB - SC) - ...dizem que não é verdade o que o Governo está falando. Dizem que estão sofrendo.

Este ano ainda não terminou e será pior ainda. E o ano que vem será pior ainda. Com essa crise política, com essa falta de comando, com essa falta de gerente e de uma condução mais transparente e mais equilibrada por parte do Governo Federal, isso certamente irá nos trazer muito mais prejuízo em 2006, em 2007 e assim por diante. Aquilo que estamos deixando de fazer hoje certamente vamos sentir na frente. Os prejuízos serão bem maiores.

Quero deixar registradas as demais páginas do meu pronunciamento, para que sejam arquivadas nesta Casa. Peço que meu discurso seja publicado na íntegra.

Obrigado, Sr. Papaléo Paes.

 

************************************************************************************************

SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR LEONEL PAVAN.

************************************************************************************************


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/08/2005 - Página 28560