Discurso durante a 142ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Elogios às declarações do Ministro Antonio Palocci em entrevista coletiva concedida neste último domingo, para esclarecimentos sobre as denúncias formuladas pelo Sr. Rogério Buratti.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Elogios às declarações do Ministro Antonio Palocci em entrevista coletiva concedida neste último domingo, para esclarecimentos sobre as denúncias formuladas pelo Sr. Rogério Buratti.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2005 - Página 28970
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • COMENTARIO, ENTREVISTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), ELOGIO, RESPOSTA, ACUSAÇÃO, CORRUPÇÃO, CRITICA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), FALTA, RESPONSABILIDADE, JORNALISMO.
  • LEITURA, TRECHO, NOTICIARIO, INTERNET, EMISSORA, TELEVISÃO, ELOGIO, ENTREVISTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), CRITICA, DENUNCIA, AUSENCIA, COMPROVAÇÃO.

A SRª SERYS SELHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a exemplo do que tantos têm feito nos últimos dias, não poderia deixar de registrar nesta tribuna minha admiração diante do desempenho do Ministro Antonio Palocci na entrevista coletiva que concedeu na hora do almoço, no último domingo, construindo, através daquela ação, a intervenção do Governo neste cenário de crise que mais mereceu o reconhecimento público.

Com muita calma e serenidade, o Ministro Antonio Palocci não precisou relacionar qualquer tipo de golpismo, qualquer ação nefasta dos adversários do Governo para alicerçar os esclarecimentos que forneceu à opinião pública.

Todo mundo viu o estardalhaço com que a revista Veja retratou as denúncias do Sr. Rogério Buratti contra Palocci. Denúncias que não apareceram nas páginas da Veja por acaso. Denúncias que foram vazadas pelo MInistério Público de São Paulo, de forma até agora não bem explicada.

Este caso, Sr. Presidente, é um caso exemplar e não foi à toa que, na edição do Observatório da Imprensa da noite de ontem, na TV Educativa e na TV Cultura, e na edição on line do mesmo Observatório, o jornalista Alberto Dines chamou a atenção para o fato de, em seu depoimento de domingo:

Palocci fez manchetes, discutiu manchetes e, de quebra, ainda ensinou aos comunicólogos como se presta contas à sociedade de forma ágil, transparente e competente.

A entrevista do Ministro da Fazenda foi uma resposta às acusações que contra ele começaram a aparecer nos últimos dias e produziu uma reversão - ou pelo menos uma pausa - no bombardeio de denúncias que galvanizam o país cem dias.

No mesmo Observatório da Imprensa, outro jornalista, o Sr. Luiz Weiss, escreve um artigo sob o título “Antonio Palocci desmoraliza a Veja”.

E cito as suas palavras, Sr. Presidente:

Depois de ouvir a prolongada entrevista do Ministro Antonio Palocci, cada um pode escolher se continua acreditando, ou não, na acusação de Rogério Buratti de que a concessionária da limpeza pública de Ribeirão Preto, a Leão & Leão, pagava sistematicamente uma propina mensal de cinqüenta reais à administração Palocci.

O que fica difícil é escolher se continua acreditando, ou não, na versão da Veja desta semana (nº 1919, de 24/8/2005) de que “Buratti agendava encontros da Máfia do Lixo com Palocci já ministro”, como se lê na capa da revista debaixo da chamada “Denúncias atingem Palocci”.

Em mais de quarenta anos de profissão, raras vezes, ou nunca, vi uma autoridade reduzir tão completamente a pó uma alegação irresponsável como esta, típica do jornalismo de esgoto praticado pela mais influente publicação semanal do País.

Vejam só, Srs. Senadores, a que está se reduzindo o jornalismo da revista, na avaliação dos próprios jornalistas: um jornalismo de esgoto.

E diz mais o jornalista Luiz Weiss:

Mas num ponto o ministro soltou uma verdadeira bomba. Em dado momento da reportagem, diz a Veja que “em um e-mail, Juscelino Dourado, atual chefe de gabinete de Palocci, pede, em nome do “chefe”, ajuda de Buratti para comprar um aparelho de espionagem eletrônica.

Infelizmente, o meu tempo acabou.

Sr. Presidente, como preciso realmente fazer meu discurso em sua completitude e ainda há duas páginas, peço-lhe a concessão de pelo menos mais um minuto.

O que a revista não diz - e Palocci contou - é que um assessor do Ministro, procurado pela Revista, negou que Juscelino tivesse feito isso ou coisa parecida. O jornalista voltou, então, à carga, dizendo que, então, pode não ter sido ato de Juscelino, mas de outro membro da equipe de Palocci. Desse modo, ele não sabia nem quem era.

Diante do que o interlocutor da Fazenda pediu-lhe que mandasse cópia do e-mail alegadamente enviado a Buratti. A Veja não só não mandou coisa alguma como não tornou mais a procurar o Ministério.

É o caso de parafrasear a chamada de capa da Revista: “Denúncias sem base desmoralizam a Veja”.

Chega de ficarmos ouvindo desmoralizações da revista Veja! Está na hora de a Veja ter dignidade e escrever, em sua capa: denúncias sem provas desmoralizam a revista Veja - e não foi uma nem duas vezes.

Infelizmente, o meu tempo acabou. Obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2005 - Página 28970