Discurso durante a 141ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração ao centenário de nascimento do escritor Érico Veríssimo.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração ao centenário de nascimento do escritor Érico Veríssimo.
Publicação
Publicação no DSF de 25/08/2005 - Página 28908
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, NASCIMENTO, ERICO VERISSIMO, ESCRITOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ELOGIO, OBRA LITERARIA, REGISTRO, LANÇAMENTO, EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS (ECT), SELO POSTAL COMEMORATIVO.

O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todas as nações devem orgulhar-se de seus filhos mais ilustres, aqueles que ajudaram a engrandecer sua história e seu nome com importantes realizações. Isso ocorre em todos os ramos da atividade humana: nas ciências, nas artes, na política...

O Estado do Rio Grande do Sul deu ao Brasil um grande nome da literatura do século XX, e, neste ano, comemoramos o centenário de seu nascimento. Estamos referindo-nos a Erico Verissimo, que teve suas obras traduzidas para grande número de outras línguas, dentre as quais podemos destacar: francês, inglês, alemão, espanhol, finlandês, húngaro, indonésio, italiano, japonês, norueguês, polonês, romeno, russo, sueco e tcheco.

Erico Verissimo acabou por tornar-se um dos escritores mais lidos do mundo. Não sem razão, pois seu texto é fascinante, não permitindo facilmente a interrupção da leitura.

Várias de suas obras já foram apresentadas na televisão com grande sucesso: O Tempo e o Vento; Olhai os Lírios do Campo; O Resto É Silencio; Música ao Longe; e Incidente em Antares.

Suas histórias já deram origem também a vários filmes: O Sobrado, em 1956; Um Certo Capitão Rodrigo, em 1970; Ana Terra, em 1971; e Noite, em 1985. E uma delas foi filmada na Argentina, em 1947, com o nome Mirad los Lírios del Campo, tradução ao pé da letra do título de um de seus principais romances.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a data de nascimento desse escritor brasileiro é 17 de dezembro, mas estamos antecipando-nos, de forma a não permitir que passe em branco o centenário de tão importante personagem para a produção cultural de nosso País.

Sua obra magna, O Tempo e o Vento, uma trilogia que se estendeu por mais de mil páginas, é, no dizer de Luiz Antonio Assis Brasil em artigo para o “Segundo Caderno” do jornal Zero Hora, uma obra “que constitui o marco fundador da identidade gaúcha”. As partes em que se divide essa obra monumental foram chamadas: O Continente, O Retrato, e O Arquipélago.

O Tempo e o Vento narra a saga da família Terra e da família Cambará, percorrendo praticamente dois séculos da história gaúcha, entre os anos de 1745 e 1945.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por mais tempo que me fosse concedido, não conseguiria passar uma idéia abrangente da grandiosidade e da diversidade da produção de Erico Verissimo, que é colocado pela crítica e pelos acadêmicos como um dos expoentes do regionalismo modernista no Brasil. Ao lado de Olhai os Lírios do Campo, sem dúvida, sua obra mais conhecida, alinham-se outros romances, como: Clarissa; Caminhos Cruzados; Música ao Longe; Gato Preto em Campo de Neve; O Senhor Embaixador; Incidente em Antares; e O Resto É Silêncio. Grande sucesso fizeram, também, suas memórias, reunidas em Solo de Clarineta I e Solo de Clarineta II.

Mas o escritor ainda encontrou tempo para uma respeitável produção de literatura infanto-juvenil, representada em obras como: A Vida de Joana d’Arc; As Aventuras do Avião Vermelho; Os Três Porquinhos Pobres; Rosa Maria no Castelo Encantado; As Aventuras de Tibicuera; O Urso com Música na Barriga; A Vida do Elefante Basílio; Viagem à Aurora do Mundo; As Aventuras no Mundo da Higiene e outras.

E em outra faceta sua, a de tradutor, também nos brindou com obras de grande quilate de mestres da literatura universal. Entre eles, podemos citar: Edgar Wallace, Aldous Huxley, James Hilton, John Steinbeck, Summerset Maugham, e Katherine Mansfield.

Entretanto, não é apenas a produção literária que distingue Erico Verissimo. Ele também deve ser exaltado por sua postura corajosa, enfrentando os poderes da época. Manifestou-se contra a censura prévia do Estado Novo e enfrentou os setores da Igreja Católica que apoiavam a ditadura de Getúlio Vargas. Com Jorge Amado, também se manifestou contra a censura prévia da ditadura militar em 1971.

Foi convidado para ensinar Português e Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley, uma das mais conceituadas dos Estados Unidos, e o fez de 1943 a 1945, além de ter proferido grande número de conferências nesse país, o que lhe valeu também o Grau de Doutor Honoris Causa, concedido pelo Mills College.

Realmente, é difícil resumir a importância de Erico Verissimo.

Neste ano de seu centenário de nascimento já se sabe de uma extensa programação em sua homenagem, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul. Vale destacar que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), juntamente com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e o Centro Cultural Erico Verissimo, lançou um selo comemorativo alusivo ao fato, em 14 de julho próximo passado.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, Erico Verissimo é uma figura ímpar, que engrandece sua terra natal, a cidade de Cruz Alta, o Estado do Rio Grande do Sul e o Brasil, por sua extensa obra literária, que se tornou conhecida em muitos países, tendo sido traduzida para as mais diversas línguas.

Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/08/2005 - Página 28908