Pronunciamento de José Sarney em 22/08/2005
Discurso durante a 139ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Transcrição de documentos referentes à Fundação de Seguridade Social - GEAP, entidade de assistência a servidores públicos federais.
- Autor
- José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
- Nome completo: José Sarney
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SAUDE.:
- Transcrição de documentos referentes à Fundação de Seguridade Social - GEAP, entidade de assistência a servidores públicos federais.
- Publicação
- Publicação no DSF de 23/08/2005 - Página 28578
- Assunto
- Outros > SAUDE.
- Indexação
-
- SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, NOTA OFICIAL, FUNDAÇÃO, ASSISTENCIA SOCIAL, ATENDIMENTO, FUNCIONARIOS, BAIXA RENDA, COMENTARIO, INJUSTIÇA, CAMPANHA, AUTORIA, PLANO, SAUDE, INICIATIVA PRIVADA, ACUSAÇÃO, MONOPOLIO, SETOR.
O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP. Pela ordem. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V. Exª que faça constar dos Anais da Casa as considerações que encaminho à Mesa sobre a campanha que vem sofrendo a GEAP, por parte dos planos privados de saúde.
A GEAP é uma fundação sem fins lucrativos, dirigida com extrema competência pela Drª Regina Parisi, e vem prestando há décadas valiosos serviços aos funcionários e empregados pobres.
Peço, também, a transcrição da nota da GEAP sobre o assunto.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR JOSÉ SARNEY EM SEU PRONUNCIAMENTO
(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)
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Matéria referida:
“Nota oficial GEAP”
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos. PSDB - TO) - V. Exª será atendido nos termos regimentais.
O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP) - Sr. Presidente, peço que meu discurso seja publicado na íntegra.
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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR JOSÉ SARNEY.
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O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna defender uma instituição que muito serviço prestou ao País, na área de proteger os funcionários públicos: a Geap. Este órgão, que está sofrendo o combate de seus concorrentes, os fundos privados de saúde, que querem invadir a área dos pobres funcionários e trabalhadores que têm a Geap, com preços baratos e acessíveis às classes mais pobres, como única porta para os seus problemas de saúde. Hoje, o órgão é dirigido por uma mulher excepcional, a Drª Regina Parisi, que realiza uma administração eficiente, recuperando as finanças do órgão e ampliando sua área de ação.
“Manobra prorroga monopólio bilionário em serviço de saúde.” Essa foi a manchete de uma reportagem veiculada no jornal O Estado de S. Paulo, no último dia 9 de julho. O subtítulo da mesma reportagem traz a informação de que a Geap, fundação que supostamente seria a detentora do tal monopólio, faturou R$1,770 bilhão durante o Governo Lula. A fonte da informação é o Deputado Distrital Augusto Carvalho.
A matéria faz menção de uma sentença de abril de 2004, proferida pelo TCU, em uma ação movida pela Golden Cross e pelo Deputado Augusto Carvalho. Essa sentença havia determinado o fim dos convênios da Geap com vários órgãos. No entanto, o TCU acaba de conceder a prorrogação, por mais 3 meses, desses contratos, tendo em vista que ocorreu fato novo e relevante, ou seja, a obtenção pela Geap, junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de uma autorização definitiva de funcionamento como operadora de autogestão multipatrocinada.
Embora a decisão tenha ocorrido por voto unânime dos Ministros, que acompanharam o Ministro-Relator, o jornal a classifica como uma manobra.
Há grandes equívocos no texto jornalístico.
Para começar, a Geap não lucra nada, é uma empresa sem fins lucrativos. Em nota oficial da empresa, um quadro de receitas e despesas foi divulgado e pode-se observar que, na verdade, ao longo dos últimos 6 anos, as receitas foram insuficientes para assegurar a taxa de administração acordada.
O uso do termo “monopólio” também é absolutamente incoerente, visto que atuam no mercado, inclusive junto ao serviço público, nada menos do que 136 planos de saúde. Monopólio, pelo que sei, é a detenção de todo o mercado por uma única empresa. Obviamente esse não é o caso.
Além disso, Sr. Presidente, é evidente que a adesão ao plano de saúde e assistência social da Geap se faz de maneira voluntária. Cada associado tem de preencher uma ficha aderindo ao plano. Ele pode fazê-lo, ou optar por um dos inúmeros concorrentes do mercado. Se a Geap tem conseguido a preferência de milhões de servidores públicos, com certeza isso se deve à qualidade de seus serviços.
A direção executiva da empresa põe em ação as determinações dos Conselhos Deliberativo, Consultivo e Fiscal, que são órgãos compostos prioritariamente por representantes dos servidores e dos órgãos com os quais a Geap tem convênio. Não se trata, portanto, como foi insinuado na matéria, de uma empresa comandada por militantes do PT.
Tantos equívocos, tantas distorções não podem ser atribuídas à simples desinformação, mas, sim, a uma intenção deliberada, visto que há interesses financeiros vultosos nos bastidores dessa disputa pelo serviço de saúde dos servidores públicos.
Devemos repudiar esse tanque à prestação de serviços de saúde aos servidores públicos pelo modelo de autogestão, que representa uma expressiva economia tanto nas despesas dos trabalhadores quanto nos gastos públicos. A Advocacia Geral da União, por exemplo, que mantinha convênio com a Geap até dezembro de 2004 e foi obrigada a cancelar o convênio e fazer licitação, teve seus gastos aumentados de R$750 mil por mês para R$3,1 milhões.
O interesse por parte de planos privados de assistência à saúde pela suculenta fatia dos servidores públicos é que parecer ser a real razão por trás do ataque aos serviços prestados pela Geap.
Sr. Presidente, a Geap mantém um sítio muito interessante na Internet, onde, entre outras coisas, divulga uma pesquisa que aferiu um percentual de aprovação com o plano de mais de 95%.
Bastaria esse dado para demonstrar que o que está ocorrendo, na verdade, nada mais é do que a tentativa de tirar dos servidores públicos um serviço de qualidade que pratica preços extremamente acessíveis.
Peço a transcrição da Nota da Geap, anexa.
Muito obrigado