O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) -

MANAUS LANÇA CAMPANHA DO SIM

PARA O PLEBISCITO DO DESARMAMENTO

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por iniciativa da União dos Estudantes do Amazonas, foi lançada ontem, em Manaus campanha pelo Sim ao desarmamento, com vistas ao plebiscito de outubro.

Saúdo o presidente da UEA, Mário Lúcio, por mais essa demonstração de cidadania e de democracia. O País está sendo convocado a se manifestar no plebiscito, pelo que são bem-vindas e meritórias todas as iniciativas que visem ao esclarecimento público.

Para essa mesma segunda-feira, programei viagem a Manaus onde, a convite da Faculdade Nilton Lins, deveria proferir palestra sobre a conjuntura política e econômica do País.

Exatamente por causa dos recentes acontecimentos que ampliam a atual crise política brasileira, vi-me obrigado, embora contrafeito, a adiar essa minha palestra. Contudo, não a cancelei e espero, nessas próximas semanas, ter o prazer de renovar contatos com a juventude universitária do meu Estado.

Tanto a campanha da União dos Estudantes como a programação da Faculdade Nilton Lins dão bem uma idéia da posição de vanguarda do meio estudantil do Amazonas, pelo que registro aplausos a ambas as iniciativas.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria também, nesta oportunidade, de dizer que Edna Bernadete Lages tem 37 anos e nunca viu a luz do sol nem as flores da natureza ou as pessoas, as casas. Nada. Ela é deficiente visual de nascença, tem muita vontade de estudar e não sabe aonde ir ou onde encontrar escola e se matricular. Gostaria de trabalhar e não encontra oportunidade.

Como ela própria diz, numa carta manuscrita por um parente, Edna Bernadete mora no lugar mais pobre do mundo, o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, na cidade de Itaobim.

Personagem de uma história muito triste, conforme o relato que me enviou, Edna acrescenta que em sua cidade não há escola para portadores de deficiência, muito menos emprego.

Depois de afirmar que é muito difícil conviver com a falta de recursos e de atendimento, ela mostra que, a despeito de tanta tristeza, Edna dá uma demonstração de que sabe ter direito ao exercício da cidadania. E diz:

Quero levar ao conhecimento dos Senadores as nossas dificuldades e limitações. Para pedir que se esforcem pela criação de escolas e de oportunidades de emprego e, principalmente, pela inclusão das pessoas com deficiência na vida social, na educação e no mercado de trabalho.

Não apenas faço eco ao clamor dessa cidadã do Vale do Jequitinhonha. Faço também um apelo geral à pessoas de boa vontade, a começar pelos Senadores.

Quem sabe um dia já não haverá Ednas tristes nem regiões pobres como o Vale do Jequitinhonha. Uma parte ao menos das soluções de problemas como esses depende de nós. Pensemos nisso.

            Era o que eu tinha a dizer.